Eleições 2024
Du quer ensinar criança a empreender desde a creche em Vitória
Candidato foi entrevistado no EStúdio 360 e apresentou as principais propostas que fazem parte do plano de governo municipal
O candidato à Prefeitura de Vitória Du (Avante) foi o entrevistado desta sexta-feira (05) da série de entrevistas do Programa EStúdio 360, da TV Capixaba/Band. Na conversa, conduzida por Antonio Carlos Leite, Andressa Missio e Vitor Vogas, Du disse que uma das propostas de seu plano de governo é a de ensinar a criança a empreender desde a creche em Vitória.
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Confira a entrevista completa!
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Vitor Vogas: Na sua propaganda eleitoral de rádio e TV, o senhor tem anunciado que, se eleito for, Vitória terá dois prefeitos: o senhor e o seu candidato a vice-prefeito, Coronel Wagner Borges, do Corpo de Bombeiros. Eu gostaria de lhe pedir para nos explicar melhor, até porque essa proposta é anunciada por vocês como algo inédito, como é que isso se dará na prática. Essa “equiparação”, digamos assim, será apenas simbólica, ou o senhor realmente pretende terceirizar para o seu vice-prefeito metade das responsabilidades do senhor como prefeito?
Du: Boa tarde, Vitor, Andressa, Kaká. Antes de mais nada, eu quero pedir voto. Eu quero pedir para votar no número 70, que eu sou um candidato pouco conhecido em relação aos outros candidatos, que eu sou diferente de todos eles. O interesse meu são as pessoas, são os eleitores. O meu candidato que eu escolhi, Coronel Wagner, ele era candidato a prefeito de Vitória. Fiz o convite a ele para ele ser meu vice, ele aceitou no dia seguinte e a gente, tendo o projeto muito parecido, projeto do Du e o projeto do coronel Wagner, a gente resolveu incorporar isso e se unir e transformar isso nessa nova gestão de dois prefeitos. Pretendo, sim, dividir o trabalho, talvez ele trabalhar até mais do que eu. Eu, como empresário, a gente contrata pessoas para fazer o trabalho para a gente, e eu acredito que o vice tem que ter o seu lugar e tem que ter o seu trabalho.
Vitor Vogas: Mas na prática, no dia a dia da gestão, por exemplo, se vocês discordarem, quem vai dar a palavra final? E o senhor está ciente de que, se eleito for, só o senhor será diplomado prefeito, assinará os atos oficiais, os decretos, terá julgadas as contas do município, inclusive poderá ser responsabilizado…
Antonio Carlos: Eu quero complementar e eu queria perguntar, já que Vitor tocou nesse assunto: como é que seria essa divisão na prática, no operacional?
Du: Acredito que, por exemplo, na parte financeira, eu acredito que eu sou mais apto do que ele. Ele, na parte de segurança, é mais rápido. Então, a gente vai dividir realmente as áreas, e a palavra final vai ser dessa pessoa. Como eu citei aqui agora, segurança e financeiro.
Vitor Vogas: Ele será secretário de Segurança?
Du: Não, não, será meu vice-prefeito.
Vitor Vogas: Poderia acumular, né?
Du: Poderia, mas não vai ser.
Vitor Vogas: Ok.
Du: Nós teremos outros secretários.
Antonio Carlos: Tem uma questão que eu queria tirar uma dúvida com o senhor. O senhor fala no seu plano de governo que serão criadas incubadoras e aceleradoras de startups. Nós temos aqui um programa, um quadro dentro do EStúdio 360 Segunda Edição, que trata justamente de inovação, e posso garantir ao senhor que eu tenho recebido aqui muitas iniciativas relacionadas a startups e incubadoras. O senhor acha que existe uma falha nisso? O senhor acha que nós não temos um número suficiente? Como é que isso aconteceria na gestão do senhor?
Du: Existe, sim! Só que muito devagar, né? Eu criando as startups, que está até no meu plano de governo, a gente vai acelerar. Eu quero acelerar mais isso, entendeu?
Antonio Carlos: Mas como?
Du: Criando órgãos e colocando pessoas capacitadas para tais órgãos para acelerar isso. Fazer jus até à minha propaganda, que é acelerar Vitória.
Andressa Missio: Em relação à saúde, o senhor diz que quer investir na construção e modernização de hospitais e centros de especialidade. Assim mesmo, no plural? Mais de um hospital?
Du: Acredito que sim! Eu tenho um que já é projeto, que é o Cais das Artes. Eu quero transformar ali em um Hospital do Cais, que será um Centro de Referência para Vitória e para o Estado.
