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Minha Casa, Minha Vida se expande: mais renda, mais oportunidades
Artigo de opinião escrito por Ricardo Gava, executivo da Gava Crédito Imobiliário e diretor da Secovi-ES

Financiamento de imóveis. Foto: Freepik
O programa Minha Casa, Minha Vida passou por uma ampliação relevante. Agora, famílias com renda de até R$ 12 mil mensais também poderão financiar imóveis utilizando recursos do FGTS, por meio da nova Faixa 4. Com isso, o programa — que historicamente atendeu principalmente famílias de menor poder aquisitivo — passa a alcançar também parte da classe média, um movimento importante, especialmente diante da elevação das taxas de juros dos financiamentos com recursos da poupança nos últimos meses.
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Essa nova faixa permite financiar imóveis de até R$ 500 mil, com prazos de até 420 meses e juros limitados a 10,5% ao ano. Apesar de não contar com subsídio, essa modalidade representa uma oportunidade real para quem deseja adquirir um imóvel com estabilidade nas condições e estrutura de crédito acessível — algo cada vez mais importante em um cenário de mercado volátil.
Atualmente, o Minha Casa, Minha Vida está dividido em quatro faixas. A Faixa 1 contempla famílias com renda de até R$ 2.640 e oferece os maiores subsídios, com taxas de juros a partir de 4% ao ano, ou 4,25% em regiões como Norte e Nordeste. Já a Faixa 2 atende quem ganha até R$ 4.400, também com subsídios e juros limitados. A Faixa 3 inclui famílias com renda de até R$ 8 mil mensais e oferece taxas que podem chegar a 8,66% ao ano, com subsídios menores. A Faixa 4, recém-criada, atende famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, sem subsídio, mas com financiamento via FGTS, teto de R$ 500 mil e juros limitados.
O subsídio é uma ajuda financeira oferecida pelo governo que não precisa ser devolvida e é utilizada para diminuir o valor do financiamento. Ele é pago diretamente ao vendedor do imóvel, como se fosse uma entrada dada pelo comprador. Quanto menor a renda, maior pode ser esse valor — que é abatido do valor total do imóvel. Isso reduz o montante a ser financiado, diminui o valor das parcelas e facilita o acesso ao crédito. Essa ferramenta segue presente nas faixas mais baixas do programa.
Essa mudança é significativa porque resolve um “vazio” histórico: famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil geralmente não se encaixavam no Minha Casa, Minha Vida e, ao mesmo tempo, enfrentavam restrições ou juros mais altos nos financiamentos convencionais. Agora, essas famílias podem acessar uma linha de crédito mais segura, com regras claras e previsibilidade para sair do aluguel ou melhorar de moradia.
A ampliação do programa vem acompanhada de um reforço orçamentário, com recursos do Fundo Social do Pré-Sal, garantindo que as faixas mais baixas continuem sendo atendidas com subsídios, enquanto a nova faixa entra em cena sem comprometer o foco social do programa.
Ainda há pontos a esclarecer, como a exigência ou não de não possuir outro imóvel e se os empreendimentos da Faixa 4 serão integrados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas a direção está dada: ampliar o acesso ao crédito imobiliário de forma estruturada, transparente e com base no FGTS.
Essa expansão representa um avanço importante para o setor. Embora não atenda diretamente a todos os perfis, amplia o alcance do crédito, movimenta a base do mercado e fortalece a cadeia da construção civil. É um passo concreto em direção a um mercado mais dinâmico e acessível. O crédito imobiliário segue como a principal força propulsora do setor — e merece atenção. Mais crédito, mais oportunidades para todos!
Sobre o autor: *Ricardo Gava é executivo da Gava Crédito Imobiliário e diretor da Secovi-ES.
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