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Coluna Vitor Vogas

Rigoni abre os planos eleitorais do União Brasil nas maiores cidades

Ele revela os candidatos que o partido pretende apoiar e conta por que está convencendo Thiago Carreiro a desistir de concorrer a prefeito da Serra

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Felipe Rigoni e Luiz Paulo conversam sobre “uma política de desenvolvimento para Vitória”. Foto: reprodução Instagram

O secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, abriu à coluna os planos eleitorais do União Brasil. Presidente do partido de direita no Espírito Santo, o ex-deputado federal reforça o seu compromisso de lealdade a Renato Casagrande (PSB) e afirma que, na grande maioria dos municípios, o União apoiará candidatos que sejam aliados do governador, embora os dois possam “concordar em discordar” aqui e ali.

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“Não necessariamente só apoiaremos candidatos da base do governo. Mas eu sou da base do governador, então até onde eu vou discordar dele eu combino antes com ele. Não é obrigatório, mas é natural que a gente apoie mais pessoas aliadas do governador”, diz Rigoni, reiterando: “É óbvio que converso com ele e o consulto sobre todos os lugares. Eu sou da base do Renato Casagrande. É importante que todos saibam disso. E uma das etapas que queremos cumprir nos próximos anos é fortalecer o União e, de certa maneira, também ajudar o governador na sucessão dele”. Por isso, pensando em 2026, o União buscará ajudar a eleger em outubro o maior número de prefeitos integrados ao movimento político liderado por Casagrande.

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SERRA

Com um tempo de TV e rádio valiosíssimo e muito cobiçado nas cidades que terão horário eleitoral – estimado por Rigoni em cerca de 1 minuto e meio por bloco de 10 minutos –, o União não tem, no momento, candidato próprio a prefeito em nenhum dos maiores municípios do Espírito Santo. Tinha um: o vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro, queria concorrer à prefeitura do município. Mas agora está muito propenso a atualizar a rota e disputar uma das 23 vagas na Câmara da Serra.

O próprio Rigoni está buscando convencê-lo nessa direção, por entender que a candidatura a vereador será muito mais viável para ele do que entrar numa disputa majoritária que já tem três pré-candidatos fortes, em uma cidade sem horário eleitoral: o atual prefeito, Sergio Vidigal (PDT), o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos).

“O Thiago está avaliando não ser candidato a prefeito. Isso ainda não é uma decisão tomada. O que eu sempre digo a ele é que ele precisa avaliar se é uma candidatura viável. Não considero inviável, mas considero bastante difícil, porque você já tem três atores muito fortes lá. Numa cidade daquele tamanho, sem TV, é difícil você trabalhar. Acho que ele pode crescer, mas tem uma chance muito difícil.”

Rigoni ressalta porém que, se Carreiro insistir em se candidatar a prefeito (o que é bem pouco provável), ele manterá a sua palavra de apoiar o correligionário:

“Eu não descumpro a minha palavra. Se ele quiser ser candidato a prefeito, terá o apoio do União. Mas ele precisa avaliar se é uma candidatura que faz sentido para ele e para o partido como um todo. Acho que ele ganha a eleição para vereador e, virando vereador, pode ganhar muito tamanho com a sua atuação na Câmara visando a eleições futuras. Ele tem vontade de ser deputado.”

No trabalho de dissuasão de Carreiro, o ex-deputado tem usado a si mesmo como exemplo. Hoje ele compreende aquilo que já alertávamos aqui na época e que quase todo mundo percebeu em 2022. Na pré-campanha daquele ano, o então deputado insistiu quase até o limite em uma pré-candidatura kamikaze a governador do Estado e demorou demais para concluir que o melhor caminho para ele, proporcional ao seu tamanho político, era de fato buscar renovar o mandato na Câmara Federal. Uma candidatura ao governo seria um passo maior que as pernas.

Quando ele enfim se rendeu aos fatos, já estávamos a menos de um mês do período eleitoral. Ficou muito em cima da hora para redirecionar a própria campanha. Rigoni ficou entre os dez mais votados nominalmente, mas não foi o suficiente. Hoje ele avalia que poderia ter sido reeleito deputado se tivesse recuado antes:

“Abri para o Thiago a mesma reflexão que fiz sobre mim em 2022. Eu queria mesmo ser candidato a governador, queria de verdade, mas chegou um momento em que vi que não era possível. Se eu tivesse tomado antes a decisão de ser candidato a deputado, poderia ter sido melhor”, admite Rigoni, dando o próprio exemplo ao vice-prefeito da Serra.

No maior colégio eleitoral do Estado, Rigoni concorda que, muito provavelmente, Casagrande apoiará Vidigal. E é natural que o governador faça gestões para que o União também fique com o prefeito, reforçando sua coligação. “Lá atrás o governador tinha conversado comigo sobre a Serra, e eu tinha informado a ele que o nosso candidato seria o Thiago. Mudando agora, a gente conversa de novo.”

O próprio Vidigal, conta Rigoni, também já pediu o apoio do União. “Tenho conversas com Vidigal naturalmente, e já conversamos sobre isso, mas não há uma decisão tomada, não sentamos na mesa para, digamos, negociar o apoio do União ao Vidigal. Ele me chamou para apoiá-lo. Mas não passo por cima de gente que é fiel a mim, como o Thiago foi e segue sendo. Caso o Thiago decida mesmo não vir a prefeito, aí sim vamos abrir conversas.”

Na verdade, Rigoni já teve conversas eleitorais mais longas e aprofundadas com os dois principais concorrentes de Vidigal: Audifax e Muribeca. No momento, ele não se diz pendente para nenhum dos três. Mas dá uma pista: “Vejo com bons olhos a reeleição de Vidigal”.