Antonio Carlos: Mas… desculpe, essa não é uma obra do Estado? Como é que o senhor faria isso?
Du: Sim, eu terminaria junto com o Governo do Estado, que já está caminhando, já está sendo conversado. Ele acatou com bons olhos porque eu quero trabalhar junto com o Governo do Estado, porque não tem como trabalhar igual a atual administração está trabalhando, sem estar incorporado ao Governo do Estado. Então, esse Cais das Artes, a gente tem até uma pesquisa interna que saiu ontem, que 81% da população de Vitória concorda com transformar o Cais das Artes em Hospital do Cais.
Vitor Vogas: Mas candidato… ah pois não, conclua.
Du: E a arte a gente vai levar para onde ela não deveria nunca ter saído, que é para o Centro.
Vitor Vogas: Eu só queria emendar ou completar a pergunta da Andressa. Porque, além dessa ideia relacionada ao Cais das Artes, que, como bem lembrou o Kaká, é um equipamento do Governo do Estado, o senhor registrou no seu plano de governo: “Investiremos na construção e modernização de hospitais e centros de especialidades”. Serão hospitais municipais que o senhor pretende construir?
Du: Sim, serão hospitais municipais.
Vitor Vogas: Quantos? Onde?
Du: Seria um. Esse primeiro já do hospital e, também, levar um para Jardim da Penha.
Vitor Vogas: Um hospital municipal em Jardim da Penha?
Du: Jardim da Penha, não, me desculpe, em Jardim Camburi.
Andressa Missio: O senhor já tem local?
Du: Não, o local não tem em Jardim Camburi.
Antonio Carlos: Ok! Eu queria perguntar para o senhor a respeito de um aplicativo que o senhor falou que criaria para que as pessoas pudessem acompanhar o transporte coletivo, mas já não existe isso? Hoje as pessoas já têm esse acesso a um aplicativo que orienta sobre o transporte coletivo. Qual é a diferença? Eu não consegui entender.
Du: É a criação seria uma modernização. A criação sei que ele já existe, mas nós vamos modernizar e fazer funcionar realmente. O nosso transporte porque transporte deixa a desejar principalmente nas periferias tem muita reclamação e tem andado por aí, pelos bairros e as pessoas têm reclamado. Então, é modernizar e fazer funcionar realmente.
Antonio Carlos: Vamos ampliar, então. Já que o senhor acha que o aplicativo não funciona bem, mas como é que o senhor pretende melhorar essas linhas de ônibus, as municipais, é bom a gente deixar claro, nas periferias da capital?
Du: Colocando mais ônibus confortáveis para a população.
Vitor Vogas: Uma proposta importante do seu plano, a respeito do eixo Educação, é fazer com que as creches e escolas municipais agreguem ensino gastronômico, tecnológico e turístico. O senhor diz: “Essa abordagem busca estimular o interesse dos jovens nessas áreas, preparando-os para oportunidades futuras e fomentando a valorização da cultura local”. “Oportunidades futuras”, visando à preparação para o ingresso no mercado de trabalho. Porém, a educação municipal é muito voltada para ensino ensino infantil e fundamental: creches e escolas de ensino fundamental. Então, a ideia realmente é preparar crianças para o mercado de trabalho, assim tão precocemente?
Du: Sim. A minha ideia é prepará-las, inclusive, para serem empreendedoras. Eu acredito que é importante a gente gerar emprego, mas o meu principal objetivo é gerar renda, fazer com que essas crianças já aprendam a ser empreendedores. Assim como eu tive que aprender, aprendi sozinho. Comecei do nada… comecei do zero, cresci, comecei a trabalhar aos 11 anos de idade, com 13 fui office boy e fui crescendo na minha vida e fui empregado e tive um patrão que assinou minha carteira. Hoje, sou eu que assino carteira de outras pessoas.
Vitor Vogas: Então, na prática, as crianças, os alunos da rede terão aulas de gastronomia, turismo etc…
Du: Sim!
Vitor Vogas: … já nos CMEIs, nas EMEFs?
Du: Sim, sim, a minha ideia é essa.
Vitor Vogas: Desde a creche?
Antonio Carlos: Desde a creche?
