TV Capixaba
Ciclo de violência contra mulheres cresce e preocupa brasileiros
Pesquisa revela dados alarmantes sobre violência contra mulheres e destaca desafios para romper ciclos de abuso psicológico e físico
Uma pesquisa recente do Instituto Patrícia Galvão, realizada em parceria com a empresa Consulting do Brasil e apoio do Ministério das Mulheres, revelou que duas em cada dez mulheres no Brasil já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros. Esses dados alarmantes evidenciam a gravidade do problema e reforçam a necessidade de medidas eficazes de proteção e acolhimento.
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Em entrevista ao EStúdio 360 desta quarta-fera (27), a advogada criminalista e especialista em violência de gênero Layla Freitas explica que essas ameaças são, geralmente, o ponto culminante de um ciclo de violência. Ela costuma começar de forma sutil, com controle emocional e psicológico. As vítimas, muitas vezes, sentem-se inseguras em seus próprios lares, ambientes onde deveriam encontrar proteção.
Espiral do abuso
Freitas destaca que a violência doméstica segue um ciclo que começa com uma fase de “lua de mel”. O agressor se mostra atencioso e carinhoso, mas, com o tempo, surgem comportamentos controladores, como restrição de amizades, controle de vestimentas e acesso ao celular. Esse ciclo evolui, tornando-se uma espiral, onde os episódios de violência aumentam em gravidade, culminando em agressões físicas e, em casos extremos, feminicídio.
Além disso, a especialista ressalta que o abuso não se limita a um perfil socioeconômico específico. Mulheres de todas as classes sociais são vítimas, embora as mulheres negras e pardas sejam as mais afetadas, especialmente no Espírito Santo.
Violência psicológica
Outro ponto importante abordado por Freitas é a violência psicológica, que pode ser ainda mais devastadora que a física. A destruição da autoestima da vítima e a dependência emocional fazem com que muitas mulheres permaneçam em relacionamentos abusivos. A dependência financeira também agrava essa situação, impedindo que as vítimas consigam sair do ciclo de violência.
Embora os avanços nos serviços de apoio sejam notáveis, ainda existem desafios. Muitas mulheres enfrentam barreiras ao procurar ajuda, seja na polícia ou no judiciário, devido a comportamentos machistas enraizados nesses ambientes.
Reabilitação para agressores
Freitas menciona iniciativas como o programa “Homem que é Homem“, de Vitória, que busca reeducar agressores. Com baixas taxas de reincidência, o programa é uma referência e poderia ser expandido para outras regiões.
Por fim, a especialista reforça que o papel do Estado é acompanhar as vítimas e garantir a continuidade das investigações, mesmo quando há desistência por parte das mulheres, muitas vezes motivada pelo retorno à fase de “lua de mel”. Isso é essencial para prevenir novos episódios de violência e proteger as vítimas.
Confira a entrevista completa
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