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Coluna André Andrès

‘Maior vinho de Portugal’ é liberado após 9 anos de análise

Entenda por que o vinho Barca-Velha, um dos tintos portugueses mais admirados no mundo, chegará ao mercado após tantos anos

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O vinho Barca-Velha, um dos ícones de Portugal.

Vinho Barca-Velha safra 2011, o último a chegar ao mercado. Foto: Divulgação

Foram nove anos de muitos debates e análises. E finalmente a Sogrape, a poderosa e gigantesca organização, proprietária da Casa Ferreirinha, entre diversos outros rótulos respeitados, reconheceu: a safra de 2015 atingiu a qualidade necessária para ser considerada digna de receber o rótulo do vinho Barca-Velha, símbolo de excelência entre os tintos portugueses e uma joia no panorama vinícola global.

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Como se vê, o Barca-Velha, considerado por muitos críticos o melhor vinhos de Portugal, só chega ao mercado em anos de safras excepcionais. A primeira colheita é de 1952. Desde então, o Barca-Velha é considerado o tinto com a maior capacidade de capturar a essência da região do Douro. A última safra a chegar ao mercado foi a de 2011. Agora, em 2024, será a vez da safra colhida nove anos atrás.

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Produtor do ícone português, a Casa Ferreirinha vai lançar a 21ª edição do Barca-Velha em junho, embora ainda não tenham sido divulgados detalhes sobre o preço ou o método de venda. O Barca-Velha de 2011 atualmente custa cerca de 900 euros em estabelecimentos portugueses, como a Garrafeira Nacional. Em sites brasileiros, ele é encontrado por algo entre R$ 6,5 mil e R$ 8,5 mil.

A produção e a seleção

Produzido somente em anos de qualidade excepcional, o Barca-Velha é um blend de castas cuidadosamente selecionadas de várias altitudes do Douro Superior. Atualmente, a maioria das uvas são colhidas na Quinta da Leda, um terreno de 170 hectares, fundamental para a complexidade e a riqueza do mescla final, composta pelas castas Tinta-Roriz, Tinto Cão, Touriga Franca e Touriga Nacional, tradicionais da região.

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A seleção desta safra aconteceu depois de um longo e cuidadoso processo. Inicialmente, o vinho passa 12 meses em barricas de carvalho. Após esse período, o enólogo Luís de Sottomayor faz a primeira prova, juntamente com outros técnicos da vinícola. Decide-se, então, se o vinho irá para o mercado com o rótulo de Quinta da Leda ou passará mais seis meses em barrica. Neste caso, nova prova é feita. E então, o vinho será rotulado como Douro Especial ou seguirá envelhecendo. Só aí, depois de mais um intervalo de tempo, a decisão final será tomada, e teremos um Reserva Especial, o segundo vinho da Casa Ferreirinha, ou, finalmente, o Barca-Velha. Todo esse processo pode levar nove anos, como ocorreu desta vez. Até o anúncio ocorrido agora, tinham sido produzidas 20 safras do vinho, entre 1952 e 2011.

Elegância e caráter

Sottomayor elogiou o Barca-Velha 2015 por sua “elegância, caráter e longevidade excepcional”, atributos que foram decisivos na escolha desta safra. A colheita de 2015 se destacou por ser breve e atípica, beneficiada por condições climáticas favoráveis que resultaram em vinhos de complexidade acentuada, estrutura robusta e frutado expressivo. Sottomayor destacou a convicção na excepcionalidade desta safra.


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

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