Coluna Vitor Vogas
Manato admite que pode escalar aliados políticos em equipe de governo
Em entrevista ao Estúdio 360, opositor de Casagrande afirmou que pode nomear aliados, em secretarias de perfil mais político. Disse, porém, que não vai nomear ninguém que queira disputar a eleição de 2024

Carlos Manato (PL), no EStúdio 360. Foto: Danielli Saquetto
Ao longo de sua campanha no 2º turno, o ex-deputado federal e candidato a governador Carlos Manato (PL) reitera o seu compromisso com a “meritocracia”. Diz que, se eleito, vai acabar com a “mamata”, com o “cabide de empregos do PT” e que formará a sua equipe de governo exclusivamente com base em critérios técnicos: currículo e competência.
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Ao mesmo tempo, seu palanque foi robustecido no 2º turno por vários políticos derrotados nas urnas no dia 2 e que ou já estão sem mandato ou ficarão sem mandato a partir do ano que vem. Podemos citar, por exemplo, os ex-prefeitos de Linhares, Guerino Zanon (PSD), e da Serra, Audifax Barcelos (sem partido), derrotados na eleição ao Palácio Anchieta; o deputado federal não reeleito Neucimar Fraga (PP); e o deputado estadual Rafael Favatto (Patriota), que não conseguiu se eleger deputado federal.
Além deles, há o Tenente Assis (PTB), que se tornou um dos coordenadores da campanha de Manato no 2º turno, após não ter conseguido conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados. Diferentemente dos demais, o bombeiro militar já estava no palanque de Manato desde o 1º turno, mas, como os demais, compõe o time dos “sem mandato”.
Sem “entrar no mérito do mérito”, isto é, sem discutir a competência técnica de cada um desses nomes, é evidente que todos têm antes de tudo perfil político, fazem parte da classe política e possuem uma longa trajetória na atividade política (com perdão pela redundância).
Por isso, na entrevista concedida por Manato ao EStúdio 360 Segunda Edição nesta quinta-feira (27), perguntamos ao candidato: em caso de triunfo nas urnas no próximo domingo (30), ele realmente não vai nomear nenhum de seus aliados políticos em cargos da equipe de governo?
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Manato respondeu que alguns deles poderão ser aproveitados, sim, em cargos que demandem um perfil mais político, como a Chefia de Gabinete e a Secretaria da Casa Civil.
“Na gestão, você tem a parte técnica e a parte política. A Casa Civil é um lugar totalmente político. Se você botar lá um general, um coronel, você tem problemas de relacionamento. Você tem que botar alguém do mundo político. O meu chefe de gabinete pode ser uma pessoa política. Você tem no governo cargos políticos e cargos técnicos. [Alguns desses nomes] poderão ser aproveitados.”
Manato ainda antecipou outro critério importante que ele promete seguir para definir a composição da equipe: não vai nomear ninguém que pense em disputar as próximas eleições municipais, em 2024.
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“Vou dizer mais uma novidade para vocês que não é novidade para mim: quem for disputar a eleição em 2024 não vai participar do governo Manato.”
Na administração pública, é comum que secretários municipais ou estaduais capitalizem a visibilidade e as entregas proporcionadas pelo cargo para se projetarem politicamente e se candidatarem a algum mandato na eleição seguinte (vereador, prefeito, deputado etc.).
É mais uma promessa importante para ser anotada e cobrada, se der Manato no domingo.
Aridelmo
Cumpre fazer um adendo sobre Aridelmo Teixeira (Novo). Pré-escalado por Manato como seu secretário da Fazenda, o ex-secretário da Fazenda de Vitória também já pode ser considerado integrante da classe política estadual, depois de ter disputado, sem sucesso, as duas últimas eleições para governador.
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