Conteúdo Especial Qualidade do Ar: confira a entrevista com Graciele Beliasário

Graciele Beliisário, especialista do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Foto: Reprodução/BandNews FM ES

Falar em qualidade do ar na Grande Vitória passa por diversos agentes públicos e privados, como governo do Estado, prefeituras, órgãos reguladores e a indústria. As empresas que atuam na região metropolitana estão incluídas no diálogo pela busca de soluções para melhorar o ar que respiramos. Elas são representadas no processo pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

De acordo com a Federação, o setor olha para esse cenário com mais compromisso responsabilidade, buscando um crescimento sustentável alinhado à agenda ambiental. Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, a especialista do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Findes, Graciele Belisário, destacou a visão da entidade sobre o assunto.

Confira a entrevista completa:

No Conselho Temático de Meio Ambiente da Findes, o Coemas, há um grupo voltado especificamente para pensar em soluções em relação à qualidade do ar. Segundo Graciele, dentro desse conselho são estabelecidos grupos técnicos de trabalho para cada assunto a ser tratado.

“O (que trata sobre) qualidade do ar é um grupo muito qualificado, onde a gente consegue reunir diversos especialistas que tratam da qualidade do ar como um todo, não somente olhando para o grande setor industrial, mas enquanto federação que representa 16 mil indústrias no Estado. A gente não tem só o grande industrial, que já domina esse assunto. Por isso, a gente olha para a política, para o estabelecimento das metas, também visando apoiar o pequeno industrial”, afirma.

Para a representante do Conselho, o Espírito Santo apresenta avanço quando o assunto é meio ambiente e qualidade do ar, sendo um dos poucos estados que monitora as emissões. Ela explica que o acompanhamento das emissões de poluentes no estado é feito ao longo de muitos anos.

“O órgão ambiental trata isso com muito rigor e também muita responsabilidade. Nós somos um dos 12 estados do Brasil que possui a rede de monitoramento de qualidade do ar na região metropolitana”, ressalta.

O foco do monitoramento, segundo Graciele, não está só no setor industrial, mas também em todas as outras fontes de emissão de poluentes, que são um dos fatores que contribuem para a qualidade do ar. Apesar das medidas implantadas no estado e da busca por melhores tecnologias de controle das emissões, a especialista em Meio Ambiente da Findes garante que os trabalhos continuam para melhorar cada vez mais a forma como a indústria lida com esse ponto.

“Um dos grandes desafios que a gente tem, no estado como um todo, é que a questão é um tema que a sociedade não consegue, às vezes, entender a magnitude dos fatores que influenciam na qualidade do ar para além das fontes de emissão. Quando a gente fala em qualidade do ar, os fatores meteorológicos influenciam demais a dispersão.  A gente tem (também) o uso de combustíveis nos veículos, tem a ressuspensão de vias e diversos outros elementos que influenciam na qualidade do ar”, diz.

Para a especialista, além da implementação de tecnologias, é preciso também o entendimento de quais são os fatores que de fato contribuem para a qualidade do ar, especialmente em uma região metropolitana. Ela ainda afirma que a implementação de tecnologias que muitas vezes são reconhecidas como as melhores tecnologias do mundo muitas vezes não é o que resolve o problema.

“Eu sempre costumo dizer: qual é a melhor tecnologia do mundo? É aquela que apresenta a maior eficiência de controle”, comenta.

A especialista ainda destaca que hoje, no Espírito Santo, a indústria já investiu mais de R$ 6 bilhões em tecnologia, processos e ações para reduzir e controlar as emissões, na busca pela melhoria da qualidade do ar para os moradores da região.

Veja as outras entrevistas da série:

• Com Cláudio Denicoli
• Com Felipe Rigoni

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