Alexandre Brito
Cuidar da vida é também lutar contra preconceito e exclusão
No mês de prevenção ao suicídio, reflexão destaca que saúde mental depende de direitos, combate ao preconceito e inclusão social

Gestos de acolhimento e solidariedade são fundamentais na promoção da saúde mental e na valorização da vida. Foto: FreePik
No mês de prevenção ao suicídio, é impossível pensar em cuidado sem antes reconhecer os fatores sociais que atravessam a saúde mental. A valorização da vida é complexa e não pode ser reduzida a uma tarefa individual. Exige, antes de tudo, cuidado coletivo.
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O problema de individualizar os cuidados em saúde, como se a responsabilidade dependesse apenas do esforço de cada pessoa, é que isso ignora a complexidade real da prevenção do suicídio. Não basta incentivar práticas individuais se continuamos fechando os olhos para as condições sociais que produzem sofrimento.
Nesse sentido, é impossível falar de prevenção sem também falar – e enfrentar – todo tipo de preconceito, sem enfrentar a desigualdade social, o racismo, o assédio moral e sexual, a violência de gênero. Também não existe prevenção sem a garantia de direitos humanos.
Toda ação preventiva será apenas paliativa se não estiver comprometida com o direito e o acesso à saúde, com a valorização do SUS, e com a luta por trabalho e educação mais dignos. Afinal, saúde mental não se sustenta onde há precariedade, exclusão ou falta de pertencimento.
Portanto, todos esses elementos são parte constitutiva da saúde pública e podem se tornar verdadeiros suportes coletivos de saúde mental. Prevenir o suicídio é defender a vida, que só pode existir com potência em uma sociedade mais justa, solidária e humana.
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