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Coluna Vitor Vogas

Pesquisa Futura/Rede Vitória: quem é quem na eleição em Vitória

Leia aqui a análise da coluna sobre os resultados do levantamento publicado nesta quinta (9) pelo Folha Vitória sobre a corrida eleitoral na Capital

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O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), larga em ótima posição na corrida em busca da reeleição. É o que revela a pesquisa eleitoral realizada pela Futura Inteligência, em parceria com a Rede Vitória. Publicado na manhã desta quinta-feira (9) pelo site Folha Vitória, o levantamento confirma algo que muito se comenta nos bastidores políticos capixabas: o favoritismo com que o atual prefeito chega às portas do pleito. Pazolini lidera, com relativa folga, todos os cenários testados pelo instituto, tanto nas intenções estimuladas de voto quanto na consulta espontânea.

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Mas atenção: se a eleição fosse hoje, ele não estaria reeleito no 1º turno. Pazolini é certamente o favorito, mas terá de suar a camisa para confirmar tal favoritismo.

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A pesquisa mostra que, tal como em 2020, o ex-prefeito e atual deputado estadual João Coser (PT) desponta hoje como o principal adversário de Pazolini e favorito a avançar ao 2º turno contra o atual ocupante do cargo – o que, em se concretizando, será a repetição do roteiro de quatro anos atrás.

A sondagem da Futura ainda indica que, embora larguem nas fileiras de trás, formando um segundo pelotão, outros quatro concorrentes estão de verdade no jogo: os deputados estaduais Camila Valadão (PSol) e Capitão Assumção (PL), o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e o ex-deputado estadual Sergio Majeski (PDT).

Esses seis prováveis candidatos são os que se mostram verdadeiramente competitivos.

Os outros pré-candidatos citados ou não se manterão efetivamente no páreo, ou, no caso de se manterem, não demonstram ter fôlego suficiente e tendem a fazer figuração.

Vamos aos números, seguidos da nossa análise:

ESTIMULADA (CENÁRIO 2)

A Futura apresentou aos 600 entrevistados uma cédula com dez nomes de possíveis candidatos. Nesse cenário, Pazolini lidera com uma folga relativamente ampla: 17 pontos percentuais sobre o 2º colocado, João Coser. Eis os resultados:

Lorenzo Pazolini (Republicanos): 37,4%

João Coser (PT): 20,4%

Capitão Assumção (PL): 9,4%

Camila Valadão (PSol): 8,6%

Luiz Paulo (PSDB): 6,4%

Fabrício Gandini (PSD): 3,3%

Sergio Majeski (PDT): 3,0%

Capitã Estéfane (Podemos): 0,7%

Tyago Hoffmann (PSB): 0,6%

Mazinho dos Anjos (PSDB): 0,5%

Ninguém/branco/nulo: 3,7%

Não sabe (NS)/Não respondeu (NR)/indeciso: 6,0%

Como a margem de erro da pesquisa é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos, Assumção, Camila, Luiz Paulo, Gandini e Majeski estão todos empatados tecnicamente, num embolo só.

ESTIMULADA (CENÁRIO 2)

A Futura testou um segundo cenário, mais próximo ao quadro mais provável, que tende a se concretizar em agosto.

Nessa segunda simulação, o instituto excluiu da cédula os nomes de Mazinho dos Anjos, Gandini, Capitã Estéfane e Tyago Hoffmann.

Mazinho não é pré-candidato: apoia Luiz Paulo, seu colega de partido no PSDB. Gandini tem o nome frequentemente especulado, mas jamais se declarou pré-candidato e não o será desta vez. Capitã Estéfane afirma que quer ser candidata a prefeita, mas dificilmente conseguirá se viabilizar. Tyago Hoffmann retirou sua pré-candidatura na véspera da divulgação da pesquisa.

Desse modo, hoje, o cenário que tende a se consolidar resume-se a estes seis nomes: Pazolini, Coser, Camila, Luiz Paulo, Assumção e Majeski.

Nesse cenário, Pazolini se mantém na liderança, mas com uma vantagem menor em relação ao 2º colocado, João Coser: 11,5 pontos percentuais. Eis os resultados:

Lorenzo Pazolini: 30,8%

João Coser: 19,3%

Capitão Assumção: 13,9%

Camila Valadão: 12,5%

Luiz Paulo: 10,3%

Sergio Majeski: 5,1%

Ninguém/branco/nulo: 2,2%

NS/NR/indeciso: 6,0%

Como a margem de erro da pesquisa é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos, pode-se dizer que, nesse cenário, Coser, Camila e Assumção estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro.

Também podemos afirmar que Assumção, Camila e Luiz Paulo estão tecnicamente empatados.

De igual modo, no limite da margem de erro, Camila, Luiz Paulo e Majeski podem ser considerados tecnicamente empatados.

