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Coluna Vitor Vogas

Ministério Público opina: campanha na Serra deve ter propaganda na TV

Análise: saiba quem perde e quem lucra se a eleição a prefeito do maior município capixaba tiver mesmo horário eleitoral gratuito desta vez

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Sérgio Vidigal, Audifax Barcelos e Pablo Muribeca. Foto: Reprodução

A cada quatro anos, temos 29 dias em fevereiro, Jogos Olímpicos, eleições municipais no Brasil e a mesmíssima pergunta coletiva, motivada por um grande estranhamento: por que a eleição na Serra, município mais populoso e com o maior número de eleitores do Espírito Santo, não tem propaganda eleitoral na televisão? Outra tradição quadrienal: um ou mais partidos, por meio de seus representantes na Serra, reivindicam essa concessão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES). Nas últimas eleições municipais, o pleito não prosperou. Desta vez, tudo leva a crer que há boas chances de vingar.

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Dois partidos, o Novo e o PL, entraram no TRE-ES com um pedido formal para que, no ano da graça de 2024, a Serra tenha o famigerado “horário eleitoral gratuito” veiculado em emissora de TV, para apresentação das propagandas dos candidatos a vereador e a prefeito da cidade. O relator do processo, ainda não pautado para julgamento no plenário do tribunal, é o vice-presidente da Corte, o desembargador Dair José Bregunce. Mas o pleito dos dois partidos de direita já ganhou um “aliado forte”: chamada, como de praxe, a opinar nos autos, a Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se a favor da petição.

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Em seu parecer, dado na última segunda-feira (15), o procurador regional eleitoral, Alexandre Senra, posicionou-se pelo deferimento do pedido, desde que haja “viabilidade operacional da transmissão e consenso entre órgãos regionais e federações partidárias no município da Serra”.

Vale dizer: o Ministério Público concorda que a eleição na Serra deve ter propaganda eleitoral na TV, se cumpridas essas duas condicionantes. Agora, cabe ao TRE-ES decidir.

Quem ganha com isso, “se rolar”?

Apesar da influência crescente das redes sociais (crescente e desregrada, na “terra sem lei” que se tem demonstrado essa arena), os meios de comunicação de massa, notadamente a TV, ainda exercem sem dúvida alguma um “poder de penetração” sem igual na maioria dos lares, sobretudo em uma cidade como a Serra, onde os segmentos de menor poder aquisitivo constituem boa parte dos mais de 500 mil habitantes.

Partindo dessa premissa, uma campanha maciça na televisão – nos dois blocos diários de 10 minutos e nas inserções de 30 segundos durante os intervalos na programação – pode fazer considerável diferença, principalmente para os candidatos a prefeito que ainda são muito pouco conhecidos pelo grande contingente de eleitores e que, num período curto de campanha, precisam massificar seu nome, sua imagem e sua mensagem no maior colégio eleitoral do Espírito Santo.

Não por acaso, os dois partidos que ingressaram com a ação no TRE são justamente duas agremiações cujos pré-candidatos a prefeito têm, na certa, baixo recall junto ao eleitorado serrano: o vereador Igor Elson, do PL, e o empresário Wilson Zon, do Novo (vide abaixo).

Para um candidato como Audifax Barcelos (PP), prefeito por três mandatos e com altíssimo recall na largada, pode não ser tão interessante: favorece mais a seus adversários.

Para o deputado Pablo Muribeca (Republicanos), pode ser um complemento à sua campanha nas redes sociais, onde ele, como parlamentar, já está bem consolidado. Como ponto negativo, se aprovada a propaganda na TV e mantida sua atual coligação (Republicanos, PSD e partidos nanicos), ele não deve ter muito tempo no horário eleitoral.

Já para o candidato da situação, Weverson Meireles (PDT), lançado e apoiado pelo prefeito Sérgio Vidigal (PDT), pode ser uma faca de dois gumes: por um lado, Weverson definitivamente ainda é pouco conhecido pelo eleitorado serrano e precisa se fazer conhecer; por outro lado, talvez a força da máquina municipal, a intensa campanha de rua, o “corpo o corpo” numa cidade onde isso ainda faz diferença, com Vidigal a levá-lo pelo braço e a apresentá-lo como “o seu candidato”, sejam suficientes para garantir, no mínimo, a presença dele no 2º turno.

A conferir.

O candidato do Novo a prefeito da Serra

Segundo o presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar, a sigla também tem pré-candidato a prefeito da Serra.

É Wylson Zon, 60 anos, empresário.

Apresentado como “desenvolvedor imobiliário”, ele coordenou o Planejamento Estratégico da Serra 2000-2020 pela Associação dos Empresários da Serra (Ases), foi presidente do Conselho de Segurança da Serra, participou do Conselho de Turismo da cidade e dirigiu a Associação de Moradores de Manguinhos.

O pré-candidato é sócio e conselheiro do Grupo Macafé, empresa tradicional do setor imobiliário na Serra, e atua em sua própria empresa de desenvolvimento, a YbyPlan, com foco em incorporação imobiliária no município.


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