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Coluna Vitor Vogas

Os ex-prefeitos sem mandato acomodados por Casagrande no governo

Dois deles são filiados ao PSB. Um está sem filiação. Os outros quatro pertencem a partidos aliados do governador. Todos são aliados do governo. Todos ficaram sem mandato no dia 1º de janeiro

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Alessandro Broedel ao lado de Casagrande em evento em Sooretama. Foto: reprodução Facebook

Alessandro Broedel ao lado de Casagrande em evento em Sooretama. Foto: reprodução Facebook

Nos últimos 15 dias, o governador Renato Casagrande (PSB) incorporou sete ex-prefeitos em cargos de indicação política em sua equipe no Governo do Estado. A lista inclui dois prefeitos que tentaram se reeleger no ano passado, mas fracassaram nas urnas, além de outros quatro que encerraram o segundo mandato consecutivo em 2024 e não puderam, portanto, disputar as eleições. Há, ainda, o caso de Sérgio Vidigal (PDT), que, mesmo podendo, preferiu não postular a reeleição. Todos são aliados do governo. Todos ficaram sem mandato no dia 1º de janeiro.

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Dois deles são filiados ao PSB. Um está sem filiação. Os outros quatro pertencem a partidos aliados de Casagrande: dois são do MDB, presidido no Estado pelo vice-governador Ricardo Ferraço, um é do Podemos, cujo presidente estadual é o deputado federal Gilson Daniel, e Vidigal é o principal líder do PDT no Espírito Santo.

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O mais novo integrante desse bonde dos ex-prefeitos absorvidos na máquina é Fabrício Petri, do PSB. Prefeito de Anchieta de 2017 a 2024, ele conseguiu fazer seu sucessor, Léo Português (PSB), no ano passado. Na edição de segunda-feira (24), o Diário Oficial do Estado publicou sua nomeação para o cargo comissionado de assessor especial nível III, na Secretaria da Casa Civil, setor encarregado da articulação política do governo.

Antes dele, três ex-prefeitos foram nomeados para chefiar secretarias de Estado.

No dia 10 de fevereiro, o ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrassi (MDB) assumiu a Secretaria de Recuperação do Rio Doce, criada no fim do ano passado para gerir os R$ 14,8 bilhões que o Espírito Santo receberá, nos próximos 20 anos, em virtude do acordo de Mariana. Após governar a cidade do noroeste de 2001 a 2008 e voltar à prefeitura em 2020, Guerino perdeu a reeleição para Renzo Vasconcelos (PSD) em 2024. Na nova pasta, ele substituiu Ricardo Ianotti (PSB).

No mesmo dia , o ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim Victor Coelho (PSB) assumiu a Secretaria de Turismo (Setur), no lugar de Philipe Lemos (PDT). Após governar por oito anos a maior cidade do sul do Espírito Santo, o pessebista apoiou Lorena Vasques, também do PSB, mas ela chegou somente em 4º lugar, com 11,2% dos votos válidos.

Lorena também foi abrigada no governo Casagrande, mas no segundo escalão. Inicialmente, no começo de janeiro, foi nomeada para o cargo de subsecretária de Infraestrutura Rodoviária, da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi). Mas, com a chegada de Victor à Setur, ele a levou para a pasta. No dia 12, mesmo dia da nomeação do ex-prefeito, Lorena passou a ser a subsecretária de Estudos, Negócios, Planejamento e Infraestrutura Turística, da Setur.

Também no dia 12, o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal assumiu o lugar de Ricardo Ferraço no comando da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes). Após exercer seu quarto mandato de prefeito da Serra, ele, mesmo podendo fazê-lo, preferiu não pleitear a reeleição no ano passado. Em vez disso, lançou Weverson Meireles (PDT) e ajudou de maneira decisiva a eleger seu sucessor.

Um dia antes, Casagrande escalou o ex-prefeito de Sooretama Alessandro Broedel para dirigir o Incaper, em substituição ao técnico de carreira do órgão Antonio Elias Souza da Silva. Eleito em 2016 pelo PSDB e reeleito em 2020 pelo Republicanos, Broedel conseguiu eleger seu sucessor na cidade do norte em 2024. O felizardo foi seu vice-prefeito, Fernando Camiletti (Republicanos), com 74,7% dos votos válidos.

Casagrande ainda reacomodou dois aliados sem mandato em cargos menores, vinculados à Secretaria de Saúde, ambos no mesmo município do litoral norte.

No dia 12 de fevereiro, o ex-prefeito de Pedro Canário Bruno Araújo, o Bruno Cinco Estrelas, tornou-se superintendente regional de Saúde de São Mateus. Eleito pelo PSDB em 2016 e reeleito pelo Republicanos em 2020, ele agora está sem partido. No fim do ano passado, saiu do Republicanos, legenda que organiza uma frente de oposição no Espírito Santo. Em 2024, ele apoiou Kleilson Rezende, eleito em Pedro Canário com mais de 80% dos votos válidos, pelo PSB de Casagrande. Foi o candidato à sucessão mais votado no Espírito Santo no último pleito municipal.

Por fim, desde 17 de fevereiro, o ex-prefeito de Nova Venécia André Fagundes é o novo diretor-geral do Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares, também na cidade de São Mateus. Curiosamente, ele perdeu a reeleição para o candidato do PSB, Mário Sergio Lubiana. Derrotado por um correligionário de Casagrande, foi abrigado agora em seu governo.