ESPONTÂNEA

O instituto de pesquisas também mediu a intenção espontânea de votos na eleição a prefeito de Vitória. Esta foi a primeira pergunta do questionário. Os nomes dos possíveis candidatos não foram apresentados aos entrevistados, que citaram espontaneamente em quem pretendem votar. Eis os resultados:

Lorenzo Pazolini: 32,0%

João Coser: 10,2%

Camila Valadão: 2,8%

Luiz Paulo: 2,5%

Capitão Assumção: 1,8%

Fabrício Gandini: 0,3%

Sergio Majeski: 0,3%

Tyago Hoffmann: 0,2%

Ninguém/branco/nulo: 6,7%

Outros: 4,4%

NS/NR/indeciso: 39,0%

REJEIÇÃO

A Futura também mediu a rejeição aos pré-candidatos. A maior de todas, com ampla margem, vai para o Capitão Assumção. O segundo mais rejeitado é o pré-candidato do PT.

Capitão Assumção: 48,1%

João Coser: 33,1%

Camila Valadão: 23,3%

Lorenzo Pazolini: 18,2%

Capitã Estéfane: 14,2%

Mazinho dos Anjos: 13,3%

Luiz Paulo: 13,2%

Tyago Hoffmann: 13,0%

Sergio Majeski: 12,3%

Fabrício Gandini: 10,8%

Não rejeita ninguém: 3,3%

Rejeita todos: 1,2%

NS/NR: 5,1%

CENÁRIOS DE 2º TURNO

A Futura simulou cinco possíveis cenários de 2º turno, todos eles confrontando o atual prefeito com potenciais adversários. Hoje, Pazolini venceria todos. O oponente que mais se aproxima dele é o ex-prefeito João Coser. Os resultados:

Pazolini x Coser

Pazolini: 51,0%

Coser: 40,1%

Ninguém/branco/nulo: 4,4%

NS/NR/indeciso: 4,4%

Pazolini x Luiz Paulo

Pazolini: 58,4%

Luiz Paulo: 28,7%

Ninguém/branco/nulo: 6,9%

NS/NR/indeciso: 6,0%

Pazolini x Camila Valadão

Pazolini: 61,5%

Camila: 25,1%

Ninguém/branco/nulo: 9,4%

NS/NR/indeciso: 4,0%

Pazolini x Majeski

Pazolini: 65,9%

Majeski: 18,1%

Ninguém/branco/nulo: 10,3%

NS/NR/indeciso: 5,7%

Pazolini x Assumção

Pazolini: 66,0%

Assumção: 14,4%

Ninguém/branco/nulo: 15,6%

NS/NR/indeciso: 3,9%

ANÁLISE DO COLUNISTA

Pazolini não será reeleito com um pé nas costas, numa disputa a ser decidida provavelmente em dois turnos, mas certamente larga com favoritismo para conseguir se reeleger.

Ainda estamos só na volta de apresentação, mas o atual prefeito se confirma como o pole position: larga na ponta, em ótima posição para liderar a corrida até o fim e garantir a reeleição.

Depois de patinar um pouco nos dois primeiros anos do seu governo e tropeçar em encrencas públicas criadas por ele mesmo, o prefeito parece ter encontrado seu caminho e, desde o ano passado (o penúltimo do mandato), sua gestão parece ter deslanchado em uma sequência de pautas positivas, programas e entregas para a população, com equipamentos públicos que vão de simples parquinhos infantis à tão aguardada nova orla noroeste, que está para ser inaugurada em breve.

Além disso, conta a favor do delegado licenciado uma escrita. É preciso sempre lembrar que, desde 1998, quando passou a viger no Brasil a possibilidade de uma reeleição para chefes do Poder Executivo nos municípios, nos estados e na nação, os eleitores de Vitória jamais deixaram de reeleger o prefeito em exercício. Sem exceção, o feito foi alcançado por todos que o tentaram: Luiz Paulo no ano 2000, João Coser em 2008 e Luciano Rezende (Cidadania) em 2016.

A favor de Pazolini, ainda é preciso destacar: sua rejeição, 18,2%, é relativamente baixa e absolutamente controlável. Significa que seu teto é mais alto: ele ainda tem espaço para crescer.

Por outro lado, o prefeito e sua equipe farão bem em manter os pés no chão e conter o entusiasmo: os carros ainda não estão na pista, os times ainda não estão em campo, a campanha de verdade não começou. Uma pesquisa a esta altura do processo não deixa de ser importantíssima – até para separar quem é quem neste jogo –, mas, a bem da verdade, uma sondagem eleitoral neste momento se confunde um pouco com pesquisa de recall político.

Com a superexposição proporcionada pelo exercício do cargo, toda a propaganda oficial e toda a máquina pública municipal nas mãos, é mais que natural que Pazolini desponte mesmo na liderança e tenha o nome mais lembrado a esta altura. Anormal (e preocupante para ele) seria se ocorresse o contrário. Então, sim, a pesquisa traz ótimas notícias para o prefeito, mas também não dá certeza de nada, então… muita calma nesta hora.

