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Dinheiro

Por que o diesel deve continuar mais caro que a gasolina

Com redução nos impostos para gasolina e etanol, diferença entre o diesel vai aumentar ainda mais

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Diesel. Foto: Shutterstock

Neste mês de junho, o preço do diesel superou pela primeira vez a gasolina em postos na Grande Vitória, depois da Petrobras ter aumentado em 14% o valor do diesel e em 5% o da gasolina. O fato chama a atenção porque o diesel, mesmo o S10, sempre foi mais barato que a gasolina comum.

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A média cobrada pelo diesel comum no Espírito Santo estava em R$ 7,37 entre os dias 19 e 25 de junho, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo. O diesel S10 estava na casa de R$ 7,50, chegando a R$ 7,62 em algumas regiões. Já a gasolina tinha média de R$ 7,51.

Desde o início desta semana, a gasolina começou a ter queda nos preços depois que as distribuidoras começaram a repassar o produto já com incidência zero de impostos federais como PIS, Cofins e Cide, segundo informou o Sindipostos. O combustível já voltou para a casa dos R$ 7 – e ainda deve cair mais depois da redução do ICMS – , enquanto o diesel tem tendência a ficar com a diferença ainda maior – para cima – da gasolina.

Sobre o diesel mais caro, o Sindipostos explicou que os estabelecimentos estão comprando a gasolina bem mais barato que o diesel. O preço médio de compra do diesel comum no estado era R$ 6,85 (R$ 6,91 o diesel S10) e o da gasolina 6,28.

E como não há margem para redução da alíquota, como foi feito com gasolina e etanol, o diesel deve continuar caro. No Espírito Santo a alíquota de ICMS para o diesel é de 12%, a mais barata do Brasil, segundo o governo estadual. Já a gasolina deve começar a cair por volta de R$ 0,36 o litro a partir da próxima semana, quando começa a valer a redução do ICMS, que passou de 27% para 17%.  O professor de economia da UVV, Fabrício Azevedo, lembrou ainda que a alíquota do etanol também caiu, o que também deve ter impacto na gasolina, visto que o combustível tem álcool em sua mistura.

Mas qual o motivo da disparada do diesel? O professor explica que a resposta está na guerra entre a Rússia e Ucrânia, o que resulta numa tendência de aumento dos combustíveis em todo o mundo, visto que o barril de petróleo continua subindo e não há previsão de melhora.

“A tendência de aumento se mantém porque a Rússia, um dos maiores extratores e produtores de petróleo do mundo está em conflito com a Ucrânia e temos a intensificação da restrição de países da Europa em relação à economia russa. A gente diminuiu muito a quantidade de reserva de petróleo e isso puxa o preço para cima enquanto a gente não tiver estabilidade com produção e venda de barril de petróleo no mundo”, explica.

Fabrício Azevedo detalha que, por mais que o Brasil seja autossuficiente na extração, ainda não é autossuficiente no refino do petróleo, por isso o país compra gasolina e diesel fora.