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Olhar 360º

O futuro do carro vai ser sem motorista?

Com o avanço dos automóveis autônomos, a tendência é que eles sejam completamente independentes dos seres humanos

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Carro autônomo e elétrico. Foto: Divulgação/Lume Robotics

Imagine entrar em um carro sem volante e com uma mesa de centro no lugar da caixa de marchas? Depois de ligar, é só apontar o destino, esperar e curtir o trajeto, pois o carro decide o caminho. Esse pode ser o novo formato das viagens em veículos de passeio até 2030.

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Com o avanço dos automóveis autônomos, a tendência é que eles sejam completamente independentes dos seres humanos, com a promessa de trafegar com maior segurança e eficiência. Nessa fase o motorista deve ser dispensável.

Para funcionar de forma autônoma, o carro usa sensores de vários tipos que captam informações da rua, distância de obstáculos, velocidade da via. Eles também reconhecem sinais de trânsito, faixas de pedestres e reconhecem até a intenção de pessoas que estão prestes a atravessar.

Aqui no Espírito Santo, a pesquisa e o desenvolvimento em carros autônomos são destaques na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com o projeto Iara (Intelligent Autonomous Robotic Automobile) que começou em 2009. Em 2017 o carro autônomo da Ufes conseguiu percorrer 74 km de Vitória a Guarapari sem intervenção de motorista, que ficou ao volante apenas por segurança.

Nos Estados Unidos alguns carros autônomos da Tesla já foram comercializados, mas ainda ocorrem alguns acidentes e o motorista precisa ficar ao volante por segurança, por isso estão num nível de autonomia considerado até inferior à tecnologia já desenvolvida e aplicada na Ufes, por exemplo.

Aqui no Brasil, a tecnologia já tem sido usada em ambientes industriais, que são autorregulados, pois a legislação não permite o tráfego dos veículos autônomos em vias públicas.

“O carro autônomo não depende do GPS. Ele constrói os próprios mapas a partir de dados dos sensores. É possível dar uma missão e ele consegue guiar o veículo com segurança até o objetivo. Câmeras, lasers e radares percebem o ambiente e tomam as ações necessárias para fazer todo o controle do veículo. Se uma via tem limite de 30km/h ele se mantém nessa velocidade. Se ele estiver numa via de 60km/h atrás de um veículo mais lento ele regula para manter uma distância de segurança”, explica Ranik Guidolini, CEO da Lume Robotics, startup capixaba que desenvolve tecnologia de carros autônomos.

Mudança no design

Quando a autonomia dos veículos se consolidar, o espaço e todos os equipamentos para o controle do motorista devem ficar obsoletos, o que abre um caminho para mudar o design dos automóveis.

Para o professor Alberto Ferreira de Souza, do Departamento de Informática da Ufes, o carro autônomo do futuro pode ter uma mesinha de centro e até uma cama. “O carro vai mudar muito. Toda a frente do veículo é voltada para o motorista e isso perde muito espaço. Pensa em como os carros antigos evoluíram e foram ficando mais sofisticados e confortáveis. O veículo daqui 30 anos também vai ser bem diferente”, conta.

Outra questão sobre os carros autônomos envolve a conexão com o sistema de trânsito via cidade inteligente com a chegada da tecnologia do 5G. Mas para o professor, os carros autônomos devem se manter independentes sem falar com outros ou com a infraestrutura, que pode dar informação aos veículos.

Por outro lado, estar tudo interligado pode tornar o sistema alvo de hackers, por isso o professor considera mais seguro a autonomia em cada veículo elétrico.


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