Coluna Vitor Vogas
Análise: veja como foi a estreia dos candidatos a senador no rádio
Rose é apresentada como “batalhadora”, enquanto Magno diz que começa “mais uma batalha”. Erick presta homenagem subliminar ao avô

Rose de Freitas, Erick Musso e Magno Malta são candidatos ao Senado
Nesta sexta-feira (26), começou a ser exibida a propaganda dos nossos candidatos a senador no horário eleitoral gratuito de rádio e TV. Na ordem em que foram ao ar (Magno Malta, Rose de Freitas e Erick Musso), a coluna disseca abaixo a estreia de cada um no rádio, destacando as principais mensagens que as respectivas campanhas buscaram transmitir ao público. Na próxima coluna, analisaremos a estreia na TV.
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Magno (PL): “Nunca parei de lutar”
Adotando retórica bélica, Magno Malta se disse pronto para a guerra: “Hoje começa mais uma batalha de uma guerra que eu nunca parei de lutar. Você sabe disso”.
Com apenas 33 segundos por bloco de cinco minutos para os candidatos a senador, Magno convidou os ouvintes a acompanhá-lo em suas redes sociais. “O tempo é meu inimigo.”
“Eu sei que ainda posso lutar por este país. Você sabe: pra fazer o enfrentamento que eu faço, tem que ter coragem”.
Uma observação à parte é que, ao escolher esse tempo e se dirigir ao ouvinte com expressões como “você sabe”, Magno não amplia o seu público. Está falando para eleitores já convertidos – diferentemente, por exemplo, de Manato, candidato a governador de seu partido, cuja propaganda visa expandir seu eleitorado para além da bolha.
A estratégia de Magno parece ser a de buscar se consolidar justamente como o representante, nessa disputa, da direita bolsonarista, que vai com coragem para “o enfrentamento”.
Seu jingle encerra o programa, com “Volta, Magno Malta”. A propaganda do ex-senador tem a assinatura do cantor e compositor Cid Guerreiro, autor de “Ilariê”.
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Erick Musso: homenagem ao avô
Com 1 minuto e 25 segundos de duração, o programa do presidente da Assembleia é aberto com uma dupla de apresentadores (Mayara e Heraldo). O nome do segundo é uma possível homenagem de Erick ao avô, Heraldo Musso, que foi prefeito de Aracruz e deputado estadual, tendo o próprio Erick como assessor parlamentar.
Heraldo avalia: “O Espírito Santo já teve muitos senadores. Mas, até hoje, nosso estado nunca conquistou o espaço que ele merece”. Mayara enumera problemas (a violência, a fome etc.), e Heraldo formula a pergunta: “O que um senador tem a ver com todos esses problemas”.
O próprio Erick entra em cena para responder: “Muita coisa! O distanciamento do Senado em relação à população fez com que hoje muitos nem saibam o que faz um senador. O papel de um senador é pensar no povo, não como o final de um projeto, mas sim envolver todos na construção das soluções”.
O texto soou um pouco vago. Mas Erick completou que, nos próximos dias, discutirá os temas importantes para os capixabas. A conferir, então.
Chamou a atenção que o candidato não tenha apresentado um minicurrículo e suas credenciais, mesmo no pouco tempo de que dispunha para isso, o que é incomum no programa de estreia de um candidato bem menos conhecido do público que os seus principais adversários.
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Rose: “mulher guerreira”, “em cada canto do Estado”
A propaganda de Rose – de longe, a mais longa, com 2 minutos e 37 segundos – procurou enfatizar pontos que ela mesma vem salientando em seus discursos em atos de campanha: seu pioneirismo como mulher no Congresso; sua imagem de política batalhadora, que nunca teve nada de mão beijada; acima de tudo, sua “presença nos quatro cantos do Estado”, servindo como uma ponte entre as cidades capixabas e Brasília para garantir àquelas o repasse de recursos da União.
O programa começa com seu jingle, num estilo sertanejo caipira – que agrada à gente do interior, onde está boa parte do eleitorado da senadora – e cuja letra ressalta justamente esses pontos, além de realçar a pretensa simplicidade da candidata: “Em cada canto, em cada cidade, tem a presença dela, tem o nome dela”; “Mãe, amiga, nossa irmã”; “Força, fé, coração”; “Rose é verdadeira, é gente como a gente”.
Entra o locutor, informando que Rose é “a primeira mulher eleita como senadora do nosso estado” e apresentando-a como uma batalhadora: “Para iniciar sua vida política, Rose precisou ser uma guerreira. Encontrou muitas portas fechadas e conseguiu transformar essa realidade com o seu trabalho. É aquela mulher, como milhares de outras mulheres pelo Brasil, que não se calam diante dos desafios”.
Depois, ressalta-se o “municipalismo” da candidata: “Ela conhece bem todos os cantos deste estado. […] Ela está presente nas nossas cidades, nos nossos bairros”.
No fim, surge a voz da própria Rose, arrematando: “Assumi um compromisso com o Espírito Santo. […] Em todos os municípios, você encontra as marcas do nosso trabalho. E esse trabalho é mais do que uma luta. Isso se transformou numa missão na minha vida”.
Estreia frustrada
Dos nove candidatos a senador pelo Espírito Santo, outros dois têm direito a aparições no horário eleitoral gratuito de rádio e TV: Gilberto Campos (Psol), com 12 segundos, e Nelson Junior (Avante), com 10 segundos. Mas nenhum dos dois estreou no rádio nesta sexta. A campanha de Nelson informou que seu jingle não ficou pronto a tempo. Já a de Gilberto informou que seu primeiro programa irá ao ar na próxima segunda-feira (29).
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