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Coluna Vitor Vogas

Treze deputados do ES podem disputar prefeituras de norte a sul

Apresentamos aqui o levantamento com um componente extra: as probabilidades reais de cada um ser de fato candidato em sua cidade, numa escala de 1 a 3

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Plenário da Assembleia durante sessão. Foto: Ellen Campagnaro

A próxima eleição municipal aterrissou de vez no plenário da Assembleia Legislativa, onde têm sido mais frequentes a cada semana discussões e discursos com pano de fundo eleitoral. Pudera: pelas contas da coluna, nada menos que 13 dos nossos 30 deputados estaduais podem se candidatar à prefeitura dos respectivos municípios no segundo semestre. Não quer dizer que todos o serão, mas, segundo o nosso levantamento, esse é o número de potenciais candidatos.

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Só em Vitória, nada menos que quatro deputados estaduais são possíveis candidatos a prefeito. Em Cachoeiro, o número chega a três. Em Guarapari, há dois pré-candidatos. Completam a lista um potencial candidato na Serra, um em Linhares, um em Colatina e um em Santa Maria de Jetibá.

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Como a probabilidade de efetivamente se candidatar pode variar bastante de um deputado para o outro, apresentamos abaixo o nosso levantamento com um ingrediente extra. Elaboramos uma classificação que vai de um a três pontos (representados por asteriscos), onde um representa a menor probabilidade e três, a maior, conforme a legenda:

* = baixa probabilidade: o deputado pode se dizer candidato ou tem o nome cotado por terceiros, mas dificilmente o será;

** = média probabilidade: o deputado pode até vir a ser realmente candidato, mas isso ainda não é certo;

*** = alta probabilidade: o deputado é candidatíssimo; com certeza estará na disputa.

Atenção: com essa “cotação”, não estamos medindo chances de vitória eleitoral, mas tão somente as chances de cada parlamentar ser de fato candidato a prefeito a partir de 15 de agosto.

Cada nome, com a respectiva classificação, é seguido por uma breve explicação.

Vamos à nossa relação, começando pela Capital:

VITÓRIA

Capitão Assumção (PL)***

Probabilidade: alta

Eleito deputado estadual com a segunda maior votação da história do Espírito Santo para o cargo em 2022, o expoente do bolsonarismo no Espírito Santo é aposta certa do partido presidido pelo senador Magno Malta no Espírito Santo. Ganhou ainda mais prestígio na bolha bolsonarista após ser preso e solto por Alexandre de Moraes.

João Coser (PT)***

Probabilidade: alta

Prefeito por dois mandatos, de 2005 a 2012, o deputado do PT tem a legenda garantida não só pela direção estadual como pela cúpula nacional do partido. A candidatura de Coser é prioridade total para o PT no Espírito Santo e uma das prioridades do partido de Lula na Região Sudeste. Ele já contratou equipe de marketing e já está produzindo e publicando conteúdo voltado à pré-campanha.

Camila Valadão (PSol)**

Probabilidade: média

A deputada se declara pré-candidata e já teve essa aspiração aprovada pelo Diretório Estadual do PSol, mas a pretensão pode esbarrar em costuras nacionais. Em São Paulo, o PT não lançou candidato a prefeito para apoiar Guilherme Boulos, e algumas compensações devem ser reclamadas ao PSol em outras capitais do país. Uma delas pode ser Vitória.

Além disso, há um cálculo estratégico a ser feito: eventual candidatura de Camila pode tirar votos de Coser mais à esquerda, o que, num páreo que promete ser duríssimo, pode até ameaçar (ou custar) a passagem do petista para o 2º turno. O objetivo comum a ambos é derrotar o atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Fabrício Gandini (PSD)*

Probabilidade: baixa

O aliado do Palácio Anchieta faz parte de um movimento que visa à formação de uma “frente de centro” em Vitória, aglutinando partidos que vão da centro-esquerda à centro-direita e que apoiam o governo Casagrande: PSB, PSD, MDB, Podemos e União Brasil, além da federação formada por PSDB e Cidadania.

Esse grupo tem alguns potenciais candidatos, mas o objetivo em comum é que só um deles de fato concorra, com o apoio dos demais. Hoje, o favorito para o posto é o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que já promoveu evento de lançamento e já tem equipe de marketing eleitoral contratada. E até outro ex-prefeito, Luciano Rezende (Cidadania), também aliado de Casagrande, voltou a ter o nome cogitado.

Gandini trocou o Cidadania pelo PSD no fim do ano passado, mantendo-se vivo no jogo, e tem o nome sempre lembrado por aliados entre os potenciais candidatos, mas seus movimentos nesse sentido são nulos. O deputado de Jardim Camburi sempre tem o nome lembrado, mas não se articula para se candidatar desta vez.

GUARAPARI

Zé Preto (PP)***

Probabilidade: alta

Candidatíssimo. Tanto que mudou de partido precisamente para conseguir viabilizar a candidatura. Eleito pelo PL em 2022, o ex-vereador não teria conseguido legenda se ficasse na agremiação. Rompeu com Magno Malta, por ser aliado de Casagrande, enquanto o PL faz oposição ao Governo do Estado.

