Meneguelli acusa Guerino e primeira-dama de “chantagem” e “ameaça”

Sérgio Meneguelli. Crédito: Lucas S. Costa/Ales

Agora apoiador declarado de Renzo Vasconcelos (PSD) para prefeito de Colatina, o deputado estadual e ex-prefeito Sérgio Meneguelli (Republicanos) fez uma grave acusação, ao vivo, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira (1º). Segundo o deputado, ele viria sofrendo “chantagens” e “ameaças” por parte de representantes do grupo político do atual prefeito, Guerino Balestrassi (MDB), incluindo a primeira-dama e chefe de gabinete de Guerino, Mara Oliveira. Guerino nega tudo e afirma que o comportamento de Meneguelli “causa estranheza”.

Entre as dez cidades mais populosas do Espírito Santo, Colatina tem uma das três eleições para prefeito com final mais eletrizante. As pesquisas têm mostrado equilíbrio entre Guerino e Renzo, com pequena vantagem para o atual prefeito. Como não pode haver segundo turno, o próximo prefeito será conhecido no domingo (6).

Por videoconferência, Meneguelli afirmou que Mara e o ex-secretário de Obras João Paulo Calixto da Silva, com a anuência de Guerino, viriam ameaçando-o com a abertura de tomada de contas especial para apurar possíveis irregularidades nas contas da Prefeitura de Colatina durante sua administração, encerrada em 2020. O órgão que faz tomada de contas especial de prefeituras é o Tribunal de Contas do Estado, não a própria prefeitura, mas o tribunal pode ser provocado por denúncias.

Meneguelli rasgou o verbo e apontou nomes:

“Como deputado, estou me sentindo chantageado. Dentro do plenário, recebi uma mensagem do ex-secretário de Obras João Calixto. A primeira-dama, indiretamente, já tinha feito esse tipo de ameaça. Me ameaçaram que, se eu for para a campanha do deputado Renzo, eles vão fazer tomada de contas”, afirmou o deputado, comparando Mara Oliveira à personagem bíblica Jezebel.

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“Quero dizer que não aceito chantagem. Se tiver erro, eu vou ao Ministério Público e quero ser punido. […] Eu não aceito esse tipo de jogo. Como deputado, me senti ofendido. Eu não vou apoiar o Guerino. Não sou contra, mas não vou apoiar. Não vou votar no Guerino. Vou votar no Renzo porque sou a favor da mudança. Agora, chantagem não, principalmente a primeira-dama. Eu não sou o profeta Elias, eu não sou membro da Bíblia, a senhora me respeite! Vocês vão fazer chantagem na família de vocês!”

Erguendo a voz, ele prosseguiu:

“Não sou moleque! Estou num país democrático. Não admito isso! Se vocês ganharem, tudo bem. O povo é que vai decidir. Eu não estava envolvido na campanha. Não sou moleque! Principalmente o prefeito Guerino, que comunga com essa patifaria!”

Essa foi a primeira vez que Meneguelli disse, com todas as letras, “Vou votar no Renzo”. Mas, na semana passada, ele já havia aparecido na propaganda eleitoral do candidato de oposição na TV. No programa, ele cumprimentou Renzo na rua e declarou que Colatina, com o candidato do PSD, “estará em boas mãos”.

A resposta de Guerino: “Causa estranheza”

Causa estranheza o comportamento do deputado Sergio Menegueli na sessão desta terça-feira. Sempre tivemos uma relação respeitosa, apesar de não nos falarmos há muito tempo, e acredito que o momento eleitoral pode ter motivado esse comportamento. Afinal, em nenhum momento ele foi ameaçado por ninguém da administração municipal.

O que existe são processos com possíveis irregularidades, mas que necessitam de profunda análise e apuração. Processos que são comuns em qualquer administração pública. Inclusive, ele respondeu a um processo envolvendo a construção de uma bicicleta na avenida Beira-Rio. Diante desses processos, o deputado Sérgio Menegueli tem procurado constantemente funcionários da prefeitura para buscar informações. Mas nós estamos cuidando da administração pública, onde existem demandas muito mais urgentes.

Eu, inclusive, estou passando por um pleito eleitoral e não gostaria que essas situações fossem misturadas no processo, afinal, são questões totalmente distintas.

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