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Coluna Vitor Vogas

Perfil: quem é o substituto de André Garcia na Secretaria de Justiça?

Antes de se tornar o nº 2 de Garcia na pasta, agente federal que assume agora a Sejus foi o braço direito de Eugênio Ricas na Superintendência Regional da PF

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Rafael Pacheco é o novo secretário estadual de Justiça. Foto: Secom

Escolhido pelo governador Renato Casagrande (PSB) para substituir André Garcia no cargo de secretário estadual de Justiça, Rafael Pacheco é um policial federal com larga experiência. Natural do Rio de Janeiro (como entrega o sotaque carioca), entrou na Polícia Federal em 2005 e passou por várias funções dentro da corporação. Segundo ele mesmo relata a colegas, trabalhou nas 27 unidades da federação e em mais de 40 países.

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Num detalhe com um quê de ironia, já foi homem de confiança, na PF, do superintendente regional dessa força policial no Espírito Santo, Eugênio Ricas.

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O delegado federal conheceu o trabalho de Pacheco em duas experiências profissionais anteriores: primeiro, na Delegacia Fazendária da PF/ES; depois, os dois trabalharam juntos em uma investigação internacional relacionada à morte de uma brasileira no estado americano da Califórnia (Ricas nos Estados Unidos; Pacheco na Guiana Francesa). De 2018 a 2020, Pacheco foi oficial de Ligação da Polícia Federal no vizinho sul-americano. Nesse período, Ricas era adido policial federal em Washington.

Quando Ricas veio assumir a chefia da PF no Espírito Santo, após a temporada como adido nos Estados Unidos, Pacheco já estava lotado na Superintendência Regional. O delegado, então, convidou o colega para trabalhar diretamente com ele no seu gabinete. Pacheco assumiu a chefia do setor de comunicação da Superintendência Regional, sediada em São Torquato, Vila Velha.

A “ironia” está no fato de que, por muito pouco, Ricas não foi candidato a governador contra Casagrande em 2022 – quando Pacheco ainda colaborava estreitamente com ele. Em março daquele ano, Ricas desistiu da pré-candidatura ao Palácio Anchieta e decidiu seguir à frente da Superintendência Regional.

No fim de 2022, com a reeleição de Casagrande, o governador convidou André Garcia para voltar ao comando da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) – o que foi uma relativa surpresa, dado o histórico de colaboração de Garcia com o ex-governador Paulo Hartung. Garcia, então, convidou Pacheco para ser seu braço direito na pasta, como subsecretário de Inteligência Prisional, aportando sua experiência de quase duas décadas na PF. Como o nome do cargo sugere, Pacheco atuava principalmente na área de inteligência.

O trabalho do subsecretário agradou internamente, inclusive ao governador. No Palácio Anchieta, ele é considerado experiente e competente. Agora, com a ida de Garcia para a equipe do Ministério da Justiça, o agente federal assume a titularidade da Sejus. Garcia foi escolhido pelo novo ministro, Ricardo Lewandowski, para ser secretário nacional de Políticas Penais, em Brasília.

Pacheco não é solução provisória nem ficará interinamente à frente da Sejus enquanto o governador procura outro nome. Foi escolhido para ser o novo secretário em definitivo.

Com a troca na Sejus, num intervalo de poucos dias, o governo Casagrande precisa mexer no comando dos dois pilares da estrutura da segurança pública no Estado: a Sejus e a Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Na última quinta-feira (25), o coronel Alexandre Ramalho (Podemos) entregou ao governador o cargo de secretário de Segurança para se dedicar ao processo eleitoral. Hoje é seu último na função. A partir de amanhã, será substituído, mas interinamente, pelo coronel Márcio Celante.

Currículo

Antes de se tornar agente da Polícia Federal, Rafael Pacheco foi policial rodoviário federal por mais de uma década, de 1993 a 2005.

Na PF, atuou na repressão aos ilícitos penais, participando de operações policiais na repressão ao tráfico internacional de drogas, de seres humanos, pedofilia, crimes de ódio, crimes eleitorais, crimes financeiros, crimes contra a administração pública, entre outros.

Desenvolveu ações de cooperação internacional junto ao Itamarati, ao Departamento de Recuperação de Ativos, ao Ministério da Justiça, ao Supremo Tribunal Federal e à Interpol. Também atuou em parceria com agências estrangeiras, tais como DEA (Drugs Enforcement Administration), FBI (Federal Bureau of Investigation), ICE (Immigration Customs Enforcement) e DSS (Diplomatic Security Service), nos Estados Unidos; BKA (Bundeskriminalamt), na Alemanha; SOCA (Serious Organized Crime Agency), na Inglaterra; AFP (Australian Federal Police), na Austrália; Gerdarmerie Française, na França; SENAD (Secretaria Nacional Antidrogas), no Paraguai; Guardia Civil, na Espanha; Guardia di Finanza, na Itália; e Office Fédéral de la Police, na Suíça.

Em eventos internacionais (Jogos Panamericanos, Rio+20, Cop 8 etc.), atuou na segurança primária dos presidentes de Panamá, México, Palau e Rússia. Internamente, realizou atividade semelhante com autoridades brasileiras que possuem prerrogativa de proteção.

Academicamente, é graduado em Direito pela Universidade de Vila Velha (UVV), especialista em Direito Penal Econômico Europeu pela Universidade de Coimbra, Portugal, e em Inteligência de Segurança Pública pela UVV. Também é mestre em Políticas Públicas e Processo pela Faculdade de Campos, no Rio de Janeiro.

Adendo

O alto escalão do governo Casagrande volta a ter dois integrantes de carreira da Polícia Federal. Pacheco se junta ao secretário estadual de Planejamento, Álvaro Duboc.


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