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Coluna Vitor Vogas

Coronel Ramalho define partido, projeto político e candidatura

Além da afinidade ideológica com o partido conservador nos costumes, ele destaca seu compromisso em apoiar Pazolini para o Governo do ES

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Ato de filiação de Alexandre Ramalho (terceiro da direita para a esquerda) ao Republicanos. Foto: divulgação

Ato de filiação de Alexandre Ramalho (terceiro da direita para a esquerda) ao Republicanos. Foto: divulgação

Coronel da reserva da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), o ex-secretário estadual de Segurança Pública Alexandre Ramalho filiou-se oficialmente ao partido Republicanos nesta segunda-feira (17). A pedra era cantada desde março, quando Ramalho saiu do Partido Liberal (PL) para poder se tornar secretário municipal de Meio Ambiente de Vitória, aceitando convite do prefeito Lorenzo Pazolini e do presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, então secretário municipal de Governo.

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O Republicanos também é o partido do prefeito de Vitória, pré-candidato a governador do Espírito Santo. A filiação do coronel foi formalizada na sede estadual da sigla, com a presença de Erick, de Pazolini e do ex-deputado federal Carlos Manato, também fortemente cotado para se filiar à legenda conservadora, assim como a esposa dele, a também ex-deputada federal Soraya Manato, secretária de Assistência Social na administração de Pazolini.

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Ramalho chega ao Republicanos para ser candidato a deputado federal. A decisão, segundo ele, está tomada. Ele não será candidato a deputado estadual – hipótese que chegou a se ventilar. Tentará novamente chegar à Câmara dos Deputados, ajudando a compor a chapa de federais do Republicanos, a qual também terá o próprio Erick Musso, o deputado federal Amaro Neto e, possivelmente, Soraya Manato – além do deputado federal Messias Donato, se este não trocar de partido na janela de março.

O coronel explica os motivos da sua nova candidatura à Câmara.

“Sou pré-candidato a deputado federal e foi para isso que me foi feito o convite, até porque sempre defendi uma pauta que agora, mais do que nunca, está em evidência no país inteiro, que é a pauta da segurança pública. Precisamos de pessoas no Congresso que possam discutir essa pauta com propriedade. Tenho mais de 30 anos dedicados à segurança pública”, afirma o ex-chefe da pasta em questão no Espírito Santo.

Ramalho também enumera os motivos da sua opção pelo Republicanos. Além da afinidade ideológica com o partido de direita de forte viés conservador nos costumes, ele destaca seu compromisso em apoiar Pazolini para o Governo do Estado e sua adesão ao projeto político-eleitoral organizado por Erick e representado pelo prefeito de Vitória.

“Em primeiro lugar, a ideologia do Republicanos combina com o que penso. Em segundo lugar, pesou a oportunidade que me foi dada por Pazolini [na secretaria municipal de Meio Ambiente], a partir de uma conversa boa, franca e sempre verdadeira com o presidente do partido, Erick Musso. Entendo cada vez mais que faço parte de um projeto político. Entendo a importância de dar tranquilidade à nossa chapa de deputados federais e solidez ao nosso majoritário com o prefeito Lorenzo Pazolini candidato a governador”, desenvolve o coronel.

O Republicanos planeja eleger dois deputados federais no Espírito Santo em 2026, repetindo o feito de 2022. A presença de Ramalho ajuda a dar consistência a uma chapa cuja montagem ainda está em progresso – daí a “tranquilidade” citada por ele. Quando assumiu a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Ramalho estava sem cargo público (e sem vitrine política alguma) havia mais de um ano – daí a “oportunidade” destacada pelo ex-secretário.

Formado oficial da PMES no início dos anos 1990, Ramalho tornou-se comandante-geral da tropa em 2018, derradeiro ano do último governo de Paulo Hartung. Em abril de 2020, após passagem pela Secretaria de Segurança de Viana e a convite do governador Renato Casagrande (PSB), assumiu o comando da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Ficou no cargo até janeiro de 2024, com um hiato para disputar as eleições de 2022.

Em sua primeira campanha eleitoral, foi candidato a deputado federal pelo Podemos, após ter tentado, sem sucesso, candidatar-se a senador naquele pleito. Com 33.874 votos, ficou como 1º suplente do Podemos-ES na Câmara dos Deputados. Disputou aquela eleição como aliado de Casagrande e membro do grupo político liderado pelo governador.

No começo de 2024, Ramalho entregou o cargo para Casagrande. No mês seguinte, saiu do Podemos. Em março, a convite do senador Magno Malta, filiou-se ao Partido Liberal (PL). Foi candidato a prefeito de Vila Velha contra o atual ocupante do cargo, Arnaldinho Borgo, apoiado pelo Palácio Anchieta. A campanha de Ramalho foi marcada pelo rompimento político com o governo Casagrande e o governador, críticas à gestão do pessebista e ao partido de Casagrande, o PSB. Arnaldinho foi reeleito em primeiro turno.

Agora, mais que nunca, Ramalho está de volta à cena política estadual. O partido escolhido por ele e suas palavras acima não deixam dúvida: o coronel que por anos serviu ao Governo do Estado e à gestão de Casagrande como secretário estadual de Segurança agora vem para o próximo pleito reforçando a tropa da oposição capitaneada por Pazolini.

Não passou batido…

O ato de filiação de Ramalho ao Republicanos também contou com a participação do ex-presidente da Câmara de Vila Velha Bruno Lorenzutti. É muito simbólico.

Lorenzutti não conseguiu ser candidato a vice-prefeito de Arnaldinho Borgo no ano passado. Após ter sido preterido, ele rompeu com o prefeito de Vila Velha. Não disputou cargo algum no ano passado. Agora, Lorenzutti deve ser candidato a deputado estadual pelo Republicanos em 2026, no mesmo grupo político que passa a abrigar também Ramalho, outro desafeto de Arnaldinho e principal adversário eleitoral do prefeito canela-verde nas últimas eleições municipais.