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Coluna Vitor Vogas

Os números da nova pesquisa Paraná sobre a corrida ao Governo do ES

As intenções de voto para o Governo do Estado e para o Senado; as simulações de 2º turno com Pazolini, Ricardo Ferraço e Arnaldinho; a avaliação do Governo Casagrande; algumas ponderações necessárias sobre a montagem dos cenários testados pelo instituto

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Lorenzo Pazolini, Ricardo Ferraço e Arnaldinho Borgo. Foto: Reprodução

Lorenzo Pazolini, Ricardo Ferraço e Arnaldinho Borgo. Foto: Reprodução

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), lidera no momento a disputa para governador do Espírito Santo, a pouco menos de um ano do período oficial de campanha, de acordo com o mais recente levantamento da Paraná Pesquisas. O vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) aparece na segunda posição. A sondagem foi divulgada pelo instituto na manhã desta terça-feira (19).

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Desta vez, a Paraná testou apenas um cenário estimulado – modalidade de consulta na qual uma lista de possíveis candidatos é submetida aos entrevistados. A cédula foi composta por seis nomes: além de Pazolini e Ricardo, o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT), o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), o deputado federal Helder Salomão (PT) e o deputado federal Josias da Vitória (PP).

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Pazolini foi citado por 28,1% dos entrevistados. Ricardo foi apontado por 22,5%. Nesse caso, não há empate, pois a diferença está fora do limite da margem de erro da pesquisa, de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos.

Vidigal ficou matematicamente em terceiro, com 12,7%, tecnicamente empatado com Arnaldinho, que obteve 10,5% das menções.

Em quinto ficou Helder Salomão, com 6,7% (tecnicamente empatado com Arnaldinho).

A lista foi fechada por Da Vitória, com 4,4% (tecnicamente empatado com Helder).

Brancos, nulos e “nenhum deles” totalizaram 9,1%. Outros 6,0% não opinaram.

Espontânea

O cenário espontâneo – primeira pergunta do questionário, na qual não é apresentada lista alguma aos entrevistados – reforça o quanto o eleitor em geral ainda está pouco interessado na eleição para governador a esta altura. Sem o estímulo de uma lista, nada menos que 70,0% dos entrevistados não citaram nenhum nome.

Em evidência ainda maior do grau de distanciamento e desinformação do eleitorado neste ponto do processo, o nome mais citado espontaneamente como opção de voto é o do governador Renato Casagrande (PSB), mencionado por 9,5% dos entrevistados. Como está por encerrar o seu segundo mandato consecutivo, ele não pode concorrer novamente ao cargo, logo não será candidato a governador.

Segundo turno

A Paraná também testou dois cenários de eventual 2º turno: um entre Pazolini e Ricardo Ferraço; outro entre o prefeito de Vitória e Arnaldinho Borgo. Pazolini hoje venceria os dois.

Contra Ricardo, o prefeito de Vitória obtém 44,8%, contra 38,7% do vice-governador. A diferença está fora do limite da margem de erro, embora próxima.

Contra Arnaldinho, Pazolini atinge 52,6%, contra 22,6% do prefeito de Vila Velha.

Senado

A Paraná também aferiu como os eleitores do Espírito Santo se posicionam hoje, quanto à eleição para o Senado. No cenário espontâneo, o desengajamento neste ponto é ainda maior: 80,7% não souberam ou não opinaram.

Na estimulada, o instituto testou dois cenários, ambos com oito nomes. Lembrando que haverá duas vagas em disputa, cada entrevistado pôde citar até dois nomes.

No primeiro cenário, o governador Renato Casagrande lidera com folga. O segundo colocado é o ex-governador Paulo Hartung (MDB), tecnicamente empatado com Lorenzo Pazolini.

O resultado geral ficou assim:

No segundo cenário, o nome de Hartung é substituído pelo do deputado estadual Wellington Callegari, que vai trocar o PL pelo DC. Nessa simulação sem o ex-governador, quem mais cresce é Pazolini. Eis o resultado:

A pré-candidata mais rejeitada para o Senado é Maguinha Malta, com 22,6%, tecnicamente empatada com Fabiano Contarato (PT), em quem 20,1% não votariam. A rejeição mais baixa é a de Pazolini: 6,9%.

Avaliação do Governo Casagrande

O governo de Renato Casagrande segue muito bem avaliado. Sua aprovação chega a 79,3%, contra 17,4% de desaprovação. Somando ótimo (23,4%) e bom (40,0%), 63,4% avaliam positivamente sua administração.

Para 24,0%, o governo do socialista é regular. Ruim (4,6%) e péssimo (6,4%) somam 11,0%.

Considerações do colunista

Um levantamento como este, de um instituto renomado como a Paraná Pesquisas, é sempre um instrumento válido que contribui para o debate eleitoral, na medida em que nos ajuda “sentir” a percepção de momento do eleitorado local.

Dito isso, cabem algumas considerações críticas ao recorte escolhido pelo instituto na presente rodada.

Na corrida ao Palácio Anchieta, a Paraná só simulou um cenário e este, definitivamente, não é o melhor cenário que se poderia testar neste momento. Não traduz a realidade presente da pré-campanha a governador no Espírito Santo.

Incluiu-se na mesma cédula: Pazolini, Ricardo, Vidigal, Arnaldinho, Helder e Da Vitória. Isso vale para medirmos o tamanho individual, de cada um, num “confronto de todos contra todos”. Mas é um cenário inverossímil.

Sérgio Vidigal não é e não será candidato a governador. Apoia Ricardo Ferraço. Quando muito, será candidato a vice-governador (o que ele também já disse que não está em seus planos).

Da Vitória muito dificilmente será candidato a governador. Hoje, está muito mais para candidato a senador. Já disse que construirá a coligação majoritária com Casagrande e Ricardo. Tem esse acordo com eles.

Arnaldinho está no mesmo movimento, conduzido por Casagrande.

Desse grupo de aliados formado por Ricardo, Arnaldinho, Vidigal e Da Vitória, dificilmente sairá mais de uma candidatura ao Palácio Anchieta. Só mesmo se Arnaldinho e Ricardo, lá na frente (no ano que vem), não chegarem a um entendimento. Mas, no cenário de momento, a tendência é de unificação. O próprio Arnaldinho já disse que, seja quem for o candidato, eles estarão juntos, no mesmo palanque.

Além disso, faltou o principal:

Testar um cenário de 1º turno só com Arnaldinho (sem Ricardo) e outro cenário só com Ricardo (sem Arnaldinho). Isso permitiria medirmos qual dos dois alcança a melhor marca em um 1º turno contra Pazolini e para onde vão os votos de um na ausência do outro.

Essa lacuna é compensada, mas apenas parcialmente, pelos dois cenários de 2º turno testados.

Finalmente, Helder Salomão é outro que muito dificilmente será candidato a governador. O PT já afirmou, pela voz de vários dirigentes locais, que o projeto prioritário do partido, na disputa majoritária, é a reeleição de Contarato ao Senado.

Por fim, nos dois cenários estimulados para o Senado, não há muito sentido em substituir Paulo Hartung por Callegari. As duas possíveis candidaturas não guardam a menor relação entre si. Os dois podem perfeitamente ser candidatos de maneira concorrente.

Muito mais sentido faria, por exemplo, testar um cenário com Paulo Hartung na cédula e outro com Sérgio Meneguelli (no lugar do ex-governador). Afinal, Hartung está filiado ao PSD, partido que hoje se apresenta como o mais provável para Meneguelli se filiar e disputar uma vaga no Senado.