TV Capixaba
Geração Z: entenda o motivo dos jovens evitarem cargos de gestão
Especialistas explicam por que a Geração Z evita cargos de gestão e valoriza mais o propósito e bem-estar no trabalho
Em entrevista ao Estúdio 360, Thiago Bassetti, CEO da NBS Educação e especialista em gestão de carreiras, destacou a mudança de comportamento dos jovens da Geração Z no mercado de trabalho. Para ele, o principal desafio enfrentado por esse grupo, nascido entre os anos 1990 e 2000, é a diferença entre as expectativas que têm em relação ao trabalho e a realidade encontrada nos cargos de gestão. “A maioria desses jovens está evitando assumir funções de liderança por prezar muito mais pela flexibilidade e pelo bem-estar”, afirmou Bassetti.
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Geração Z e o dilema do mercado de trabalho
De acordo com Bassetti, essa geração cresceu imersa em um ambiente digital e tem uma relação íntima com a internet e redes sociais. No entanto, essa familiaridade com o imediatismo digital se reflete em uma visão mais curta sobre o que envolve a construção de uma carreira sólida. “Eles priorizam o bem-estar e o propósito, mas muitas vezes não entendem que a vida adulta exige compromissos para alcançar essas recompensas”, explicou o especialista.
Esse contraste entre expectativa e realidade gera um choque quando os jovens entram no mercado de trabalho. A Geração Z, ao valorizar o propósito e a flexibilidade, acaba deixando de lado oportunidades de cargos de gestão, onde as exigências de comprometimento e tempo podem ser maiores. Esse fenômeno, segundo Bassetti, é uma tendência que vem se consolidando, à medida que as empresas enfrentam dificuldades em preencher posições de liderança com profissionais dessa faixa etária.
Trocas constantes e busca pelo propósito
Ainda na entrevista ao Estúdio 360, Bassetti ressaltou que essa geração tem um comportamento marcado pela constante busca por novas oportunidades. Muitos jovens preferem trocar de emprego rapidamente, muitas vezes abrindo mão de posições estáveis em busca de algo que ofereça mais satisfação pessoal. “O imediatismo faz com que, ao não conseguirem resultados rápidos, eles abandonem o cargo e busquem outro com facilidade”, destacou.
Esse comportamento tem impactos significativos para as empresas, que precisam lidar com a rotatividade de funcionários e a falta de comprometimento a longo prazo. A questão do home office, por exemplo, é muito valorizada pela Geração Z. Porém, Bassete lembrou que algumas grandes empresas, como Google e Zoom, estão voltando a exigir o trabalho presencial, pois perceberam que, em muitos casos, o trabalho remoto não é tão eficiente quanto parecia inicialmente.
O papel da educação e a construção de uma carreira
Bassetti acredita que a educação é um ponto fundamental para ajudar essa geração a equilibrar suas expectativas com a realidade do mercado de trabalho. Segundo ele, tanto a educação familiar quanto a escolar têm o papel de ensinar desde cedo a importância da meritocracia e do esforço contínuo para alcançar o sucesso. “Não se colhem frutos de um dia para o outro. É necessário preparar o caminho e entender que resultados duradouros exigem esforço e consistência”, comentou.
Apesar das dificuldades, Bassetti ressalta que a Geração Z tem vantagens claras em relação ao acesso à informação e à democratização do conhecimento por meio da internet. “A velocidade de aprendizado e a quebra de barreiras proporcionadas pela tecnologia são grandes diferenciais. Contudo, é essencial encontrar um equilíbrio entre a flexibilidade e o compromisso necessário para construir uma carreira significativa”, concluiu.
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