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Governo de transição será reconhecido na Síria? Entenda

Mudança de regime na Síria abre espaço para novos debates sobre governança e refúgio, enquanto refugiados sonham com retorno

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Síria enfrenta novos desafios após a queda do regime de Assad, enquanto refugiados avaliam o retorno ao país.

Síria enfrenta novos desafios após a queda do regime de Assad, enquanto refugiados avaliam o retorno ao país.

Com a queda do regime que governou a Síria por mais de 50 anos, a comunidade internacional se vê diante de um novo cenário político. O governo de transição, formado por grupos anteriormente classificados como terroristas, já está no poder e desperta debates sobre sua legitimidade. A rápida ascensão desse grupo foi marcada pela libertação de milhares de prisioneiros políticos e por sinais de esperança na reconstrução do país.

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Em entrevista ao EStúdio 360, o professor de relações internacionais Daniel Carvalho, da UVV, afirmou que o reconhecimento internacional desse governo é uma questão de tempo. “A facilidade com que o grupo assumiu o controle e sua promessa de moderação são fatores que indicam essa tendência”, explicou. Carvalho também destacou que países como os Estados Unidos já cogitam remover o grupo de listas de organizações terroristas, o que pode facilitar o diálogo diplomático.

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Refugiados sírios avaliam possibilidade de retorno

A mudança no cenário político reacende esperanças para refugiados sírios espalhados pelo mundo, incluindo o Brasil. Desde 2011, mais de 4 mil sírios obtiveram status de refugiados no país devido à guerra civil. A legislação brasileira, que segue o Protocolo de Cartagena, oferece refúgio a vítimas de graves violações de direitos humanos, mas cada caso precisa ser analisado individualmente.

“Se a ameaça que justificava o refúgio não existe mais, a pessoa pode perder o status e ser obrigada a retornar”, alertou Carvalho durante a entrevista. Ainda assim, a decisão de voltar é complexa e depende da percepção de estabilidade no país. Refugiados que afirmam ter deixado a Síria por perseguições políticas ou religiosas precisam reavaliar suas situações com cautela.

Sonhos de reencontro e desafios

Histórias de reencontros começam a surgir entre famílias sírias. Um refugiado que vive no Brasil há 13 anos planeja visitar os pais e o irmão no início do próximo ano. “É a primeira vez que posso voltar sem medo”, afirmou ele ao EStúdio 360. No entanto, muitos refugiados que construíram vidas fora do país, especialmente os que têm filhos nascidos no exterior, enfrentam dilemas sobre retornar ou permanecer.

A reestruturação econômica e social na Síria também é observada com cautela. Indicadores como a valorização da moeda e a redução de cortes de energia são sinais de mudança, mas a situação ainda é considerada instável. Enquanto isso, refugiados brasileiros de origem síria seguem sonhando com um país mais pacífico e próspero, mesmo que a decisão de voltar para casa ainda pareça distante para muitos.

O Tabuleiro Geopolítico e o Futuro da Síria

A nova dinâmica de poder na Síria também provoca reações no cenário internacional. Países como Turquia, Irã e Estados Unidos monitoram de perto o desenrolar dos eventos. A Turquia, por exemplo, já demonstrou interesse em repatriar milhões de refugiados sírios que vivem em seu território, mas a estabilidade do novo governo será crucial para esse processo.

Durante a entrevista ao EStúdio 360, Carvalho destacou que o governo de transição tenta se posicionar como uma liderança moderada, secular e confiável. “A mudança, descrita por analistas como ‘impressionantemente rápida’, pode redefinir as relações internacionais na região. No entanto, o impacto a longo prazo ainda depende de como o grupo irá consolidar sua governança em um país marcado por anos de guerra e divisões internas”, concluiu.

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