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Coluna Vitor Vogas

Três candidatos a prefeito do PT no ES ganham falas de apoio de Lula

Campanhas dos petistas apostam no “impulsionamento” que manifestação do presidente pode dar, ajudando-os a absorver os votos de eleitores de esquerda

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Presidente Lula durante Coletiva de imprensa na Etiopia. Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula durante coletiva de imprensa na Etiópia. Foto: Ricardo Stuckert

Três candidatos do PT à prefeitura de municípios da Grande Vitória ganharam falas de apoio gravadas pelo presidente Lula: Roberto Carlos (Serra), Célia Tavares (Cariacica) e João Coser (Vitória).

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Talvez por ser, dos três, quem se encontra mais abaixo no momento em pesquisas de intenção de voto, logo quem mais necessita do “impulsionamento” que Lula pode dar, Roberto Carlos foi o primeiro a utilizar esse recurso. A declaração de apoio do presidente da República para ele já está sendo veiculada desde o início desta semana na sua propaganda no rádio, no horário eleitoral gratuito dos candidatos da Serra.

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No programa de Roberto Carlos, com a sua inconfundível voz extremamente rouca, Lula afirma:

“Estamos colocando o Brasil na direção de um futuro melhor para todos, trazendo de volta programas como Farmácia Popular e o Mais Médicos, criando empregos, cuidando das pessoas. A gente sabe que ninguém governa sozinho. Precisamos estar juntos, trabalhando para mudar a sua vida e a da sua família. Agora, é hora de votar em quem vai nos ajudar a colocar a sua cidade no rumo certo. Em Serra, vote no Professor Roberto Carlos”.

Tirando a última frase, tudo leva a crer que o texto é padronizado, isto é, o mesmo texto gravado por Lula foi espalhado pela direção nacional do PT para ser usado pelos candidatos a prefeito do partido país afora, alterando-se apenas os nomes da cidade e do candidato.

Roberto Carlos também recebeu fala de apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O programa deverá ser montado e exibido na semana que vem.

A campanha de Roberto Carlos é uma das que mais usa e abusa da conexão com o governo Lula e com a figura do presidente da República. Escuta-se no jingle: “A Serra faz o L com você”.

“Professor Roberto Carlos” só tem um l, no meio de Carlos.

Célia Tavares

Enquanto isso, em Cariacica, o QG da também educadora Célia Tavares está preferindo “esconder o jogo”, ou melhor, guardar a arma secreta para usá-la na hora certa: a reta final da campanha. Nesta quarta-feira (10), a propósito, entramos oficialmente na segunda metade do período oficial de campanha no 1º turno.

A principal oponente do prefeito Euclério Sampaio (MDB) também já recebeu a gravação de Lula para ela. Assim como a Serra, Cariacica só tem horário eleitoral no rádio, não na TV. Mas, antes de ser exibida no rádio, a fala de Lula será publicada nas redes sociais da candidata, o que deve ocorrer em breve, segundo a assessoria de Célia.

João Coser

No caso do candidato a prefeito de Vitória, Lula não só gravou um vídeo de apoio para Coser como fez fotos ao lado da principal esperança do PT entre as capitais do Sudeste. A campanha do ex-prefeito e deputado estadual também está guardando esse material a sete chaves, para soltá-lo no momento estrategicamente mais oportuno.

Como já demonstramos aqui, Coser e seu staff apostam na força política de Lula; energia latente que pode se converter em movimento e nos preciosos votos que faltam para carimbar sua passagem para o 2º turno.

Os estrategistas de Coser não estão fazendo, de modo algum, uma campanha vinculada ao PT e a Lula – como a de Roberto Carlos na Serra, por exemplo. Assim, ele não se limita a captar os votos do interior de uma bolha.

Ao mesmo tempo, o núcleo duro da campanha está convencido de que a presença de Lula na propaganda, na hora certa, poderá ser decisiva para que Coser concentre os votos enraizados na esquerda em Vitória, percentual do eleitorado da cidade que, para ele, pode fazer toda a diferença entre morrer no 1º turno e conseguir passar para o 2º. Parte desse eleitorado, por exemplo, pode estar pendendo hoje para Camila Valadão (PSol).

Se Coser passar de fase, em reedição do confronto final com Pazolini (Republicanos) em 2020, a conversa então será outra, e as estratégias serão reavaliadas, inclusive o peso que Lula deverá ter ou não na campanha: se um Lula realçado em dado momento da campanha no 1º turno pode ajudar a impulsionar Coser para o 2º turno, um Lula explícito ou muito presente em sua campanha no 2º turno pode condená-lo antecipadamente à derrota.

Aí, possivelmente, o trunfo a ser lançado será outro: a entrada do governador Renato Casagrande (PSB) na campanha. Se Coser chegar lá.

O paradoxo de Coser

Realçar Lula no 1º turno pode ser a salvação para Coser; explicitá-lo no 2º turno pode ser a sua perdição. Mas então Lula já terá sido explicitado por ele no 1º turno, e a lembrança estará fresca na memória dos eleitores de Vitória (e do seu adversário)… Eis o dilema da campanha do petista.


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