Quem é o parente de Guerino Zanon que virou dirigente do novo partido dele?

Fausto Zanon. Foto: Facebook

O empresário de Linhares Fausto Zanon é um dos dois novos vice-presidentes do PSD no Espírito Santo. Linhares, Zanon… Familiar, não? Pois é: literalmente, “familiar”. Fausto é o mais velho dos três filhos do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon, que se filiou ao PSD no limite do prazo de 2 de abril para poder concorrer ao cargo de governador do Espírito Santo.

Guerino, assim, já chega ao novo partido escalando o seu filho 01 na posição de 02 na cadeia de comando estadual do PSD. O outro vice-presidente, segundo os registros oficiais do site do TSE, é o ex-deputado federal José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos. Ele já ocupava essa posição durante a presidência do deputado federal Neucimar Fraga, que jogou tudo para o alto e trocou o PSD pelo PP no fim de março.

Já o novo presidente estadual, desde 31 de março, é o ex-vice-governador César Colnago, substituto de Neucimar no posto-chave.

A presença do primogênito de Guerino, ao lado de Zé Carlinhos, no segundo degrau da hierarquia interna não é um simples detalhe. Permite a leitura de que Colnago chega ao partido como presidente estadual, mas “emparedado” por dois aliados fortes de Guerino e, talvez, com os movimentos relativamente limitados.

Colnago filiou-se ao PSD, após três décadas de militância no PSDB, apresentando-se como pré-candidato ao governo pelo partido. Mas Guerino também aspira à legenda para concorrer ao mesmo cargo. Já apareceu como pré-candidato, explicitamente, no site do PSD nacional e, implicitamente, na propaganda partidária do partido no Espírito Santo.

Nessa nova configuração do PSD, Zé Carlinhos é, desde o início, um dos principais avalistas da pré-candidatura de Guerino. No dia 2 de abril, disse à coluna que o candidato do PSD a governador é um só: o ex-prefeito de Linhares. Quanto ao filho de Guerino, bem, nem precisa dizer nada…

Fausto Zanon nunca disputou eleições, mas costuma ter participação ativa em todas as campanhas eleitorais do pai em Linhares. Na campanha ao Palácio Anchieta, cujas escadas Guerino quer subir, não há de ser diferente…

Enquanto isso, no quartel de Ramalho…

Em sua conta no Instagram, o coronel Alexandre Ramalho, ex-secretário estadual de Segurança Pública e aspirante a senador, fez um post para divulgar um número de Whatsapp disponibilizado por ele como canal direto de conversa dos cidadãos com ele.

O detalhe mais interessante é a mensagem subliminar na separação dos nove dígitos do número. No Espírito Santo, um número de celular (sem prefixo) tem nove dígitos, certo? Normalmente, ao escrever, separamos os nove algarismos em dois blocos: o primeiro com os cinco primeiros dígitos e o segundo com os quatro restantes. Exemplo: 99999-0000.

Mas Ramalho separou seus nove dígitos em três blocos de três. E o último vem a ser… 190.

Não só é o número gratuito da Polícia Militar que pode ser usado em caso de necessidade imediata ou socorro urgente. O número de urna dos candidatos ao Senado também possui três dígitos. E o número eleitoral do Podemos, partido de Ramalho, é justamente o 19.

Assim, subliminarmente, Ramalho pode estar começando a difundir o número de urna com que quer disputar a eleição, se de fato conseguir viabilizar sua candidatura ao Senado, como ele realmente deseja.

Conforme o ex-secretário disse a este colunista na noite do dia 2 de abril – último dia do prazo para a filiação de pré-candidatos a qualquer cargo –, ele recebeu naquele dia a garantia do presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, de que a sua candidatura é ao Senado. Essa promessa foi determinante para sua decisão de permanecer no Podemos, em meio ao assédio de muitas outras siglas, como o União Brasil, que lhe ofereciam legenda garantida para disputar a cadeira no Senado.

Também no dia 2, Ramalho manifestou diretamente ao governador Renato Casagrande (PSB) que a sua expectativa é a de poder concorrer a senador ao lado dele, na chapa da situação.

Se não conseguir vingar como candidato a senador, restará a Ramalho concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, como era o plano original do partido para ele.