Dia a dia
Hartung busca novos líderes e elogia Pazolini
Hartung apontou que a renovação das lideranças políticas capixabas deve se intensificar nos próximos anos
O ex-governador Paulo Hartung não poupou elogios ao prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, ao comentar os resultados das eleições municipais. Em entrevista ao Estúdio 360, da TV Capixaba/Band, nesta quinta-feira (21), Hartung destacou a capacidade política do chefe do poder executivo da capital, que saiu vitorioso das urnas, alcançando 60,48% dos votos no primeiro turno.
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“Foi uma disputa bem-sucedida, uma das mais importantes. O que vivenciamos neste último pleito eleitoral [em Vitória] foi o envolvimento de diversas lideranças, que tentaram evitar que a eleição fosse decidida no primeiro turno, o que era bastante evidente”, afirmou. Hartung fez uma referência à tentativa dos adversários de Pazolini, apoiados por lideranças importantes e partidos bem estruturados, de buscar levar a disputa para o segundo turno, quando poderia haver uma união em torno do nome escolhido para disputar a etapa final da eleição com o prefeito da Capital. Pazolini conquistou a vitória no primeiro turno.
Novas lideranças
Para Hartung, a ascensão de lideranças mais jovens, como é o caso de Pazolini e outros prefeitos da Grande Vitória (ele citou, por exemplo, Wanderson Bueno, reeleito com 92% dos votos em Viana) é reflexo de uma mudança importante no cenário político do Espírito Santo. Ele vê esse movimento como positivo para a renovação e modernização da política no estado. Por várias vezes, o ex-governador citou a necessidade de mudança, porque, na visão dele, a manutenção de uma estrutura política por muitos anos na administração leva àquilo por ele definido como “fadiga do material”. “É natural que a política evolua, e vejo com bons olhos a chegada de novas gerações. Elas trazem novas ideias, novas formas de se comunicar com a sociedade e também a capacidade de se conectar com a população mais jovem, algo essencial para manter a política próxima da realidade dos cidadãos”, afirmou.
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O ex-governador aponta os resultados das eleições municipais deste ano como um alerta para as lideranças tradicionais. Hartung citou a disputa eleitoral em São Paulo, marcada pela presença de Pablo Marçal, criado e impulsionado pelas redes sociais, como exemplo do distanciamento entre os políticos e uma grande parcela da população. Por isso ele defende a necessidade da abertura de espaço para novas lideranças, capazes de compreender as necessidades de um eleitor cada vez mais exigente e conectado.
“Passo atrás”
Hartung também comentou o desempenho de outras lideranças da Grande Vitória, destacando o sucesso do prefeito de Serra, Sérgio Vidigal (PDT), que conseguiu eleger o aliado Weverson Meireles (PDT) no segundo turno com 60,48% dos votos. Hartung observou que Vidigal fez uma escolha estratégica ao se afastar e apoiar Meireles, uma liderança mais jovem. “Vidigal, com sua experiência política, percebeu a necessidade de dar espaço a uma geração nova. Ele foi muito sábio em dar um passo atrás e apostar em alguém mais jovem”, analisou.
Outro nome citado foi o de Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha, que obteve uma votação expressiva nas eleições. “Eu acho que é um líder que está pontuando aí, quer dizer, você tem em Vila Velha um resultado eleitoral maiúsculo na minha visão. O Arnaldinho teve uma votação muito expressiva”, frisou.
Equilíbrio nas contas
Hartung também destacou a importância de os novos prefeitos e os reeleitos terem atenção com as contas públicas. Para ele, essa tarefa será mais difícil a partir de 2025. Ele lembrou as ações adotadas durante a pandemia por Paulo Guedes, então ministro da Economia do governo Bolsonaro. “O Paulo Guedes travou os gastos”, lembrou o ex-governador. Ele se referia ao fato de o governo federal ter socorrido estados e municípios, mas, ao mesmo tempo, ter estabelecido travas nos gastos municipais. Ou seja, a tarefa de equilíbrio nas contas municipais foi facilitada pela ação do governo federal. “Agora será diferente. Os prefeitos eleitos e os reeleitos terão de colocar um olho no gato e outro no peixe”, ou seja, nas receitas e nas despesas.
Hartung candidato?
O ex-governador preferiu não responder se voltará à vida pública. Atualmente ele está à frente da Indústria Brasileira da Árvore (Ibá), associação responsável por representar a cadeia produtiva do setor. “Eu sou muito agradecido, né? Nunca tive nem que disputar segundo turno de eleição, gente, você imagina o que é isso? Como sou grato a isso. Então, assim, qual é meu papel número um? É ajudar a renovar a política capixaba. Eu estou fazendo isso no Brasil e tenho que ajudar isso no meu estado: botar sangue novo. Não pode haver a fadiga de material, isso não nos ajuda. Nós precisamos dar um passo à frente, e isso faz bem. Colocar sangue novo, energia nova, disposição para empurrar esse querido Espírito Santo para frente”, concluiu.
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