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Instituições autorizadas pelo BC devem ofertar educação financeira

A partir de julho de 2024, todas as instituições financeiras devem promover educação financeira aos clientes, visando reduzir o superendividamento e fomentar a resiliência financeira

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O educador financeiro Eduardo José Pinheiro conta como vai funcionar a oferta de educação financeira em instituições autorizadas.

O educador financeiro Eduardo José Pinheiro conta como vai funcionar a oferta de educação financeira em instituições autorizadas.

Desde julho de 2024, todas as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central são obrigadas a oferecer programas de educação financeira para seus clientes. Essa medida, estabelecida pela resolução número 8 do Banco Central, visa combater o superendividamento que afeta grande parte da população brasileira, tanto pessoas físicas quanto empresários individuais, incluindo microempreendedores.

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A educação financeira, embora essencial, ainda não faz parte dos currículos escolares, o que contribui para a falta de preparo da população no gerenciamento de suas finanças pessoais. Com essa nova exigência, os bancos e outras instituições financeiras têm a responsabilidade de auxiliar seus clientes na organização de suas finanças, ajudando-os a evitar o ciclo de endividamento.

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Histórico das medidas contra o superendividamento

A iniciativa de promover educação financeira nas instituições financeiras não surgiu do nada. Em 2019, o Banco Central começou a regular o incentivo à educação financeira, especialmente para aqueles que já estavam endividados. Entretanto, o impacto da pandemia de COVID-19 agravou o cenário de superendividamento no Brasil, levando o governo a adotar medidas como o programa Desenrola Brasil, que visava auxiliar pessoas com dívidas de até dois salários mínimos. Infelizmente, essas medidas isoladas não foram suficientes para conter o aumento do endividamento.

Em entrevista ao EStúdio 360, o educador financeiro Eduardo José Pinheiro explica que, com o avanço da tecnologia e a facilidade de acesso ao crédito, a dívida das famílias continuou a crescer. Assim, legisladores e autoridades financeiras perceberam a necessidade de uma abordagem mais estruturada, culminando na criação da resolução número 8.

Como os bancos devem atuar na educação financeira

De acordo com a nova resolução, as instituições financeiras devem atuar ativamente na educação financeira de seus clientes, desde o momento em que eles tomam um empréstimo até o pagamento final da dívida. Isso inclui a oferta de programas de planejamento financeiro e aconselhamento, com o objetivo de ajudar os clientes a manterem suas finanças sob controle e, eventualmente, construírem uma poupança.

Os bancos precisarão definir um diretor responsável por gerenciar esses programas de educação financeira, podendo optar por desenvolvê-los internamente ou contratar especialistas externos. A tarefa, no entanto, é desafiadora, uma vez que a educação financeira é um processo individual e contínuo, que envolve mudanças de comportamento e compreensão profunda das finanças pessoais.

Desafios na implementação e a necessidade de educação nas escolas

A implementação dessa nova política apresenta desafios significativos. No Brasil, com uma população de 220 milhões de habitantes, cerca de 76% são endividados, e 39% estão inadimplentes. Para atingir todos esses indivíduos, especialmente em cidades pequenas, seria necessário um esforço massivo e contínuo.

Uma possível solução para complementar esses esforços é a inclusão da educação financeira nas escolas. Desde 2020, o Brasil tem dado passos tímidos nessa direção, mas ainda há muito a ser feito. A falta de interesse natural da população por cursos de educação financeira destaca a importância de introduzir esses conceitos desde cedo, para que as futuras gerações possam evitar o ciclo de endividamento.

Com a educação financeira tornando-se uma prioridade nas instituições financeiras, espera-se que os brasileiros possam, gradualmente, melhorar sua relação com o dinheiro, evitando o superendividamento e construindo uma base financeira mais sólida para o futuro.

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