Coluna Vitor Vogas
Magno: “Retirar a candidatura de Manato? Só por cima de mim!”
Em evento do PL em Cachoeiro no último sábado (4), ex-senador reforçou sua palavra de que Manato terá legenda para concorrer ao governo, calando boatos em contrário

Magno Malta (à esquerda) e Manato (à direita) abraçam apoiador
Em discurso para sua militância no último sábado (4), o ex-senador Magno Malta reafirmou a lealdade e a parceria com Carlos Manato e tratou de rechaçar especulações de que o ex-deputado federal possa ser excluído pelo próprio partido da disputa pelo Palácio Anchieta. Bolsonaristas de carteirinha, Magno e Manato são filiados ao Partido Liberal, sigla pela qual o atual presidente da República concorrerá à reeleição.
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Manato é pré-candidato a governador do Espírito Santo, enquanto Magno é pré-candidato a senador e presidente estadual do PL. Em tese, a efetivação da candidatura de Manato está nas mãos do segundo.
“Esse partido 22 é o partido de Carlos Manato”, gritou Magno. “Esse partido tem candidato a governador! Todo dia sai uma notícia mentirosa. Se fosse para Manato não ser candidato a governador, não estava filiado nesse partido. E tem outra coisa: quem não quer Manato candidato a governador do partido 22 vai ter que passar por cima de mim.”
A fala de Magno foi feita durante o “Encontro de Lideranças Conservadoras” realizado em Cachoeiro de Itapemirim, com a presença do próprio Manato. O peso simbólico da declaração é ainda maior por ter sido realizada na cidade onde Magno começou sua trajetória política.
Nas últimas semanas, a atmosfera política capixaba tem sido impregnada por especulações sobre eventual retirada da pré-candidatura de Manato, como resultado de um possível acordo entre o PL e outro partido da base bolsonarista, o Republicanos. Segundo essa linha especulativa, o acordo seria costurado em Brasília, pelas respectivas cúpulas nacionais, e visaria a uma fusão de candidaturas em benefício de Magno.
Nesse caso, o candidato do Republicanos ao Senado pelo Espírito Santo, Sérgio Meneguelli, seria removido da disputa, deixando o caminho totalmente aberto para Magno desfilar sozinho no território dos eleitores bolsonaristas e mais conservadores. Em contrapartida, o PL recolheria a candidatura de Manato e apoiaria o candidato do Republicanos ao governo do Espírito Santo: o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso.
A julgar pelas palavras de Magno, isso está completamente fora de cogitação. E não só pelas palavras do ex-senador.

Magno Malta e Manato se abraçam em evento em Cachoeiro (04/06/2022)
“Tenho um tapete voador”
O próprio Manato, em conversa com a coluna, refutou os boatos de que possa ser rifado do processo eleitoral. Sem citar ninguém, mandou uma indireta para os adversários que estariam plantando fake news com a intenção de minar sua candidatura:
“Tem o candidato que tem voto e tem o candidato que não tem voto. O que não tem voto quer puxar o tapete de quem tem, para poder caminhar sozinho. Querem vencer a eleição no tapetão, mas eu tenho um tapete voador”, disse Malladin, ou melhor, Manatim (como ele mesmo às vezes se chama, passando o sobrenome para o diminutivo). O alvo da metáfora do pré-candidato a governador pelo PL são adversários também posicionados na direita e que procuram disputar espaço com ele no mesmo polo.
“É um zum-zum-zum sem fim. Querem me tirar do processo na base das fake news porque reconhecem meu tamanho eleitoral. Dizem que PL e Republicanos estão fazendo um acordo. Como, se o presidente do meu partido garante minha candidatura? Tem gente que tem a síndrome do rei na barriga: acha que pode tudo, porque, na verdade, pode muito pouco”, disparou Manato.
Em suas redes sociais, o ex-deputado compartilhou o vídeo em que Magno reassegura a sua candidatura, no evento do último sábado em Cachoeiro de Itapemirim.

Magno Malta e Manato fazem selfie com apoiadores em evento em Cachoeiro (04/06/2022)
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