Quase a metade das escolas do ES já registra casos de bullying

Escolas brasileiras tentam criar projetos para diminuir a prática. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O Espírito Santo registrou pelo menos 624 escolas com casos de bullying em 2022. Os dados são do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

De acordo com a pesquisa, das 1.380 escolas analisadas, 45,2% relataram que, mesmo com poucos casos internos, algum aluno já relatou ter sofrido bullying por colegas de sala ou de outros alunos da instituição. O estado ocupa a 13ª posição com maior número de escolas com casos no ranking do país.

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Do total, apenas 27 escolas alegaram que apresentam casos de bullying recorrente enquanto 501 relataram nunca ter tido nenhuma ocorrência da prática. Essas informações incluem violência física ou verbal.

“Esse é um problema que agrava os riscos de ataques violentos às escolas e que não está exatamente correlacionado à incidência de outras violências nos territórios do entorno das instituições escolares, mas à exposição prolongada a processos violentos em âmbito familiar (negligência e autoritarismo parental) e conteúdo disseminado em redes sociais”, detalhou o Anuário.

Combate

Ao mesmo tempo que mais de 45% das escolas afirmam ter tido pelo menos um caso de bullying, 74,3% das analisadas registram a existência de projetos temáticos que buscam acabar com essa prática.

Segundo o Anuário, pesquisas apontam a maior probabilidade das vítimas de bullying desenvolverem problemas de saúde, como transtornos internalizantes (medo, retraimento, tristeza, queixas somáticas), autoagressão e até uso do tabaco.

Numa tentativa de diminuir ainda mais o número de casos e de aumentar o debate sobre o assunto, foi criado o Dia Internacional do Combate ao Bullying, celebrado em 20 de outubro. A data chama atenção para a importância de projetos que acabem com o bullying nos ambientes educacionais.

Ataques violentos

O Brasil registrou, nos últimos 20 anos, mais de 20 ocorrências de ataques ou tentativas de ataques violentos a escolas. Os ataques, em sua grande maioria, são motivados por discursos de ódio, bullying, racismo, misoginia, intolerância étnica ou religiosa.

No Espírito Santo, a cidade de Aracruz sofreu com um ataque a duas escolas em novembro do último ano. Na ocasião, a justiça afirmou que o ataque teria sido motivado por ideologias nazistas que o garoto, de 16 anos, acompanhava nas redes sociais. Foram três mortes e 11 feridos.

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