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Coluna Valor em Foco

Seu dinheiro está rendendo menos? Entenda como a inflação age como um imposto invisível

Entender a inflação como um “imposto invisível” é o primeiro passo para tomar decisões financeiras mais conscientes

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A inflação corrói silenciosamente o valor do seu dinheiro. Por isso, proteger-se é questão de estratégia, não de sorte. Fonte: Arquivo Pessoal

A inflação corrói silenciosamente o valor do seu dinheiro. Por isso, proteger-se é questão de estratégia, não de sorte. Fonte: Arquivo Pessoal

Muita gente tem sentido no bolso que o dinheiro já não rende como antes. Vai ao mercado, abastece o carro, paga um serviço — e percebe que o custo de vida subiu, mesmo sem grandes manchetes nos jornais.

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Isso não é só uma impressão. A inflação tem um efeito silencioso sobre o poder de compra, e um dos jeitos mais interessantes (e importantes) de entender isso é reconhecê-la como um “imposto invisível”

Mas como assim a inflação é um imposto?

Na economia, a inflação age como um “imposto inflacionário” que afeta todos os agentes. Enquanto para o investidor, rendimentos que parecem altos em termos nominais podem, na prática, ser neutros ou até negativos em termos reais. Um CDB que paga 10% ao ano parece ótimo, mas se a inflação for de 8%, o ganho real é de apenas 2%. Para o Governo, a inflação muitas vezes beneficia seus cofres e aumenta a sua arrecadação, daí o apelido de “imposto invisível”. Mas como isso acontece? Parte da dívida pública em reais perde valor real, enquanto a arrecadação tende a crescer, já que muitos tributos incidem sobre o valor nominal das transações (que tiveram seus preços inflados). Isso ajuda a ajustar contas públicas sem cortes de gastos ou aumentos formais de impostos.

Como o investidor pode se proteger nesse cenário?

O primeiro passo é entender que rentabilidade real (acima da inflação) é mais importante que rentabilidade nominal. O segundo é ajustar a carteira para proteger o patrimônio contra esse desgaste silencioso. Veja algumas estratégias:

  • Tesouro IPCA+ e ativos indexados (CDB, CRI, CRA, Debenture): garantem um ganho acima da inflação, preservando poder de compra.
  • Fundos multimercados e ativos reais (como FIIs): podem ter flexibilidade para reagir a cenários de alta inflacionária.
  • Exposição internacional: diversifica seu patrimônio em moedas fortes e economias menos expostas ao risco Brasil.

A inflação é como um vazamento: silencioso, mas constante. Ela tira valor do seu dinheiro ao longo do tempo, afetando escolhas, padrões de vida e retornos financeiros. Por isso, mais do que buscar retornos altos, o investidor consciente precisa buscar retornos reais e consistentes. Entender como a inflação atua sobre a economia, e sobre sua vida, é um dos passos mais importantes para tomar decisões financeiras mais inteligentes, realistas e sustentáveis no tempo.


Gabriel Cecco é sócio e assessor de investimentos da VALOR Investimentos. Foto: Arquivo Pessoal*Gabriel Cecco é sócio e assessor de investimentos da VALOR Investimentos.


																														

Valor em Foco

Valor em Foco é um espaço de conteúdo produzido pelos especialistas da Valor Investimentos, escritório XP com mais de 20 anos de mercado e 40 mil clientes pelo Brasil. Os artigos abordam o Mercado Financeiro, com foco na educação e orientação dos leitores em suas tomadas de decisões no mundo dos investimentos, sempre baseados nos acontecimentos e nas oportunidades do cenário econômico mundial.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.