Após conseguir a carta de anuência de Magno para sair do PL e a liberação da Justiça Eleitoral, filiou-se ao PP, que o tem como grande aposta eleitoral. É muito popular em Guarapari, onde foi o candidato a deputado estadual mais votado no pleito de 2022.

Delegado Danilo Bahiense (PL)***

Probabilidade: alta

Confesso que fiquei na dúvida em lhe atribuir duas ou três estrelas, mas me decidi pela segunda opção porque 1) Magno está mesmo determinado a lançar candidatos a prefeito pelo PL em todas as maiores cidades capixabas; 2) apesar de morar mesmo em Vila Velha, Bahiense transferiu o domicílio eleitoral para Guarapari, onde também possui um apartamento, a pedido de Magno; 3) topando a missão conferida a ele pelo senador, o deputado já se declarou pré-candidato em Guarapari.

SERRA

Pablo Muribeca (Republicanos)***

Probabilidade: alta

Só uma catástrofe tira do páreo o deputado de oposição a Sérgio Vidigal (PDT) e ao grupo político do atual prefeito. Para ser candidato, ele filiou-se em outubro passado ao Republicanos, partido conservador de direita que lhe assegura a legenda. Tem o apoio do presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), do PSD e de alguns pequenos partidos.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

Allan Ferreira (Podemos)**

Probabilidade: média

Deputado de primeiro mandato na Assembleia, Allan forma uma tríade com o integrante seguinte desta lista, o também deputado estreante Dr. Bruno Resende (União Brasil), e com o advogado Diego Libardi (Republicanos). O acordo entre eles, todos de centro-direita, é que só um dos três será candidato, podendo contar com o apoio dos outros dois.

A aposta da coluna é que o candidato e fato será Libardi. Para isso, o advogado até deixou o cargo de secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, exercido por ele desde o ano passado.

Dr. Bruno Resende (União Brasil)*

Probabilidade: baixa

Pelo mesmo raciocínio exposto no caso de Allan Ferreira, entendo que o parlamentar e médico oncologista, embora cotado, não será de fato candidato. Sua disposição real para isso é até menor que a de Allan. Como o colega de Assembleia, deve apoiar mesmo é Diego Libardi.

Theodorico Ferraço (PP)*

Probabilidade: baixa

Ferração já estava decidido a apoiar o vereador Juninho Corrêa à Prefeitura de Cachoeiro, já comandada por ele por quatro mandatos. O plano começou a desandar em fevereiro, quando Juninho (então no PL, agora no Novo) anunciou a desistência da pré-candidatura para voltar ao seminário e virar padre. Ferraço então se viu sem candidato e passou a declarar que ele mesmo pode assumir novamente essa empreitada. É muito difícil.

A idade aqui é, certamente, um fator: a velha águia não está morta, mas tem 86 anos e há meses goza de uma permissão especial para participar virtualmente de todas as sessões da Assembleia. Mais provável que o PP de Cachoeiro encontre uma outra solução. Uma delas pode ser a mulher de Ferraço, Norma Ayub, também do PP; outra pode ser o empresário Tales Pena Machado, recém-filiado à sigla.

LINHARES

Lucas Scaramussa (Podemos)***

Probabilidade: alta

Nada nem ninguém deterá o professor de Direito que cumpre seu primeiro mandato na Assembleia, após ter chegado em 2º lugar contra Guerino Zanon em 2020. Agora, desafiando o atual prefeito, Bruno Marianelli (Republicanos), ele virá com o apoio total do seu partido (Podemos), do União Brasil de Felipe Rigoni e, possivelmente, do Palácio Anchieta.

COLATINA

Sérgio Meneguelli (Republicanos)*

Probabilidade: baixa

Vereador por muitos mandatos e prefeito por um (de 2017 a 2020), o deputado de primeira legislatura tem dito que pode tentar voltar à prefeitura. É bem pouco provável que isso efetivamente ocorra. O próprio partido de Serginho, Republicanos, tem o pré-compromisso de apoiar no município a candidatura do ex-deputado Renzo Vasconcelos (presidente estadual do PSD), em troca, por exemplo, do apoio do PSD a Muribeca na Serra.

Meneguelli é o vice-presidente do Republicanos em Colatina, mas o presidente, acima dele, é ninguém menos que o empresário Pergentino Júnior, pai de Renzo.

SANTA MARIA DE JETIBÁ

Adilson Espindula (PSD)***

Probabilidade: alta

Após ter sido vereador por alguns mandatos na cidade mais populosa da Região Serrana e estar no segundo mandato seguido na Assembleia, o deputado tem tudo para enfim tentar chegar ao Executivo de seu município. Para viabilizar tal projeto, até mudou de partido: trocou o PDT pelo PSD, com a anuência do PDT e a autorização do TRE-ES, concedida na última segunda-feira (6).


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