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Coluna Vitor Vogas

Eleição na Serra: filho de Vidigal tem dúvidas sobre candidatura de Weverson

Em entrevista à coluna, filho mais velho de Sérgio Vidigal e novo presidente estadual do PDT diz manter “visão diferente” do pai e do partido e torce para que atual prefeito volte atrás e dispute a reeleição no município. Aqui você encontra a entrevista completa do primogênito

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Post de Eduardo Vidigal com Sérgio Vidigal. Foto: Reprodução Facebook

Até meados de março, o presidente do PDT no Espírito Santo era o chefe de gabinete do prefeito Sérgio Vidigal, Weverson Meireles. Com o lançamento do próprio Weverson ao cargo de prefeito da Serra, apoiado por Sérgio Vidigal, a presidência estadual do partido foi assumida por Eduardo Vidigal, filho mais velho do “Doutor Sérgio” e diretor-geral do Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES).

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Há alguns dias, Dudu Vidigal, como é mais conhecido, já empossado como presidente estadual do PDT, foi visitar o próprio pai na Serra. Como registro da visita, no último fim de semana, o novo presidente estadual do partido fez uma postagem que deixou extremamente nervoso o mercado político do maior colégio eleitoral capixaba. Na legenda da foto publicada com seu pai, ambos muito sorridentes, Eduardo escreveu simplesmente: “Dr. Sérgio, não podemos ficar sem você”.

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Isso, vejam bem, menos de um mês após os próprios Eduardo e Sérgio Vidigal terem dividido o palco com Weverson Meireles em um grande cerimonial na Serra, no evento em que o prefeito anunciou que não é candidato à reeleição e lançou Weverson como seu sucessor.

Na entrevista abaixo, Dudu Vidigal dá a sua opinião sobre a decisão do pai e a estratégia levada a cabo pelo próprio partido, agora presidido por ele no Espírito Santo. Elogia Weverson e diz que a sua visão “não importa”.

Mas seu conjunto de declarações não deixa dúvida: o próprio primogênito de Vidigal, novo líder estadual do PDT, expressa sérias dúvidas quanto à viabilidade e à competitividade de Weverson Meireles. E afirma que, se dependesse dele, o prefeito Sérgio Vidigal seria candidato à reeleição sem hesitação.

Eis a entrevista completa:

A pré-candidatura do Weverson está firme?

Tenho tomado muito conta do interior do Estado. O lançamento do Weverson foi uma estratégia do PDT municipal, não foi nem do PDT estadual. Decidiram lançá-lo para ver se ele vai se alavancar. Eu entendo que o PDT tanto do Espírito Santo como da Serra tem um líder maior: Sérgio Vidigal. Sem ele, o PDT não teria chegado aonde chegou. Existe uma preocupação da minha parte de essa grande liderança se afastar, mas também tenho que respeitar o lado pessoal. Agora, dentro do partido, temos nossas divergências. Cada um tem a sua opinião em relação a nome competitivo ou não. Mas isso quem define mesmo é o PDT da Serra é ele quem vai definir se a candidatura do Weverson vai emplacar, se ele é mesmo competitivo. Vamos fazer de tudo para chegar ao 2º turno.

E qual é a sua opinião?

Tenho minha visão, que é uma visão diferente, mas minha visão nesse caso não conta. Tem que construir. Temos um período para construir o nome dele. É um rapaz capaz, já passou por cargos públicos. Se o Weverson não emplacar, o Doutor Sérgio vai participar do processo eleitoral? Essa é outra situação que precisa ser conversada. Mas, por enquanto, não tem plano B.

O senhor fala em divergências dentro do próprio PDT. Na sua avaliação, o prefeito Sérgio Vidigal deveria voltar atrás e ser candidato à reeleição?

Eu acho que ele tem que analisar o cenário. Ele tem que falar e definir. Eu não posso definir por ele, até porque faço movimento orquestrado com eles. Mas acho que a gente precisaria de um nome mais competitivo. É o que acredito. De todo modo, o caminho é este: é o Weverson o nosso candidato. Nós vamos seguir, mas vamos chegar até um ponto do trajeto para definir se ele é viável.

