TV Capixaba
Café do ES estreia na bolsa e traz vantagens aos produtores
Produtores capixabas agora podem negociar contratos futuros de café Conilon, garantindo maior segurança e previsibilidade nos preços
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) deu um passo importante para o setor cafeeiro brasileiro ao iniciar a negociação de contratos futuros de café Conilon. A novidade oferece aos produtores, especialmente os capixabas, a possibilidade de maior previsibilidade de preços e transparência nas negociações.
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Cada contrato futuro de café Conilon cru prevê a entrega física em Vitória e corresponde a 100 sacas de 60 kg. A iniciativa é considerada um marco no setor cafeeiro, trazendo uma ferramenta essencial para a proteção de preços, beneficiando produtores ao garantir valores mais justos para suas colheitas.
Em entrevista ao Estúdio 360, a líder da XP Investimentos no Espírito Santo, Cecília Perini, explicou que esse avanço é uma oportunidade para os produtores locais se protegerem das oscilações de mercado. “Agora, o produtor pode negociar seu café com maior segurança, garantindo um preço justo antes mesmo da colheita”, afirma Cecília.
Mercado de café robusta ganha destaque
O café Conilon, também conhecido como robusta, tem características distintas do tradicional café arábica. Embora o arábica já seja negociado há anos na B3, a inclusão do Conilon representa uma inovação importante, já que seus preços não seguem necessariamente o mesmo comportamento do arábica. Essa nova modalidade de negociação permite maior precisão no cálculo dos preços para o Conilon.
A comercialização de café na bolsa faz parte de um sistema que inclui outras commodities, como soja, boi gordo e etanol. Segundo Cecília Perini, a negociação de commodities na bolsa oferece uma ferramenta eficiente para proteger os preços, essencial para produtores que buscam reduzir os riscos de perdas financeiras.
Produtores capixabas no centro da mudança
A inclusão do café Conilon na Bolsa de Valores traz uma grande oportunidade para os produtores capixabas, que representam cerca de 20% da produção mundial de Conilon. O Espírito Santo, um dos maiores produtores da variedade, se destaca no cenário internacional, especialmente após adversidades climáticas afetarem outros países produtores.
Durante a entrevista, Cecília ressaltou que esse novo modelo de negociação permite que os produtores travem os preços antecipadamente. “Com o cenário favorável, o produtor já pode garantir o preço do café a ser entregue em três ou quatro meses, reduzindo a exposição às flutuações do mercado”, disse.
A importância da previsibilidade de preços
A proteção de preços é uma das maiores vantagens dessa nova ferramenta. Ao negociar contratos futuros, os produtores conseguem garantir um valor fixo antes da entrega física do produto, independentemente das variações do mercado. Atualmente, os contratos de café Conilon estão sendo negociados em torno de R$ 500 por saca, proporcionando mais segurança para os agricultores.
Essa previsibilidade é fundamental para garantir a estabilidade financeira dos produtores, principalmente em tempos de incertezas no mercado internacional. O robusta, uma variedade utilizada amplamente na composição de blends de café, é essencial para o funcionamento das indústrias. A nova forma de negociação traz mais confiança para todos os envolvidos na cadeia produtiva.
O papel do mercado financeiro
Essa mudança na negociação do café Conilon na bolsa também reflete a importância do mercado financeiro para o agronegócio. As operações são realizadas de forma digital, proporcionando um ambiente mais seguro e acessível tanto para produtores e cooperativas quanto para investidores.
Além de beneficiar diretamente os produtores, as operações na bolsa também são impulsionadas por investidores que ajudam a aumentar a liquidez do mercado de commodities. Segundo Cecília Perini, esse processo democratiza o acesso às negociações e fortalece o setor cafeeiro brasileiro, principalmente no Espírito Santo, que desempenha um papel fundamental nesse mercado.
“A operação já está valendo e os contratos futuros de Conilon estão sendo negociados desde este mês, o que fortalece ainda mais o mercado de café robusta”, conclui Cecília em sua entrevista ao Estúdio 360.
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