fbpx

Coluna Vitor Vogas

Câmara de Vitória terá chapa única, e futuro presidente é definido

Após um começo de caminhada tranquilo, candidato de Pazolini esteve perto de sofrer um revés, mas princípio de rebelião foi definitivamente abafado

Publicado

em

Anderson Goggi e Pazolini "resgatam" cinco vereadores da base que ameaçaram com chapa alternativa

Anderson Goggi e Pazolini “resgatam” cinco vereadores da base que ameaçaram com chapa alternativa

A crise foi definitivamente contornada. Na tarde desta terça-feira (17), pouco antes da cerimônia de diplomação dos vereadores, prefeito e vice-prefeita eleitos de Vitória, o vereador Anderson Goggi (PP), aliado de Lorenzo Pazolini (Republicanos), deu a prova definitiva de que tem maioria ampla para se eleger presidente da Câmara de Vitória, na sucessão de Leandro Piquet (Republicanos), no dia 1º de janeiro. Ele está com o caminho livre e pavimentado para chegar ao comando da Câmara, à frente de uma chapa de consenso.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Após um grande sobressalto que pôs em risco real a vitória de Goggi, o vereador do PP reuniu-se com o prefeito e com os cinco vereadores da base que protagonizaram um foco de dissidência e chegaram a se organizar para lançar uma chapa alternativa à de Goggi, encabeçada por André Brandino (Podemos).

Receba as notícias da coluna no grupo de Whatsapp do Vítor Vogas.

No encontro, em pleno gabinete do prefeito, o candidato de Pazolini recebeu a manifestação de apoio do “Grupo dos 5”, como foi aqui apelidado, formado por Aloísio Varejão (PSB), Dalto Neves (SD), Luiz Paulo Amorim (PV) e Maurício Leite (PRD), além de André Brandino.

Na última quinta-feira (12), Goggi já havia recebido manifestação de apoio de 11 futuros colegas (incluindo Maurício Leite) – já tendo, assim, formado maioria a seu favor, porém ainda muito apertada. Na próxima legislatura, a Câmara de Vitória terá 21 parlamentares. Com as quatro adesões desta terça-feira, o número de apoiadores salta para 15 (além do próprio voto).

Mais importante que a matemática, é o feito político do movimento: ao atrair o apoio exatamente dos vereadores que ameaçavam se rebelar, Goggi extingue a ameaça de lançamento de uma chapa concorrente. Não há mais espaço para isso.

Tudo somado, podemos afirmá-lo aqui e agora: naquilo que está dentro dos limites da esfera política, esse jogo acabou. Anderson Goggi está automaticamente eleito para presidir a Câmara de Vitória no biênio 2025-2026.

No momento, só não estão com ele, ou ainda não lhe declararam apoio: Pedro Trés (PSB), Bruno Malias (PSB), Karla Coser (PT), Professor Jocelino (PT) e Ana Paula Rocha (PSol). Os três últimos são os únicos que afirmam que farão mandato de oposição ao governo Pazolini.

Os cinco, é claro, ainda podem se juntar ao movimento encabeçado por Goggi e apoiar a chapa única patrocinada pela gestão de Pazolini. Mas, nem mesmo em teoria, conseguiriam lançar uma chapa de oposição para marcar posição, por não atingirem o número mínimo de sete membros.

Por outro lado, o vice-presidente do PP em Vitória já tem o apoio de:

  1. Aloísio Varejão (PSB)
  2. André Brandino (Podemos)
  3. Armandinho Fontoura (PL)
  4. Aylton Dadalto (Republicanos)
  5. Baiano do Salão (Podemos)
  6. Camillo Neves (PP)
  7. Dalto Neves (SD)
  8. Darcio Bracarense (PL)
  9. Davi Esmael (Republicanos)
  10. João Flavio (MDB)
  11. Léo Monjardim (Novo)
  12. Luiz Emanuel (Republicanos)
  13. Luiz Paulo Amorim (PV)
  14. Mara Maroca (PP)
  15. Maurício Leite (PRD)

Contexto

A caminhada de Goggi rumo à mesa Diretora começou até tranquila.

Desde antes das eleições municipais, por um acordo do prefeito Lorenzo Pazolini com o PP, seu principal aliado partidário, a presidência da Câmara de Vitória no biênio 2025-2026 estava “reservada” para ele.

Depois da vitória eleitoral em 6 de outubro, o próprio Goggi começou a se movimentar nessa condição, enquanto Pazolini e emissários políticos fizeram a mensagem chegar aos vereadores eleitos por sua base (a grande maioria dos próximos 21 parlamentares). Tudo parecia garantido e bem encaminhado para Goggi chegar lá sem problemas… mas, do fim de novembro para cá, essa construção política esteve muito perto de desmoronar. Por muito pouco, a casa não caiu.

Como demonstrado aqui na última quinta-feira (12), parte da base de Pazolini se rebelou contra a “imposição” e se organizou para emplacar uma alternativa ao nome de Goggi, visando derrubar o candidato do prefeito ou, no mínimo, evitar sua vitória antecipada. Ganhou muita força um movimento paralelo liderado por cinco vereadores experientes e reeleitos, insatisfeitos com a condução antecipada em favor de Goggi, com o comportamento do próprio e com recentes projetos saídos do forno da prefeitura com o intuito de enfraquecer as prerrogativas dos próprios vereadores na próxima legislatura. O quinteto botou o pé na porta.