O senhor agora é o presidente estadual do PDT. Defende uma mudança de estratégia e de candidatura, com seu pai indo buscar a reeleição?

Não adianta eu defender, porque eu sou filho dele. Por mais que eu esteja à frente do partido, é uma relação muito pessoal. É a cúpula do partido que vai decidir. Meu pai tem 100 anos de política e de PDT. Eu tenho 43 anos de vida e 25 anos de PDT. Preciso respeitar o Doutor Sérgio.

Para ser totalmente transparente, estou lhe perguntando sobre isso porque vi um post seu há poucos dias nas redes sociais em que o senhor, após ter visitado o seu pai, publicou uma foto dos dois juntos e a seguinte legenda: “Dr. Sérgio, não podemos ficar sem você”. Isso, é claro, suscitou uma série de conjecturas e especulações. A frase soa como o apelo emocionado de um filho para o pai voltar atrás. Então, para dissipar a fumaça: o que o senhor quis dizer exatamente com essa frase? Defende que Sérgio Vidigal seja candidato à reeleição?

Não fiz isso para deixar algo no ar, mas porque ele tem que participar do processo eleitoral todinho. A gente precisa dele do lado! Para ajudar a eleger o Weverson, ele vai ter que se engajar na campanha como se fosse ele mesmo o candidato. A partir do momento em que ele decide não se candidatar, ele acaba se afastando um pouco em relação ao processo eleitoral devido à decisão que ele tomou de parar.

O prefeito recuou desde então? Não tem participado das articulações eleitorais em prol do Weverson?

Ele realmente deu uma recuada. Mas, para ele ajudar a eleger o Weverson, tem que dar todo o suporte em relação ao nome do Weverson, pois não sei se é um nome competitivo. Se você me perguntar: pessoalmente, Weverson ou Vidigal? Aí não tem jeito: prefiro Vidigal, pela capacidade administrativa já comprovada. Mas estou engajado na candidatura do Weverson. Não existe conflito interno no PDT… até porque o filho tem que respeitar a decisão do pai. Não tem como eu bater de frente.

E quanto a uma possível aliança com Audifax Barcelos? No lançamento de Weverson, em março, tanto ele como o próprio Vidigal sinalizaram que buscariam isso, em nome do “interesse maior da Serra’, isto é, implicitamente, para derrotarem Pablo Muribeca. Essa possibilidade está mesmo de pé ou fora de cogitação?

Essa possibilidade não existe.

Por quê?

Porque ela transcende a política. É um negócio complicado. Ele foi um cara que maltratou muito a nossa família. Audifax nos desrespeitou. Não tem como fazer essa aliança. Pode ter a expectativa, pode ter o movimento partidário… mas, no final, não dá liga.

Então vocês do PDT não vão nem sequer conversar com o ex-prefeito?

Se alguém tiver que se sentar com ele, será o presidente municipal do partido na Serra, Alessandro Comper. Não interfiro na Serra e sim em todo o interior e outras cidades da Grande Vitória. Na Serra, prefiro me manter à parte, porque tudo o que eu falar vai parecer que sou uma extensão do meu pai.

Os diretórios municipais do PL e do Novo, partidos de direita, entraram com ação no Tribunal Regional Eleitoral pleiteando que, desta vez, a Serra tenha propaganda eleitoral gratuita também na televisão, apesar de não haver nenhuma emissora de TV sediada no município. Chamado a opinar no processo, o Ministério Públicose manifestou favoravelmente ao pleito. Qual é a opinião do PDT? O senhor entende que isso favorece ou desfavorece a candidatura do Weverson?

Apoio a ideia, até para mostrarmos o trabalho da atual gestão. Acho interessante. Seria mais um meio de fazer proliferar a imagem do nosso candidato. Mas acredito que isso não aconteça.


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