Du: Desde a creche! As pessoas têm que aprender a ser empreendedores, porque eu, desde criança, eu já sentia que era empreendedor. O empreendedorismo já estava em mim, só que, de onde eu nasci, que eu nasci na zona rural, não tinha… Onde eu nasci não tinha nem água encanada, não tinha luz, não tinha telefone, não tinha nem banheiro dentro de casa. Então, quer dizer, mas o meu espírito de empreendedor já fazia com que eu colhesse as frutas ali e fosse vender na cidade, então isso eu quero colocar para as crianças logo. Se as crianças quiserem realmente ser empreendedoras, têm que começar do início, começar dentro de casa, começar nas escolas.
Antonio Carlos: Até aí, candidato, acho que não há discordância. Acho que a discordância só é imaginar que isso possa ser aplicado desde a creche. Acho que essa é estranheza, entendeu?
Du: Tá!
Andressa Missio: Eu gostaria já de fazer a primeira pergunta deste segundo bloco, a respeito de educação, para complementar aquilo que a gente vinha falando. O senhor fala que, na educação infantil, gostaria que as crianças tivessem um aprendizado “precoce”. Por quê?
Du: O aprendizado tem que acontecer desde o início. Quando a gente nasce, a gente já tem que aprender as coisas boas da vida. E a gente ensinar as pessoas a serem empreendedoras, colocando na cabeça dela, desde o início, que empreender é uma arte, que empreender é correr riscos, que empreender é bom para toda uma sociedade. Não sufocar a criança com o empreendedorismo, mas dizer a ela logo, desde o início, que empreender é possível para todos e ela vai aprender ao longo da vida dela a ser uma empreendedora, se ela quiser.
Andressa Missio: Não é ser alfabetizada antes. É sobre empreendedorismo que o senhor quer destacar esse “aprendizado precoce”?
Du: Sim, caminhar junto: empreendedorismo com a alfabetização.
Antonio Carlos: O senhor fala na revisão do Plano Diretor. O que significa isso? Como é que o senhor mudaria? Qual é a proposta do senhor para revisar o Plano Diretor de Vitória? É complexo, hein…
Du: É complexo. Eu tenho uma equipe, né? Inclusive, a equipe que montou o plano de governo está empenhada nisso. Isso é um trabalho que está sendo feito a várias mãos e que será implantado e nós iremos fazer.
Antonio Carlos: Sim, mas o que o senhor mudaria hoje? Olhando a cidade, qual é a noção que o senhor tem?
Du: Eu tenho esse projeto, mas no momento não posso dizer ainda o que a gente mudaria exatamente, senão já viraria um compromisso.
Vitor Vogas: Uma pergunta a título de curiosidade, candidato, porque o senhor tem enfatizado tanto a questão do empreendedorismo. O senhor notadamente é um empresário… sua experiência profissional inteira vem da iniciativa privada. Pode ser considerado um empresário bem-sucedido na sua área. E, na sua prestação de contas, a gente viu que, até agora, o senhor não recebeu nenhum centavo, nem um centavo sequer do seu partido via Fundo Eleitoral, mas já investiu R$ 300.000,00 do próprio bolso na sua campanha. Bem, o senhor espera receber algum recurso de financiamento público de campanha do seu partido, o Avante? E quanto dinheiro mais o senhor pretende investir do próprio bolso na campanha?
Du: Legalmente, eu posso investir 10% do meu lucro, da minha pessoa física do ano passado, da minha declaração de Imposto de Renda, e também posso doar 10% do valor que é estipulado para cada candidato poder investir. Eu tenho esse recurso e, havendo necessidade, eu colocarei mais. Quanto ao Fundo Partidário, realmente não tem promessa, o presidente Tibé não prometeu recurso nenhum, e tudo que eu estou colocando são recursos próprios. É um dinheiro de Eduardo Spadetto Ramlow, divisão de lucros das minhas empresas e café, gado que eu vendo.
Vitor Vogas: E me deixe só emendar, já que estamos nesse tema da sua experiência como empreendedor. Repito: o seu currículo, sua experiência profissional vem toda da iniciativa privada. O senhor, porém, não tem nenhuma experiência até hoje em matéria de administração pública, na gestão pública. O senhor considera que a sua experiência como empreendedor, empresário etc. seja suficiente para governar a capital do Espírito Santo?
