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Coluna André Andrès

Bom e barato: cinco vinhos clássicos abaixo de R$ 100

É possível provar tintos, brancos e espumantes de excelente referência no mundo dos vinhos por um preço acessível

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Garrafa e taça de vinho. Foto: Pixabay

Dá para escalar um time de rótulos clássicos e preços acessíveis. Foto: Pixabay

A lição foi dada há bom tempo por um doutor no assunto: “O bom de entender um pouco dessa história de vinho é saber escolher uma boa garrafa sem gastar muito”. A frase foi dita por alguém acostumado a provar alguns dos melhores vinhos do planeta. E deve ser encarada como um mantra, mesmo porque não há novidade alguma em ‘descobrir’, por exemplo, como é bom provar um Sassicaia, um dos maiores ícones da Itália. Para quem não sabe, uma boa safra desse supertoscano alcança facilmente a casa dos R$ 5 mil. E vale cada centavo. Os grandes vinhos são espetaculares, sem dúvida. Igualmente espetacular é descobrir um rótulo de baixo custo e alta qualidade. Por fim, há um caminho intermediário: usar a referência de grandes vinícolas e provar seus vinhos mais acessíveis. Aí dá para escalar um time de rótulos clássicos e preços acessíveis. Esse foi o critério adotado para a coluna de hoje. Fizemos uma relação de vinhos de referência clássica abaixo de R$ 100. Há predominância de garrafas do Novo Mundo porque, infelizmente, está cada vez mais difícil encontrar bons vinhos franceses e italianos nessa faixa de preço. Mas Portugal e Espanha aparecem na lista, fazendo as honras dos grandes produtores do Velho Mundo.

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Faustino VII Tempranillo – Há poucos anos, representantes da Bodega Faustino promoveram uma prova vertical (ou seja, vinhos de safras diferentes) de Faustino I, o mais icônico produto da vinícola, durante uma edição da Vitória Expovinhos. A vertical começava com uma garrafa da safra 1964 e seguia até safras mais atuais. Na degustação, o vinho de quase 60 anos tinha tanta vivacidade quanto o tinto 30 anos mais novo. O exemplo é só para mostrar a capacidade de envelhecimento dos tintos produzidos pela bodega, fundada em 1861. Safras mais recentes do Faustino I saem por R$ 300, pelo menos. O seu ‘irmão’ custa custa bem menos. E é uma boa demonstração da alta qualidade alcançada pela casa espanhola.
Quanto: De R$ 77 a R$ 98

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Cousiño Macul Antiguas Reservas Cabernet Sauvignon – É presença obrigatória em todas as listas desse tipo. O vinho da Concha y Toro, a mais poderosa vinícola chilena, é uma mescla perfeita de qualidade, bom preço e estrutura para viver durante muitos e muitos anos. A Concha y Toro, como se sabe, faz enorme sucesso com seu vinho Reservado e também com o Casillero del Diablo, exportado para todo o mundo. Na outra ponta da produção, aparecem vinhaços como o Lota, Don Melchor e Almaviva, sempre citados nas listas dos melhores tintos chilenos. O Antiguas Reservas fica no meio do caminho, com o preço mais acessível dos vinhos básicos e com boa parte da alta qualidade dos grandes rótulos. Um clássico em sua faixa de mercado.

Quanto: De R$ 79 a R$ 89

Cartuxa EA Tinto – O rótulo faz referência a uma das mais tradicionais casas do Alentejo. A Fundação Eugénio Almeida (as iniciais formam o nome do vinho) é proprietária da vinícola Cartuxa. A história da relação de Eugénio Almeida, da fundação e da cidade de Évora foi construída ao longo de todo o século XX e desaguou na excelência da produção da Cartuxa. De lá saem grandes rótulos com esse nome. Também de lá saem o Scala Coeli e, principalmente, o Pêra-Manca, um dos tintos mais conhecidos de Portugal. O EA é um vinho bastante honesto, um legítimo representante da indústria portuguesa, capaz de ganhar enorme espaço no mercado brasileiro ao juntar ótima qualidade e bom preço.
Quanto: De R$ 57 a R$ 70

 

Norton Reserva Malbec – É curioso: os vinhos mais sofisticados da vinícola argentina Norton têm pouco espaço por aqui. Talvez por ter mercado garantido em outros países, porque a vocação exportadora da vinícola surgiu desde o seu surgimento, no final do século XIX, por iniciativa de seu fundador, Edmund James Palmer Norton. Por conta disso, detalhes de sua história e a qualidade de seus produtos são menos percebidos. A vinícola hoje pertence à Swarovski, conhecida em todo o mundo pela  beleza de seus cristais. Por isso, o vinho icônico da Norton se chama Gernot, uma homenagem a Gernot Swarovski, o austríaco apaixonado por vinhos e responsável pela aquisição da vinícola no final dos anos 1980. Por tudo isso, experimentar o Norton Reserva é provar um pouco dessa história, dessa sofisticação e da tradição representada pela Malbec colhidas nas terras de Mendoza.
Quanto: De R$ 70 a R% 88

EspumanteSalton Ouro – O Brasil entra na lista com seu produto de maior qualidade. Nossos tintos e brancos têm melhorado muito, mas os espumantes continuam imbatíveis. E essa avaliação já se tornou comum em muitos países. Esse sucesso, no entanto, foi solidificado de uma década para cá, um pouco mais, um pouco menos. E o Salton Ouro foi escolhido por ser um predecessor de outros tantos rótulos de qualidade surgidos nos últimos 10 ou 15 anos. A lista de grandes espumantes brasileiros é enorme: Valmarino, Cave Geisse, Casa Valduga e por aí afora… O Salton Reserva Ouro, como era chamado esse espumante em seu rótulo original, ajudou a abrir caminho, para os novos produtos, há mais de 20 anos, ao ser usado para iniciar os trabalhos em degustações de grandes vinhos estrangeiros. Ajudou a escrever essa história e está aí, firme, ainda fazendo parte dela.
Quanto: De R$ 52 a R$ 65

 


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

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