Coluna Valor em Foco
Os principais erros dos investidores na hora de declarar os seus investimentos
Especialistas alertam: erros na declaração de investimentos, como omitir ganhos em ações ou ignorar contas no exterior, podem gerar multas e ajustes fiscais

Erros comuns na declaração de investimentos. Foto: Arquivo Pessoal
Estamos no último mês para a realização da declaração de imposto de renda e muitos investidores possuem dúvidas acerca da declaração de seus investimentos. Seja em renda fixa, ações, fundos ou criptoativos, cada tipo de investimento possui regras específicas que precisam ser seguidas à risca para evitar problemas com a Receita Federal. No entanto, muitos investidores cometem erros comuns por falta de informação ou atenção aos detalhes. Aqui serão abordados os principais equívocos cometidos na hora de declarar investimentos e como evitá-los.
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- Não declarar todos os investimentos
Um erro comum é acreditar que só devem ser declarados os investimentos que geraram lucro. Na verdade, todos os ativos financeiros — inclusive os que não tiveram rentabilidade ou os que geraram prejuízo — devem constar na declaração. - Declarar valores incorretos das ações e fundos imobiliários
Quando se trata de declarar as ações e fundos imobiliários é comum o deslize de informar os valores com base no saldo atual da conta ou na virada do ano contábil. O correto é declarar o valor de aquisição dos ativos (o chamado “custo de aquisição”), que geralmente é diferente do valor de mercado. - Ignorar rendimentos isentos ou tributáveis na fonte
Não é porque os ativos são isentos de IR que não devem ser declarados. Rendimentos de poupança, LCIs, LCAs e dividendos são isentos de IR, mas devem ser declarados na ficha de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. - Esquecer de apurar e declarar ganhos com ações fundos imobiliários
Investidores que vendem ações ou fundos imobiliários precisam apurar os ganhos mês a mês e pagar o DARF quando há lucro. Muitos se esquecem de fazer isso e acabam omitindo ou informando os dados de forma errada na declaração anual. - Ignorar os prejuízos para compensação futura
Muito relacionado com o tópico acima, boa parte dos investidores acreditam que, por terem tido um resultado negativo, não precisam informar o resultado. Ai que se engana, visto que essas perdas podem ser compensadas futuramente, fazendo com que o investidor pague menos impostos. Esses resultados ficam compilados na aba de “Prejuízo a compensar”. - Deixar de informar contas no exterior
Para quem tem investimentos fora do Brasil, é essencial informar as contas mantidas no exterior e declarar os rendimentos recebidos, respeitando as regras da Receita e do Banco Central. - Declarar de forma incorreta as previdências privadas (PGBL e VGBL)
Um erro comum é confundir a forma correta de declarar planos de previdência privada. No caso do PGBL, os aportes realizados no ano devem ser informados na ficha “Pagamentos Efetuados”, e eles podem ser deduzidos da base de cálculo do IR, desde que o contribuinte opte pela declaração completa. Já o VGBL deve ser declarado na ficha “Bens e Direitos”, informando o valor total acumulado no plano até o final do ano-base. É importante destacar que, se não houver aportes ou saldo a declarar, não é obrigatório incluir essa informação na declaração.
Declarar corretamente os investimentos no Imposto de Renda é tão importante quanto fazer boas escolhas financeiras. A atenção aos detalhes, a organização dos documentos e o conhecimento sobre as regras de cada ativo podem evitar dores de cabeça com a Receita Federal e garantir mais tranquilidade ao investidor.
Em caso de dúvidas, buscar o auxílio de um contador ou de um assessor de investimentos é sempre uma boa prática. Lembre-se: estar em dia com o fisco também faz parte de uma vida financeira saudável.
*Beatriz Silva de Araujo é economista e Assessora de Investimentos da Valor Investimentos.
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.
