Depressão de fim de ano: é normal sentir tristeza nesta época?

Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o psicólogo Alexandre Brito trouxe reflexões sobre o impacto emocional do fim de ano. Ele explicou como essa época pode despertar sentimentos diversos, como alegria, nostalgia e, às vezes, tristeza. Segundo Brito, é comum refletir sobre conquistas, planos adiados e mudanças, o que torna o período um momento importante de introspecção e avaliação.

O misto de emoções no fim de ano

O fim de ano traz um conjunto de emoções intensas. Para muitos, é uma época de celebração, reuniões familiares e confraternizações. No entanto, Brito lembra que essas reuniões nem sempre são positivas para todos. “Nem toda confraternização é saudável. Às vezes, evitar certos contatos pode ser uma forma de cuidar da saúde mental”, destacou.

Ele também apontou que é possível sentir alegria e tristeza simultaneamente. “Toda mudança traz sentimentos mistos: a alegria pela novidade e a tristeza pelo que não foi realizado. Isso é normal e faz parte do processo humano”, afirmou o psicólogo.

Como lidar com as expectativas e frustrações

Brito reforçou a importância de analisar o ano que passou, reconhecendo tanto os momentos difíceis quanto as conquistas. Segundo ele, evitar ou mascarar emoções negativas pode ser prejudicial. “Ignorar o que foi ruim impede o aprendizado. É necessário entrar em contato com essas questões para evitar que se repitam no futuro”, explicou.

Para o próximo ano, ele sugere manter expectativas realistas e usar as experiências passadas como aprendizado. “Expectativas podem ser positivas. Se forem frustradas, é possível lidar com isso e aprender”, completou.

Reavaliar relações e priorizar a saúde mental

Outro tema abordado foi a pressão social para perdoar e reatar laços durante as festas de fim de ano. Brito afirmou que o perdão não deve ser uma obrigação, especialmente em casos de relações tóxicas. “Perdoar pode significar apenas deixar de carregar um ressentimento, sem a necessidade de reatar ou conviver novamente com a pessoa”, explicou.

Ele também ressaltou que a saúde mental deve ser priorizada. Em situações familiares ou sociais desconfortáveis, é importante estabelecer limites e buscar estratégias para lidar com esses momentos de maneira saudável.

Planejando um novo ciclo

Brito concluiu incentivando os ouvintes a usarem o fim de ano como uma oportunidade para reflexões profundas. “O final de ano é um momento de pensar sobre o que vale a pena ser mantido e o que precisa ser deixado para trás. Respeite seus sentimentos e cuide de sua saúde emocional”, aconselhou.

Por fim, o psicólogo reforçou que, mesmo em meio às dificuldades, é possível encontrar força e motivos para comemorar. A época é um convite para introspecção e recomeços, preparando o terreno para um ano novo mais leve e consciente.