Du: Acredito que sim. Eu vou citar só um exemplo. Anteontem, nós fomos condecorados com uma medalha que se chama Platina, na Kawasaki. A platina é a excelência no mundo de mão de obra, tanto mão de obra na oficina quanto a mão de obra de vendas. Nós chegamos ao máximo. Nós chegamos, eu acho que a 98,6% de satisfação de funcionários e clientes. Então, hoje, Vitória tem uma empresa que é platina. Eu tenho 35 anos que eu comercializo motocicletas, desde 1989, foi quando eu comecei comprando, vendendo moto, depois virei concessionária Yamaha, depois concessionária Honda. E hoje, há 15 anos, sou concessionária Kawasaki de motocicletas. Se você me disser que… se chegar uma moto lá com um problema de motor, que eu sei abrir o motor da motocicleta, sei consertar o motor e fechar o motor e liberar motocicleta para o uso, eu vou estar mentindo. Agora, tenho os melhores mecânicos, tanto que a prova está aí, que a gente conseguiu para Vitória a platina, que é o máximo em mão de obra e em satisfação de clientes no mundo, não é nem no país, é no mundo.
Antonio Carlos: Vamos falar um pouquinho de segurança. O senhor fala que vai desenvolver um sistema de inteligência para antecipar a ação da criminalidade. Como é que é isso?
Du: Primeiro, eu quero a integração da Prefeitura Municipal com o Governo do Estado. Hoje nós não temos isso. Sai um bandido monitorado das nossas cidades vizinhas para a cidade de Vitória, quando atravessa a ponte ou atravessa o canal ou o mar ou chega aqui pela Serra, pelo aeroporto, ele automaticamente para de ser monitorado pelo Estado, porque não está conectado, e é a polícia municipal que começa a monitorar. Então, primeiro, tem que integralizar. Hoje, uma grande coisa que a gente tem e precisa imediatamente fazer isso e aprimorar é via facial. A gente já vê isso em estádio, já vê isso em outros países, então, isso eu quero aprimorar e fazer!
Vitor Vogas: Reconhecimento facial.
Du: Reconhecimento facial.
Antonio Carlos: E o senhor imagina que isso vai possibilitar a antecipação de um crime?
Du: Sim, porque existe até… Segundo o Coronel Wagner, meu parceiro, meu prefeito…
Vitor Vogas: Seu “coprefeito”…
Du: É isso! Até as batidas cardíacas de uma pessoa já podem dizer se essa pessoa está intencionada ou mal-intencionada, o jeito das pessoas olharem, se comportarem, entendeu? Então até isso, a gente tendo visibilidade dessa pessoa, a gente pode monitorar…
Vitor Vogas: Enfim, o “comportamento suspeito”…
Du: É isso aí. Obrigado, Vitor!
Andressa Missio: O senhor se considera um empresário de sucesso. Gostaria de saber por que o senhor quer ser prefeito?
Du: Ótimo pergunta. Eu, o Du, simples assim, comecei a vida do nada, empreendi em vários setores da sociedade. Hoje, eu atuo como cafeicultor, como pecuarista, como silvicultor… Sou gestor imobiliário, me formei em gestor público no ano retrasado na Estácio de Sá, sou auxiliar de escritório, sou piloto privado de helicóptero e tenho uma vida saudável, tenho uma vida já satisfeita com ela e, vendo tantos problemas sociais que existem tanto nas prefeituras quanto no estado, quanto no país e até no mundo, a única forma de eu realmente ajudar as pessoas é eu entrando na vida pública. Por isso é que eu estou entrando na vida pública, para ajudar as pessoas.
Vitor Vogas: Uma outra grande curiosidade que nós temos é que nós vimos nesses dias uma peça publicitária da sua campanha na qual o senhor se compara ou é comparado ao candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal. Qual é a analogia, o paralelismo possível?
Antonio Carlos: Além do fato de ser piloto de helicóptero, porque ele gosta de fazer isso.
Du: O Pablo Marçal é uma pessoa que eu admiro muito e, olhando as características dele e os objetivos dele, a gente tem muita coisa em comum, que somos iguais. Ele veio do nada, também vim do nada. Ele gera emprego, gera renda. Eu também. É um pagador de imposto. Eu também sou. Tem boas intenções. Eu também tenho. Então, vários perfis dele encaixam comigo. Isso não fui eu que criei, isso chegou até mim e eu gostei. Acabei mandando para algumas pessoas, alguns amigos, entendeu? Algumas pessoas que a gente gosta e agrada na minha lista de transmissão.
Antonio Carlos: A gente tem 30 segundos para o senhor dar um recado final, candidato.
Du: Quero dizer que o Du não é igual aos outros candidatos a prefeito de Vitória. O Du é uma pessoa igual a você, por isso é que eu coloquei meu nome, estou entrando e vou ser o prefeito de Vitória e vou fazer o melhor para todos! Com o número 70, você pode concretizar isso nas urnas no dia 6 de outubro.
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