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Coluna Vitor Vogas

Uma possível candidata a vice-prefeita para Pazolini em Vitória

De fora do meio político, secretária pode ser enxergada como companheira de chapa ideal para o prefeito, por um conjunto de razões destrinchadas aqui

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Juliana Rohsner com Lorenzo Pazolini. Foto: Facebook

A secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner Vianna Toniati, talvez seja hoje o nome menos provável para ser a companheira de chapa de Lorenzo Pazolini (Republicanos) em sua campanha à reeleição em Vitória, mas, para alguns colaboradores de Pazolini, é o nome dos sonhos do prefeito e seria efetivamente a candidata a vice-prefeita ideal para ele, por uma série de fatores que passamos a destrinchar.

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Juliana não é da política, no sentido da atividade partidária e da disputa contínua por poder. Não é filiada a nenhum partido e nunca se candidatou a nada. Mas é uma técnica com vasta experiência na administração pública em sua área: a educação. E é, reconhecidamente, tanto uma boa educadora como uma boa gestora nesse campo.

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Com atuação apartidária, a atual secretária colaborou com a programa de governo da petista Célia Tavares, parceira de João Coser, na eleição à Prefeitura de Cariacica em 2020, para logo depois ser içada por Pazolini para sua equipe de transição no fim daquele ano e, em seguida, nomeada por ele para chefiar a Secretaria de Educação de Vitória (Seme), posição ocupada por ela desde o início do atual governo municipal.

Antes disso, Juliana foi professora de séries iniciais e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), coordenadora do EJA em Cariacica de 2014 a 2016, durante o primeiro governo de Juninho, pedagoga na rede estadual e diretora de uma escola estadual no bairro Central Carapina, na Serra, de 2016 a 2020. Pelo trabalho desenvolvido nessa unidade de ensino fundamental e médio, ganhou uma série de prêmios estaduais e inclusive nacionais.

O que Juliana agregaria à chapa e à campanha de Pazolini? Em primeiro lugar, leveza. E não só por ser uma jovem mulher, jamais testada nas urnas e estranha à política tradicional.

A presença de Juliana, de pronto, aportaria à campanha o emblema da educação pública – uma pauta muito mais leve, positiva e inspiradora do que a primeira que sempre se associa a Pazolini quando se pensa no prefeito delegado: a da segurança pública, preocupação crescente em Vitória.

Nesse aspecto, a secretária poderia ser um belo complemento a Pazolini, conferindo um bem-vindo equilíbrio à chapa, por associação de imagens e de ideias: o delegado e a professora, o combate à violência e a educação, a pergunta e a resposta lado a lado, o problema e a solução de mãos dadas no mesmo enquadramento. Como combater a violência? Com ações policiais, sim. Mas, para começo de qualquer discussão, oferendo uma boa educação pública que retenha o jovem pobre na escola.

Ao simbolizar a preocupação com a educação pública de qualidade, sobretudo aquela voltada para os mais vulneráveis (vide sua vasta experiência com a EJA e numa escola em Central Carapina, então um dos maiores bolsões de violência do Estado), Juliana aportaria, por metonímia, a preocupação com as políticas públicas de modo geral e, em particular, com os jovens em idade escolar que são as maiores vítimas da violência urbana. Enfim, uma chapa Pazolini/Juliana fundiria o “problema” à “solução”, ou, pensando melhor, juntaria simbolicamente soluções complementares para o mesmo problema: enfrentamento e prevenção à violência.

Isso por um viés, digamos, mais conceitual e abstrato.

Num plano mais prático, sejamos francos: um candidato a vice, por si mesmo, dificilmente consegue gerar votos a mais ou a menos para o titular da chapa. Mas pode, isso sim, ajudar a quebrar resistências e reduzir a rejeição ao candidato. O mais importante, no caso, é a mensagem que se deseja passar com a escolha do companheiro ou companheira de chapa.

Juliana tem rosto e história de vida intimamente ligados à educação pública. Não só a pauta é muito mais identificada com a esquerda como a categoria profissional é dominada por esse campo ideológico… Eis um fato incontornável.

