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ES registra 10 mil denúncias de violência contra a mulher em 2024

Denúncias de violência contra a mulher crescem no Espírito Santo e reforçam a importância da rede de apoio

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A delegada Cláudia Dematté pontua com o apoio da sociedade e medidas protetivas, é possível oferecer segurança e um recomeço para as vítimas. Foto: Fernanda Côgo

A delegada Cláudia Dematté pontua com o apoio da sociedade e medidas protetivas, é possível oferecer segurança e um recomeço para as vítimas. Foto: Fernanda Côgo

Mais de 10 mil mulheres no Espírito Santo denunciaram ameaças e agressões à polícia somente neste ano. Além de registrar boletins de ocorrência, essas mulheres solicitaram medidas protetivas, tentando romper com o ciclo de violência. Em entrevista ao Estúdio 360, a delegada Cláudia Dematté, chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, destacou que o envolvimento da sociedade é fundamental para o enfrentamento da violência doméstica.

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Canais para denúncias anônimas de violência contra a mulher

A delegada enfatizou a relevância dos canais de denúncia, como o Disque 180, de abrangência nacional, e o Disque-Denúncia 181, exclusivo para o Espírito Santo. “Briga de marido e mulher é uma questão de segurança pública”, alertou, reforçando a responsabilidade coletiva em combater essas situações. Ambos os canais garantem anonimato, permitindo que qualquer pessoa possa relatar casos de violência.

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Com o aumento das denúncias, a delegada observa maior conscientização entre vítimas e população. “A divulgação desses canais e a confiança em usá-los ajudam as mulheres a romperem com o ciclo de violência,” explicou.

Rede de apoio e portas de entrada para vítimas

Além da atuação policial, há diversas instituições que oferecem suporte, como delegacias especializadas, unidades da Polícia Militar por meio do 190, centros de referência (CRAS e CREAS), além de serviços de saúde, assistência social e apoio jurídico.

Caso a cidade não tenha uma delegacia especializada, qualquer delegacia pode receber a denúncia e dar início aos procedimentos para garantir a proteção da vítima. “Toda mulher tem direito a medidas protetivas, mesmo que a violência seja apenas verbal ou psicológica,” afirmou a delegada.

Fiscalização e descumprimento das medidas protetivas

Após o registro da ocorrência, o pedido de proteção é encaminhado ao Poder Judiciário, que deve decidir sobre a medida em até 48 horas. A delegada explicou que, em casos de deferimento, a mulher pode ser incluída na Patrulha Maria da Penha, com visitas regulares de policiais capacitados para monitorar sua segurança.

Ela também ressaltou que o descumprimento das medidas é crime, resultando em prisão em flagrante do agressor. “Esse tipo de delito é inafiançável,” reforçou, orientando que a vítima informe imediatamente as autoridades se o agressor tentar qualquer contato, inclusive virtualmente.

Abrigo para situações de risco extremo

Para mulheres em risco de morte, o Espírito Santo oferece uma casa-abrigo, que também garante proteção para os filhos das vítimas. Além disso, as prefeituras disponibilizam apoio psicossocial e aluguel social para que essas mulheres possam reconstruir suas vidas em segurança.

A delegada Cláudia Dematté finalizou reforçando a importância da denúncia. “Desde a primeira violência sofrida, a mulher precisa buscar ajuda para que a rede de proteção possa agir e salvá-la.”

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