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Coluna Vitor Vogas

Casagrande anuncia 10 mil casas populares no ES em parceria com Lula

E mais: coluna analisa o discurso do governador na presença do presidente, dividido em três partes (gratidão, elogio do próprio governo e pedidos a Lula)

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Casagrande e Lula inauguram o Contorno do Mestre Álvaro, na Serra (15/12/2023). Foto: Hélio Filho/Secom

Casagrande e Lula inauguram o Contorno do Mestre Álvaro, na Serra (15/12/2023). Foto: Hélio Filho/Secom

O governador Renato Casagrande (PSB) anunciou que o Governo do Estado construirá 10 mil casas populares nos próximos anos, em parceria com o Governo Federal. O anúncio foi feito ao lado de Lula (PT), durante o ato de inauguração do Contorno do Mestre Álvaro, na Serra, na tarde desta sexta-feira (15).

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Em seu discurso na solenidade, o governador antecipou a medida, a ser detalhada na próxima segunda-feira (18). Segundo Casagrande, trata-se de uma parceria do Nossa Casa (programa estadual de habitação popular) com o Minha Casa Minha Vida (programa federal com a mesma finalidade). Os contemplados estarão na faixa de renda entre um e três salários mínimos.

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No discurso de Casagrande, feito diante do próprio Lula e de uma plateia de apoiadores entusiasmados do presidente, “parceria” foi precisamente a palavra-chave usada pelo governador. Sua fala, com menos de dez minutos, pode ser dividida em três momentos.

O primeiro foi de agradecimentos efusivos ao presidente da República – apoiado por ele, ainda que timidamente, nas eleições gerais do ano passado.

O segundo foi um autoelogio: Casagrande enalteceu os bons resultados acumulados em uma série de ranqueamentos nacionais dos estados, em várias áreas (resultados verdadeiros, por sinal).

O terceiro foi reservado a pedidos públicos a Lula para que a administração do presidente fortaleça ainda mais as “parcerias” com o Governo Estadual, sobretudo visando à solução de gargalos logísticos que dependem fundamentalmente de recursos federais.

Como estratégia retórica, ficou subentendida uma relação de causa e consequência entre as duas últimas partes, não explicitada por Casagrande, mas implícita em suas palavras. Tipo: “Olha, presidente, somos muito gratos por tudo o que seu governo tem feito pelo Espírito Santo, mas nosso estado tem feito o dever de casa e se destacado há algum tempo em muitos pontos, por isso nos julgamos merecedores de um olhar especial da União e de ainda mais parcerias (leia-se recursos federais) com seu governo”.

A parte 1: agradecimentos

Casagrande iniciou a fala agradecendo muito a Lula, pela visita, pela autorização para a ZPE de Aracruz, pela obra do Contorno do Mestre Álvaro, mas, acima de tudo, pela “pela retomada da pauta federativa”.

“Desde o primeiro dia do seu governo, retomamos o debate federativo, os interesses de cada estado e os interesses de cada município. Saímos das disputas e avançamos para a reconciliação. A retomada dessa pauta federativa foi fundamental para nós”, começou Casagrande, destacando a “união dos esforços para que possamos fazer obras importantes”.

Parte 2: autoelogio

Casagrande salientou que o Espírito Santo é o estado com a menor mortalidade infantil do Brasil: “Temos o SUS funcionando”. Destacou, ainda, que o Estado, ano após ano, figura sempre nas três primeiras posições no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

E seguiu citando outros feitos, relacionados principalmente ao saneamento fiscal e econômico:

“O Espírito Santo é um estado equilibrado na área fiscal, é um estado com capacidade de investimentos. Este ano, fizemos um investimento de R$ 3,5 bilhões em infraestrutura. Temos um programa próprio de distribuição de renda. Aprovamos agora o Vale-Gás Capixaba”, enumerou.

Parte 3: pedidos

Casagrande, então, arrematou fazendo aquele link da segunda para a última parte (os pedidos), estabelecendo implicitamente aquela relação de causa e consequência (“fizemos e fazemos, logo merecemos”):

“Este estado tem resultados que mostram nossa capacidade de realizar, fazer parcerias e conviver com as diferenças. Conquistamos muitas vitórias, mas dependemos efetivamente dessa parceria com o Governo Federal, com o presidente Lula. Dependemos de ter essa parceria, de mãos dadas com o Governo Federal.”

O governador passou, então, à pauta concreta do Estado. Objetivamente, citou a nova concessão da BR-101, que “depende de um bom entendimento no TCU”, e outros empreendimentos ferroviários e rodoviários estratégicos para o desenvolvimento econômico do Espírito Santo:

“A Ferrovia Sul Litorânea é fundamental até Anchieta e depois até o Rio de Janeiro. Duplicar a BR-262 é fundamental. Avançar na 259 de João Neiva até Baixo Guandu é fundamental. Então queremos, sim, ser um estado competitivo, eficiente e justo. Queremos que o Espírito Santo seja a porta de saída dos produtos do Brasil para o mundo e que seja a porta de entrada dos produtos do mundo para o Brasil. Para isso, precisamos de uma boa logística. E precisamos dessa parceria”, enlaçou o governador.


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