Ora, escalando a secretária da área como parceira de chapa, Pazolini transmitiria ao eleitorado de centro e de esquerda a mensagem de “compromisso com a educação” consubstanciado na escolha da sua vice – uma expansão e tanto em relação à chapa monotemática Pazolini/Capitã Estéfane em 2020. E a simples presença de Juliana poderia ajudá-lo a minar resistências junto a eleitores de centro e de esquerda não radicalizados, em uma eleição que pode (ou tende a) ser ainda mais polarizada que a de quatro anos atrás.

Em termos ainda mais práticos, não se pode ignorar o fato de que ter na chapa a companhia de uma jovem mulher, como o é sua atual vice-prefeita, ajudaria Pazolini a se escudar das acusações que na certa há de sofrer no decorrer da campanha por parte de adversários que hão de resgatar o traumático episódio em que ele, no auge da briga política com a Capitã Estéfane, literalmente arrancou-lhe das mãos um microfone, levando-a em seguida às lágrimas num vídeo publicado por ela na internet.

Estéfane acusou Pazolini de violência política de gênero. Encarando a questão por esse ângulo, exibir outra mulher “empoderada” ao seu lado na nova chapa poderia ser, para ele, uma resposta de bate-pronto, o melhor argumento para rebater as presumíveis acusações de machismo. Mal, enfim, não lhe faria.

Admiração e confiança

Assim como o secretário municipal de Governo, Aridelmo Teixeira (Novo), outro nome cotado para a posição, Juliana é considerada muito leal e muito próxima ao prefeito no dia a dia da administração. Pazolini adora o trabalho dela, e a pasta tem recebido investimentos. No início ela chegou meio tímida, mas conquistou o respeito e a admiração do chefe e de colegas de secretariado pelo desempenho.

Em solenidades da prefeitura ao lado dela, Pazolini costuma parabenizar a secretária, enaltecer o trabalho dela e, cada vez mais, tem buscado botá-la para falar em público em tais ocasiões, a fim de lhe conferir maior exposição política. O maior desafio vem a ser precisamente este: persuadir a secretária a dar o salto para o mundo político; convencer a professora a virar candidata.

Em novembro do ano passado, em uma premiação oferecida pela Band, cheguei a perguntar a Pazolini sobre a especulação de que ele gostaria de ter Juliana como companheira de chapa. O prefeito não falou especificamente em chapa majoritária, mas confirmou que a considera um excelente quadro técnico e entende que, como tal, ela teria muito a contribuir na política. Confirmou, ainda, que tem estimulado a secretária a fazer essa reflexão sobre um dia se candidatar a um mandato eletivo.

“Aprendi e costumo dizer que é muito mais fácil um bom técnico se tornar um bom político do que o contrário”, afirmou o prefeito.

Na mesma oportunidade, perguntei à própria secretária sobre essa possibilidade. Com um sorriso levemente embaraçado, ela respondeu enfaticamente que ama muito o que faz, como educadora, e que a sua vontade é seguir fazendo aquilo que mais ama.

Se ela mudar de ideia, precisará entrar em um partido aliado de Pazolini até o dia 6 de abril. Caso não se filie até lá, estará tecnicamente eliminada da pré-lista de possíveis vices. Se isso ocorrer, no entanto, teremos um forte indicativo de que o grupo político do prefeito aposta mesmo em Juliana como player eleitoral. E o que hoje é só uma hipótese distante poderá passar a ser tratado como alternativa real.

Currículo e prêmios

Graduada em Pedagogia pela Faculdade Novo Milênio, Juliana Rohsner Vianna Toniati tem pós-graduação latu sensu em Coordenação Pedagógica pela Ufes e mestrado em Ensino de Humanidades pelo Ifes de Vitória. Está cursando um MBA em Gestão Escolar.

Pelo trabalho como diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Jones José do Nascimento, localizada em Central Carapina, na Serra, ganhou honrarias como o Prêmio Sedu Boas Práticas na Educação – categoria Boas Práticas do Gestor Escolar, em 2016 e 2017; o Prêmio Gestão Escolar – Referência da Região Sudeste, concedido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em 2017; o Prêmio Mulheres do Amanhã, categoria Setor Público, da ArcelorMittal, em 2019; e o Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civitta, em 2019.


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