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Fim dos manicômios judiciários: especialista critica a liberação de presos

Estados têm até 28 de agosto para fechar manicômios judiciários, mas desafios incluem onde abrigar pacientes perigosos e a falta de apoio familiar

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O advogado criminalista Rivelino Amaral faz críticas ao fim dos manicômios judiciários.

O advogado criminalista Rivelino Amaral faz críticas ao fim dos manicômios judiciários.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu que estados e municípios brasileiros têm até o dia 28 de agosto para encerrar as atividades dos manicômios judiciários. Essa medida, que busca promover a inclusão social de pessoas com deficiência mental, levanta uma série de preocupações e desafios, especialmente no Espírito Santo, onde uma instituição ainda abriga 37 pacientes, entre eles criminosos considerados perigosos.

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Dificuldades na reintegração dos pacientes

No Espírito Santo, a Secretaria de Justiça informou que atualmente há 33 homens e 4 mulheres internados no manicômio judiciário do estado. Embora a medida do CNJ tenha como objetivo incluir essas pessoas na sociedade, o processo enfrenta resistência, principalmente das famílias dos pacientes. A maioria delas não está disposta a receber seus parentes de volta, principalmente aqueles que apresentam quadros mais graves.

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Entre os pacientes que ainda aguardam uma solução para seu futuro, estão indivíduos com histórico de crimes violentos, como canibalismo, agressões sexuais e homicídios. A realocação dessas pessoas para centros de tratamento comuns não é suficiente, segundo especialistas, dado o risco que representam tanto para os profissionais de saúde quanto para a sociedade em geral.

Impactos legais e sociais da decisão do CNJ

A decisão do CNJ faz parte de uma política mais ampla de inclusão de pessoas com deficiência. Contudo, em entrevista ao EStúdio 360, o advogado criminalista Rivelino Amaral, aponta que a medida pode ser contraproducente no caso específico dos manicômios judiciários.

Ele argumenta que esses locais funcionam, na prática, como presídios adaptados, destinados a indivíduos que não têm capacidade de entender o caráter ilícito de seus atos, mas que ainda assim representam um grande perigo.

De acordo com Amaral, o fechamento dessas instituições sem a devida estrutura de suporte pode gerar um “caos social”. Ele alerta que os novos centros de tratamento para onde esses pacientes seriam enviados não têm a infraestrutura adequada para garantir a segurança de todos os envolvidos. “Essas pessoas são insuscetíveis de ressocialização e, se soltas, podem cometer novos crimes”, ressalta.

Desafios para estados e municípios

O CNJ determinou que a responsabilidade pelo fechamento dos manicômios e pela realocação dos pacientes seja dos estados e municípios. No entanto, muitos questionam se essas esferas do governo têm a capacidade de atender a essa exigência. A falta de locais adequados para abrigar os pacientes mais perigosos, combinada com a recusa das famílias em recebê-los, agrava ainda mais a situação.

O advogado Rivelino Amaral destaca que o prazo de seis meses dado pelo CNJ para o fechamento dos manicômios é insuficiente. Segundo ele, a legislação que impulsiona essa decisão, promulgada em 2001, não foi acompanhada de um planejamento eficaz para lidar com as consequências de sua aplicação prática.

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