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Aos 64 anos, mulher guia ônibus do Transcol pelas ruas de Vitória

Jandira conta que apesar dos episódios de machismo e preconceito, são esses mesmos passageiros que após um tempo se tornam amigos

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A motorista de ônibus Jandira Emeterio passa por cima das adversidades do dia a dia com bom humor a amor pela profissão. Foto: Arquivo Pessoal

A motorista de ônibus Jandira Emeterio passa por cima das adversidades do dia a dia com bom humor a amor pela profissão. Foto: Arquivo Pessoal

Quando você pensa em motoristas de ônibus, qual é a primeira imagem que vêm a sua mente? Provavelmente, você logo imagina um homem nessa ocupação, não é? Em um ambiente dominado pela presença masculina, mulheres estão ocupando cada vez mais cargos e sua presença não passa despercebida. E comemorando o Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (08), o Portal ES360 traz um exemplo de representação. Jandira Emeterio, de 64 anos, é motorista da linha 184 – Mario Cypreste à Jardim da Penha.

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Ao se divorciar, Jandira se encontrou em uma situação delicada, sem profissão e com sua filha para criar, ela precisava de uma ocupação para por o “pão na mesa de casa”. E assim sua história se iniciou, ela começou no trabalho burocrático do escritório da empresa de ônibus, como uma “faz tudo”. E após um ano, ela trocou sua habilitação e passou a trabalhar no “Mão na Roda”. Com dois anos, ela passou para o Seletivo e atualmente, ela dirige nas ruas da capital, Vitória. “Sou muito grata pela oportunidade que me deram. Eu, na verdade, nunca imaginei que seria motorista”, diz ela, entre risos.

A motorista lembra de momentos preconceituosos vivenciados em sua carreira. A capixaba diz passar por momentos de preconceitos e piadinha, mas ela os releva. “São momentos muito pequenos para deixar que isso acabe com o meu dia”, conta. Com seu batom vermelho e sorriso no rosto, Jandira fala que apesar desses episódios, são esses mesmos passageiros que após um tempo se tornam amigos.

Como destaca Jandira, conduzir o veículo vai além do trabalho em si, é algo que se destaca pela responsabilidade. “Esse trabalho exige muita doação, não é simples, chega a ser desgastante. Eu amo o meu trabalho!”, salienta.

E, com o passar dos anos, afirma, o preconceito reduziu: “Foi diminuindo, os usuários foram se acostumando a ver mais mulheres na condução de ônibus”.

A rotina como motorista

Jandira trabalha no turno da manhã. Ela revela acordar todos os dias às 4h20 da manhã, ir até a Serra para pegar o ônibus que conduz e começar a sua rota pela Capital. Depois de terminar sua jornada, ela chega em casa para começar outro turno: o trabalho doméstico. Em sua correria do dia a dia, ela revela que sua parte favorita é descansar. A melhor parte do dia é o seu sono.

Em sua rotina como motorista de ônibus, ela afirma fazer questão de receber o “bom dia” dos passageiros. Isso faz toda a diferença para ela, o dia fica mais leve e ela sente a gratificação de seu ofício.

O que a deixa triste e chateada é quando ocorre um atraso. “Infelizmente, às vezes acontece de ocorrer acidentes no trânsito, imprevisto com o carro, e isso vai me dando uma ansiedade, pois o passageiro só quer chegar no seu destino e eu tenho que passar calma a serenidade para eles”, diz.

Jandira se declara para a profissão e a gratidão por poder exercer seu cargo. Por não ter completado os estudos, para ela é gratificante, dia após dia, poder exercer sua profissão de motorista de ônibus. “Eu me sinto realizada, privilegiada e acariciada por Deus. Hoje eu estou aposentada, mas continuo trabalhando. Eu estou com 64 anos e só lembro da minha idade quando olho no espelho, pois ao contrário eu me esqueço”, conta.

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