Os líderes “rebeldes” foram Aloísio Varejão (PSB), Dalto Neves (SD), Luiz Paulo Amorim (PV), Maurício Leite (PRD) e André Brandino (Podemos). Reeleito para o segundo mandato e transitando bem entre todos, Brandino foi o nome aventado por eles para encabeçar uma chapa dissidente.

O movimento dos “rebelados” – apelidado aqui de Grupo dos 5 ou Grupo da Saborear – chegou ao ápice nas últimas duas semanas, com direito a derrubada de sessão, boicote a um pacote de medidas de interesse da prefeitura e uma mais que sugestiva foto dos cinco, publicada por Brandino, com ninguém menos que Renato Casagrande (PSB), na churrascaria Saborear, em Bairro República – daí o segundo apelido.

No atual mandato, os cinco fazem parte da base de Pazolini no plenário, votando quase sempre com o prefeito, embora de fato tenham boa relação com Casagrande. Formam algo como o “Centrão” no plenário atual na Câmara de Vitória.

Em evidente retaliação, na última terça-feira (10), Pazolini exonerou mais de 30 servidores indicados pelos cinco vereadores, até então ocupantes de cargos comissionados na Prefeitura de Vitória. Ação e reação implacável.

Mas Brandino e companhia não estavam para brincadeira. Partindo com cinco vereadores, se conseguissem juntar mais seis dos 21 eleitos (por exemplo, os três de oposição do PT e do PSol, os outros dois do PSB e os dois eleitos pelo PL), chegariam ao número mágico de 11, formando maioria para garantir a vitória matemática na eleição da Mesa, marcada para 1º de janeiro,

Não chegaram a tanto, mas a ameaça de derrota política foi real, muito real, e Pazolini nunca esteve tão perto de começar o novo mandato sofrendo um revés político em uma questão vital para o sucesso de seu segundo governo: a liderança do Legislativo Municipal. A água chegou a bater no queixo. Era preciso reagir, e rápido – não apenas com exonerações em série.

Na última quinta-feira (12), começou a reação contundente.

A reação de Erick e Pazolini

Captando a gravidade da situação, o principal articulador político de Pazolini, Erick Musso, presidente estadual do Republicanos e muito provável futuro secretário municipal de Governo, encerrou precocemente um período de folga em Aracruz e colocou em prática, às pressas, uma “Operação Apaga Incêndio”, deflagrada com a urgência que o momento pedia.

Para conter a ameaça real de desmoronamento da base e retomar o controle sobre a definição da próxima Mesa, o articulador de Pazolini suou para controlar o princípio de incêndio, em uma série de telefonemas e reuniões. Nesse esforço para abafar o foco de dissidência, conseguiu “trazer de volta” para o grupo pró-Goggi o vereador Maurício Leite, um dos cinco rebelados reunidos no Grupo da Saborear.

O próprio Goggi também foi chamado a entrar em cena para ajudar a apagar o foco de incêndio, superar a resistência de colegas e salvar a própria candidatura.

No mesmo dia, às 14 horas, Goggi reuniu-se, em Jardim da Penha, com outros 11 vereadores eleitos de centro e centro-direita, incluindo o “resgatado” Maurício Leite – a maioria deles eleita no palanque de Pazolini e leal ao prefeito.

Anderson Goggi com apoiadores

Anderson Goggi com apoiadores

O objetivo foi não só reorganizar a base como reagrupar seu “eleitorado” de Goggi, isto é, seu time de apoiadores na eleição de 1º de janeiro. Fotos de Goggi com os 11 foram tiradas e enviadas à coluna, como prova imagética (das que “valem mais que mil palavras”) de que o candidato do prefeito conseguiu reunir maioria absoluta (12 de 21) para garantir o triunfo na disputa pela presidência da Câmara. Esses 11 colegas manifestaram apoio à eleição do colega ungido por Pazolini e Erick.

Anderson Goggi recebe o apoio de Armandinho Fontoura

Anderson Goggi recebe o apoio de Armandinho Fontoura

Anderson Goggi recebe o apoio de Dárcio Bracarense

Anderson Goggi recebe o apoio de Dárcio Bracarense

Ato contínuo, no mesmo escritório em Jardim da Penha, Goggi recebeu vereadores de centro-esquerda e de esquerda (declaradamente “independentes” ou de oposição), com o intuito de estreitar a relação e negociar a adesão também desses parlamentares à sua candidatura na cabeça de uma chapa de consenso – claro, após a reunião anterior e a “prova pública” dada de que ele já atingira a maioria dos votos.

Para essa reunião “complementar”, foram convidados Karla Coser (PT) – ausente –, Professor Jocelino (PT), Ana Paula Rocha (PSol), Bruno Malias (PSB) e Pedro Trés (PSB). Eles não chegaram a declarar apoio a Goggi.

Muito sugestivamente, dos 20 futuros colegas, Goggi só não havia se sentado para conversar com quatro dos cinco membros do Grupo as Saborear (enquanto Maurício Leite roeu a corda).

Esse foi o movimento final, realizado nesta terça-feira (17), também por operação de Erick Musso – que, mais uma vez, se prova um bom bombeiro político. Com a chegada de Aloísio Varejão, André Brandino, Dalto Neves e Luiz Paulo Amorim, Goggi forma maioria esmagadora. Ele está virtualmente eleito. E Pazolini pode respirar tranquilo, com a questão resolvida para ele antes da diplomação.


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui