TV Capixaba
Especialista analisa mudanças nos acessos à Terceira Ponte
De acordo com Repsold, as obras nos acessos são bem-vindas, mas não suficientes a longo prazo
As obras de melhoria nos acessos à Terceira Ponte, em Vitória, começaram nesta segunda-feira (03). Essas intervenções prometem “aliviar” e melhorar a fluidez para quem sai de Vitória com destino a outras cidades, com necessidade de passar pela ponte. O arquiteto urbanista e especialista em trânsito Greg Repsold faz uma avaliação dessas mudanças.
As alterações buscam resolver gargalos específicos de acesso aos bairros e à ponte, que é a principal travessia entre Vitória e Vila Velha. No entanto, ele destaca que o problema do trânsito persiste ao chegar em Vila Velha, onde o engarrafamento continua e acaba interferindo no trânsito de Vitória.
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Repsold ressalta que as obras de mobilidade, que envolvem o trânsito entre municípios, precisam da participação do governo estadual. “Essas obras devem ser pensadas de forma holística, considerando toda a Região Metropolitana”, afirma.
As obras nos acessos à Terceira Ponte são bem-vindas, mas não suficientes a longo prazo. “Precisamos resolver os acessos em Vila Velha também e investir no transporte público”, conclui. Ele ressalta que em países desenvolvidos, onde todos têm acesso ao carro, a população opta pelo transporte público por ser mais eficiente.
Praça do Cauê
Uma questão levantada é a possível remoção da Praça do Cauê, que muitos acreditam atrapalhar o trânsito. Repsold desmistifica essa ideia, explicando que a praça ajuda a distribuir o fluxo de veículos. “Estudos indicam que a praça aumenta o perímetro de ruas para acúmulo de veículos, evitando que se acumulem na ponte”, esclarece.
Transporte público
Repsold aborda a necessidade de investir em transporte público eficiente, seguro e econômico. Ele menciona o paradoxo de Braess, que afirma que quanto mais ruas existem, mais as pessoas usam carros, agravando os congestionamentos. “A solução de longo prazo passa por um transporte público eficaz”, diz.
Investimentos
Apesar das melhorias no transporte público, como ônibus climatizados e com Wi-Fi, Repsold destaca que ainda há muitos desafios. “Nos horários de pico, os ônibus ficam lotados e muitas vezes não cumprem os horários”, critica. Além disso, ele aponta a insegurança nos pontos e dentro dos ônibus como um problema endêmico.
Repsold sugere medidas como faixas exclusivas para ônibus do início ao destino, evitando que os ônibus fiquem presos nos mesmos engarrafamentos dos carros. “Isso justificaria o uso do transporte público em detrimento do carro”, afirma.
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