Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o psicólogo Alexandre Brito comentou um caso que viralizou: o debate acalorado nas redes sociais sobre uma mulher que não cedeu seu assento na janela do avião para uma criança. A repercussão levantou discussões sobre empatia, limites e o impacto de situações cotidianas amplificadas pela internet.
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Segundo Brito, a mulher envolvida no caso relatou que a tranquilidade demonstrada diante da polêmica era resultado de anos de terapia. O psicólogo explicou que o acompanhamento terapêutico não é uma solução mágica, mas um processo contínuo que ajuda a compreender reações emocionais.
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“A terapia ensina a discernir quais batalhas valem a pena enfrentar e quais podem ser evitadas. Nesse caso, ela entendeu que não valia a pena entrar em conflito”, destacou Brito. Ele também ressaltou que a terapia pode ajudar tanto a lidar com a raiva quanto a evitar acessos desnecessários dela.
Empatia e a “janela do avião”
O psicólogo trouxe uma reflexão sobre o papel da empatia no caso. Ele observou que muitos espectadores se identificaram com as partes envolvidas, mas, em alguns casos, a empatia foi mal direcionada, resultando em ataques online e cultura do cancelamento.
“Quem assistiu ao caso tomou partido, mas em algumas situações, o excesso de empatia pode ser autodestrutivo, levando a julgamentos precipitados e até discurso de ódio,” analisou Brito.
A viralização também gerou consequências para todos os envolvidos, desde a mulher que se tornou uma influenciadora inesperada até a exposição da criança. O psicólogo reforçou a necessidade de cautela ao lidar com situações públicas para evitar danos emocionais duradouros.
Lição sobre limites na infância
Brito aproveitou o exemplo para destacar a importância de ensinar limites às crianças. Ele explicou que o “não” é essencial para o desenvolvimento saudável, pois prepara a criança para lidar com frustrações e conviver em sociedade.
“O ‘não’ não traumatiza, ele educa. Se a família não ensina limites, a vida os imporá de maneira mais dura,” afirmou. Ele ressaltou que a palavra precisa ser dita com respeito e em contextos que preservem o bem-estar da criança.
A exposição excessiva, como no caso do vídeo viral, pode gerar impactos negativos para a criança, prejudicando o aprendizado sobre convivência e respeito aos próprios limites.
Reflexões para a vida cotidiana
O caso da “janela do avião” é um exemplo de como situações aparentemente simples podem gerar debates complexos sobre convivência, empatia e educação. Para Brito, é fundamental que pais, educadores e todos os envolvidos com crianças reflitam sobre como os valores e comportamentos cotidianos são transmitidos às novas gerações.
“O que fazemos hoje reflete no futuro. Cuidar da infância é, em essência, cuidar do que seremos como sociedade,” concluiu o psicólogo