Desde abril do ano passado, o União Brasil está sem órgão de direção na Serra. Carreiro era o secretário-geral no município e até hoje, mesmo sem órgão formal, é ele quem responde pelo partido na Serra. Se não for candidato a prefeito, ele seguirá influindo nas decisões atinentes ao município, mas não será o presidente da nova Comissão Executiva Provisória que Rigoni precisa montar. Esta abrigará, naturalmente, aliados do candidato a prefeito a ser apoiado pelo União na Serra.

“Thiago ainda é meu cara lá, é ele quem conduz minhas coisas na Serra e continuará sendo. Mas, se a gente decidir apoiar alguém lá, seja qual candidato for, a gente naturalmente vai ter gente do grupo desse candidato na Executiva. E o Thiago fará parte, não tenha nenhuma dúvida”, afirma o presidente estadual do União.

Na Serra, o partido quer fazer uma das quatro maiores bancadas na Câmara.

VITÓRIA

Na Capital, Rigoni está decidido a apoiar o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, se ele de fato for candidato a prefeito (deve sê-lo). O objetivo de Rigoni é ajudar a fortalecer uma candidatura de centro que se apresente como alternativa à esquerda encarnada pelo deputado estadual João Coser (PT) e à direita representada pelo prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).

“Ficaremos mesmo com o Luiz Paulo, se ele for mesmo candidato. Eu não tenho dúvida de que ele será. Obviamente queremos construir isso junto com o governo Casagrande, para termos ali uma… não vou chamar de terceira via porque não gosto disso, mas para termos ali uma via viável mais no centro. Hoje o Pazolini está na centro-direita, mais direita. O João Coser está na centro-esquerda, mais esquerda. O nosso projeto é que um candidato de centro seja viável e a gente apoie esse candidato. Vamos construir isso junto com o governo do Renato.”

E se por algum motivo Luiz Paulo desistir da candidatura? “Aí eu volto a conversar na base do governador”, afirma Rigoni. Nessa hipótese, a primeira solução vislumbrada por ele é apoiar a candidatura do deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB). “Pode ser o Tyago ou algum outro candidato que a gente ainda não conhece. Mas hoje quem está ali disputando esse espaço são o Tyago e o Luiz Paulo.”

A Executiva do União em Vitória também está em remontagem. A nova Comissão Provisória será presidida por Victor Ricciardi Rocha, homem de confiança de Rigoni e assessor dele na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Aliado de Pazolini, o deputado estadual Denninho Silva era o líder do partido na cidade, mas, no fim do ano passado, pediu e recebeu de Rigoni uma carta de anuência da direção estadual para trocar de partido sem perder o mandato na Assembleia. “Denninho vai mesmo sair e vai apoiar o Pazolini. Já pediu a desfiliação na Justiça. Está só esperando a decisão.”

Na Câmara de Vitória, haverá 21 cadeiras em jogo. A meta do União é fazer dois vereadores.

CARIACICA

O União Brasil está comprometido com a reeleição de Euclério Sampaio. Até outubro do ano passado, o prefeito era filiado à sigla, mas a trocou pelo MDB. Segundo Rigoni, a saída foi pacífica. “Continuo achando ele um excelente prefeito e continuo apoiando ele.”

A direção do partido no município foi delegada a Nilson Basílio, aliado de Euclério e secretário de Agricultura e Pesca de Cariacica.

A chapa proporcional será montada em conjunto com Euclério. Cariacica tem 19 vereadores. Hoje, por influência de Euclério, o União tem a maior bancada da Câmara, com cinco – mas isso vai mudar com a ida do prefeito para o MDB. O objetivo, segundo Rigoni, é eleger de dois a três.

VILA VELHA

No município governado por Arnaldinho Borgo (Podemos), o União, segundo Rigoni, tende a apoiar a reeleição do prefeito, mas ele ainda quer conversar com o ex-colega de secretariado Alexandre Ramalho (Podemos). Rigoni não só acha que o ex-secretário estadual de Segurança será candidato a prefeito de Vila Velha como avalia que ele terá mais chances de sucesso ali:

“Ainda vou conversar com o Ramalho, que é um possível candidato. Acho que ele virá em Vila Velha, não só porque ele quer mais. A meu ver, Vila Velha se encaixa mais com o perfil dele do que Vitória, porque é a cidade mais de direita que conheço no Espírito Santo, talvez só não mais que Cachoeiro. Se não ganhar, ele com certeza faz uma campanha razoável lá.”

Na Câmara de Vila Velha, haverá 21 vagas em disputa. O União quer eleger de um a dois vereadores.

VIANA

O União pretende apoiar a reeleição do prefeito Wanderson Bueno (Podemos). Na Câmara, espera fazer um dos 13 vereadores.

CACHOEIRO

O deputado estadual Bruno Resende é potencial candidato a prefeito, e Rigoni o incentiva para isso. “Minha vontade pessoal é que o Bruno seja candidato. Ele ainda não tomou essa decisão. Se não for, eu e ele vamos conduzir.”

LINHARES

Rigoni quer franquear o apoio do União ao deputado estadual Lucas Scaramussa (Podemos), que é muito próximo a ele e já recebeu seu apoio pessoal na última eleição para prefeito, em 2020. Na ocasião, o hoje deputado chegou em segundo lugar, atrás de Guerino Zanon.

COLATINA

“Não tomamos uma decisão”, diz Rigoni, dividido entre apoiar o atual prefeito, Guerino Balestrassi (MDB), ou o ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos (PSD). “É um dos lugares mais difíceis para eu decidir, porque lá tem dois aliados meus e do governo.”

SÃO MATEUS

Segundo Rigoni, está tudo totalmente em aberto no município do litoral norte.


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