“Clean Beauty”: conheça o mercado de beleza em ascensão no Brasil

Skincare com produtos naturais é tendência. Foto: Pixabay

Seja nas prateleiras ou nas vitrines virtuais, é cada vez mais comum produtos de beleza estampando em seus rótulos que são naturais, veganos ou orgânicos. O interesse dos consumidores nesses tipos de produtos de beleza para rosto, corpo e cabelos tem subido à medida em que cresce a preocupação com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade.

Dados do Instituto Segmenta apontam que 43% dos consumidores enxergaram na pandemia uma forma de ampliar a rotina de autocuidado. O uso de fragrâncias teve aumento de 14%, enquanto o hábito de realizar skincare aumentou 43,8%.

Ao mesmo tempo, cresce a preocupação com o tipo de produto que está se levando para casa. A ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) destacou um levantamento realizado pela NielsenIQ, que mostra que para 76% dos consumidores ouvidos, o principal atributo de sustentabilidade percebido de um produto é a embalagem. E pelo menos 25% do faturamento da indústria de higiene pessoal e cosméticos já vem de produtos da chamada “cesta green”.

Cuidados com beleza. Foto: Pixabay

E só no primeiro semestre de 2021, o setor de cosméticos teve alta de 4% nas vendas, segundo painel Dados de Mercado da ABIHPEC. No Brasil, as marcas mais conhecidas nesse universo de clean beauty são Simple Organic, Care Natural Beauty, Sallve, Quintal e Terral, além da americana Biossance.

São considerados “clean beauty” produtos que não prejudicam nem a pele e nem o planeta (tanto o meio ambiente como animais). Eles têm em sua maioria ingredientes naturais e podem ter matérias-primas sintéticas, mas consideradas seguras. Além disso, os produtos são desenvolvidos com segurança em toda a cadeia de produção, com foco na qualidade e origem dos ingredientes e com políticas de reciclagem bem estabelecidas.

Futuro da Beleza

E a tendência é que esse mercado cresça cada vez mais, se direcionando para a busca pela “beleza de dentro”. Luiza Loyola, expert do Futuro na WGSN (empresa líder em tendências de comportamento e consumo), na pandemia, as principais demandas giram em torno do consumo consciente, com consumidores mais comprometidos em reduzir o consumo e tendo orgulho de ‘comprar bem’.

Com isso, produtos multitarefa eficientes apoiados pela ciência e tecnologia e marcas de beleza que beneficiem as pessoas e o planeta serão as escolhas deste consumidor chamado ‘Skinimalistas’.

De acordo com o report da WGSN Intelligence: Beauty Personas 2024, os skinimalistas buscam rituais de cuidado com a pele que eliminem etapas ou itens de maquiagem que abrangem categorias como produtos com múltiplos ingredientes ativos formulados em proporções ideais.

“Em paralelo, existe um movimento em ascensão que é a busca pela ‘beleza de dentro’. De acordo com o report Big Ideas da WGSN, em que mapeamos os principais movimentos de consumo e comportamento para os próximos anos, em 2023, todas as marcas de beleza precisarão se comportar como marcas de saúde e bem-estar, desenvolvendo produtos e tratamentos que apoiem o bem-estar físico e mental e se unam em torno da noção de que beleza e saúde andam de mãos dadas”, detalha Luiza.

Mercado

Um relatório do British Beauty Council aponta que mercado global de beleza natural deve atingir 17 bilhões de libras em 2024 (cerca de R$ 127 bilhões). De acordo a consultoria Grand View Research, a venda de produtos de beleza orgânicos deverá atingir US$ 25,11 bilhões até 2025 (cerca de R$ 136 bilhões). No Brasil, o mercado de cosméticos naturais já movimenta cerca de R$ 3 bi por ano, aponta a pesquisa.

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