Quanto a João Coser, o deputado do PT, candidatíssimo novamente, prova-se um candidato altamente competitivo. Na espontânea, supera os dois dígitos. Na simulação de confronto direto com Pazolini no 2º turno, aproxima-se bem do prefeito: 10,9 pontos percentuais são uma diferença bem modesta, ainda mais, repito, se considerada a superexposição de Pazolini.

Mais importante ainda: os resultados do quesito rejeição, se não chegam a desmontar, no mínimo relativizam algo muito repetido no meio político capixaba: a tese de que “Coser tem teto baixo de crescimento”.

A rejeição ao petista, de 33,1%, é na certa considerável e sem dúvida limita o seu crescimento… mas está longe de ser um número desesperador, que derreta sua competitividade, que o tire totalmente do jogo. Ao contrário: mostra que seu teto não é tão baixo assim e que ele na verdade ainda tem margem para crescer um pouco mais no decorrer da disputa.

Ser rejeitado de saída por um terço do eleitorado está dentro da normalidade: reflete o tamanho do antipetismo em Vitória, na atual conjuntura de polarização política nacional que se espraia, até certo ponto, em direção às eleições municipais.

Para dizer a verdade, ainda no quesito rejeição, quem tem de se haver com problemas é o postulante que está no polo oposto: o Capitão Assumção.

A pesquisa traz uma péssima notícia para o pré-candidato do PL, partido do ex-presidente Bolsonaro e do senador Magno Malta. Ele, sim, com 48,1% de rejeição, tem um teto baixo demais. Com quase metade dos entrevistados, na largada, dizendo não votar nele em hipótese alguma , as chances de o capitão da reserva da PMES ir para o segundo turno ficam muito limitadas.

Seus 9,4% na estimulada (ou 13,9%, dependendo do cenário) também parecem confirmar uma pedra que cantamos aqui: com toda aquela comoção gerada pelo episódio da prisão e soltura de Assumção pelo ministro Alexandre de Moraes, ele pode ter crescido, sim, mas tão somente dentro de sua bolha, isto é, onde já era forte anteriormente, junto aos mesmos eleitores já propensos a votarem nele de qualquer maneira.

Assumção está no jogo, com certeza. Mas a pesquisa da Futura é uma ducha de água fria em toda aquela empolgação, refreada agora pelos números.

DESAFIO PARA OS ESTRATEGISTAS

A oscilação dos números do primeiro cenário estimulado (com 10 pré-candidatos) para o segundo (com apenas seis) apresenta um desafio para os estrategistas eleitorais e para os estatísticos.

Reza a literatura política que, para um prefeito que busca a reeleição, quanto menos candidatos, melhor. A votação total tende a ficar menos fragmentada e ele, com a vantagem de estar no cargo, tende a concentrar mais votos.

As simulações da Futura, porém, indicam exatamente o contrário: quanto menos candidatos no páreo, pior para Pazolini.

Na comparação do primeiro com o segundo cenário, com a exclusão de quatro nomes, Pazolini é, estranhamente, quem mais perde intenções de votos, caindo expressivos 6,6 pontos percentuais. Pior, entre os seis remanescentes no segundo cenário, ele é o único que perde votos de maneira significativa (Coser perde um pouquinho, mas dentro da margem de erro).

No cenário 1, Gandini, Tyago Hoffmann, Capitã Estéfane e Mazinho têm, somados, 5,1 pontos percentuais. Em tese, esses 5,1 pontos (e não mais que isso) deveriam ser redistribuídos entre os seis concorrentes apresentados aos entrevistados no cenário 2. Mas as variações nos desempenhos de Pazolini (para menos) e dos demais vão muito além disso.

Observem:

Pazolini, com 37,4% no cenário com 10 candidatos, cai para 30,8% no cenário com apenas seis, enquanto Coser oscila na margem de erro e seus outros quatro concorrentes melhoram seus desempenhos:

Coser cai de 20,4% para 19,3% (perde 1,1 ponto).

Assumção sobe de 9,4% para 13,9% (ganha 4,5 pontos).

Camila sobe de 8,6% para 12,5% (ganha 3,9 pontos).

Luiz Paulo sobe de 6,4% para 10,3% (ganha 3,9 pontos).

Majeski sobre de 3,0% para 5,1% (ganha 2,1 pontos).

Por que isso? Honestamente, não tenho a menor ideia. Mas dá muito o que pensar.

METODOLOGIA

A Futura Inteligência realizou 600 entrevistas por telefone assistido por computador, entre 2 e 22 de abril de 2024, com eleitores de 16 anos ou mais.

A pesquisa tem margem de erro de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos e índice de confiabilidade de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número ES-00672/2024.


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