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Dia a dia

Entenda o que são termos capacitistas e saiba como evitá-los

Algumas expressões podem passar despercebidas no dia a dia mas são extremamente problemáticas e não deveriam ser utilizadas

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Alguns termos são necessários de serem retirados do vocabulário. Foto: pikisuperstar/Freepik

Recentemente a atriz Claudia Raia foi ao Instagram pedir desculpas por usar o termo “retardado”, considerada uma expressão capacitista, no programa Mais Você, da TV Globo. Logo a busca pelo que significava capacitismo aumentou nas redes sociais.

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O capacitismo é uma forma de discriminação ou preconceito contra pessoas com deficiência. Esse tipo de preconceito pode se manifestar de várias maneiras desde estereótipos até exclusão social e falta de acessibilidade. O mais comum é ocorrer por meio das expressões faladas no dia a dia.

Quem é uma pessoa capacitista está cometendo crime. De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), atitudes preconceituosas contra pessoas com deficiência podem gerar processos e até prisão. A LBI diz que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.”

Expressões capacitistas

Existem alguns termos que são fortemente utilizados na língua portuguesa porém são utilizados de maneira incorreta por terem significados que podem ofender uma pessoa ou um grupo específico.

Uma dessas expressões é o “Dar uma de João sem braço”, que é muito usada para falar de uma pessoa preguiçosa que finge não ver as coisas. Não ter um braço é uma condição física e não comportamental como é o sentido da expressão, portanto é importante que seja retirada do vocabulário. Ela pode ser trocada por “fugiu da responsabilidade” ou “se fez de desentendida”.

Quando alguém quer falar sobre estar enfrentando problemas é muito comum utilizar o “estar mal das penas”. Tal expressão pode ser ofensiva quando se trata de pessoas com deficiência nas pernas ou redução de mobilidade. Ela pode ser trocada por “estar com problemas” ou “estar em crise”.

“Dar uma mancada” é outra expressão muito utilizada como sinônimo de cometer um erro. Entretanto, mancar está relacionado ao manco, uma pessoa que anda firmando apenas um lado. Dessa forma, ela pode ser trocada por “dar uma gafe”, “faltar com o compromisso”, “ser sacana”, errar.

Talvez uma das mais utilizadas é o “fingir demência”. Uma pessoa demente é alguém que tem uma disfunções cerebrais, como perda de memória e discernimento. Com isso, é considerado incorreto associar isso a um comportamento negativo, podendo ser trocada por “fazer de desentendido”.

O “não ter braço” é utilizado quando alguém não tem força ou estrutura para executar uma tarefa. Ao utilizar essa expressão, a pessoa pode estar relacionando a deficiência de não ter determinada habilidade física com a falta de capacidade de fazer algo. Essa expressão pode ser trocada por “não temos pessoal para isso” ou “não temos estrutura para isso”.

Considerada a mais utilizada, o “retardado” ainda é uma expressão extremamente presente no dia a dia. De maneira geral, existe um histórico de preconceito contra pessoas com deficiência intelectual e a expressão está diretamente ligada com isso. Por isso, essa é uma expressão que não deve ser utilizada.

Algumas outras expressões são capacitistas e podem ser trocadas facilmente. Confira a lista:

  • Mongol: deve ser utilizado apenas para fazer referência a quem nasce na Mongólia.
  • A desculpa do aleijado é a muleta: pode ser trocada por “falta de vontade”.
  • Estou pior do que cego em tiroteio: pode ser trocada por “estar perdida”.
  • Estar de fazendo de cego: pode ser trocada por “não estar querendo enxergar o óbvio”.
  • Estou cego de raiva: deve ser trocada apenas por “estou com muita raiva”.
  • O pior cego é aquele que não quer ver: troque por “não quer aceitar a verdade”.

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