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Coluna Vitor Vogas

As propostas de Simone Tebet para o Espírito Santo

Em passagem nesta sexta (15) por Vitória, presidenciável do MDB falou sobre a logística do estado, o governo Bolsonaro, erradicação da fome, violência política, PEC Kamikaze, orçamento secreto, economia e outros assuntos. Leia as principais declarações da candidata

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Simone Tebet entre deputado Vandinho Leite (à esquerda) e senadora Rose de Freitas (à direita)

Pré-candidata à Presidência da República pelo chamado “centro democrático”, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) passou esta sexta-feira (15) em Vitória. De manhã, em evento de pré-campanha realizado em um cerimonial no bairro Santa Lúcia, ela deu entrevistas e discursou para apoiadores. Apresentou-se como candidata de centro, como alternativa à polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) – “a adulta na sala” – e como alguém capaz de devolver ao Brasil a estabilidade política e econômica de que o país tanto necessita para voltar a crescer e gerar empregos.

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Ladeada o tempo todo pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES), a presidenciável criticou com veemência o presidente Bolsonaro, especialmente por seu comportamento em relação à pandemia e por sua falta de sensibilidade e de empatia. Também falou sobre a violência política que vem em uma escalada no Brasil, sobre o orçamento secreto, sobre a aprovação da PEC Kamikaze no Senado (com voto favorável dela) e na Câmara Federal, sobre a participação das mulheres na política e sobre como combater o crescimento da pobreza e da fome no país.

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Também apresentou suas propostas específicas para o Espírito Santo.

Confira abaixo as principais falas dela, por tópicos:

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Terceira via

“Um momento tão difícil como este é o momento de buscarmos alternativas. Nem olhar para o passado, que já não nos atende, e muito menos permanecer no presente, com propostas equilibradas para o Brasil, acabando com esse discurso de ‘nós contra eles’ e falando que nós precisamos devolver o Brasil para os brasileiros. Falar menos de Lula e de Bolsonaro e falar mais de Brasil, com propostas afirmativas, sem ataques, sem discussões paralelas e com soluções concretas para um Brasil muito diferente.”

Bolsonaro

“Ele não é um bom presidente para o Brasil. É um presidente que não acredita na ciência, negou a pandemia e tirou do Brasil o direito de ser o primeiro país do mundo a vacinar. Deixo a seguinte pergunta no ar: atrasamos 45 dias vacina no braço contra a doença. Quantas pessoas na faixa dos 40 aos 50 anos de idade que você conhece, que foi intubado, que ficou com sequelas gravíssimas ou chegou a morrer porque faltavam quinze dias ou um mês para tomar a vacina? Essa conta está na conta dele. E alguém que não defende a vida dos seus cidadãos, que não tem a sensibilidade e a empatia de se colocar no lugar do outro não serve para governar um país da dimensão das mazelas e da desigualdade social que o Brasil tem. Qual é maior problema do Brasil hoje? É a miséria, é a fome, é o desemprego e é a inflação. Um presidente que não entende a dor de uma mãe que não tem o que dar de comer para o seu filho, de um trabalhador que está ali, não querendo que o presidente fale besteira, mas resolva o problema dele através de uma política de desenvolvimento que gere emprego, não merece estar no cargo para representar não só as mulheres, mas os 210 milhões de brasileiros.”

Propostas específicas para o ES

“Pela sua logística e por aquilo que representa, por sua riqueza, seja na área do petróleo, de minério e também na questão do café, o Espírito Santo depende fundamentalmente do investimento em infraestrutura. Precisamos duplicar a BR 262, que começa lá no meu estado, eu conheço bem essa rodovia, não só ela, mas também a litorânea. Nós precisamos colocar o setor de logística nas mãos da iniciativa privada no Brasil, para que o Espírito Santo continue competitivo. Para isso, nós precisamos entregar ao Espírito Santo o que o Espírito Santo precisa, que é logística: rodovias duplicadas, como a 262 e a 101, ferrovias… Eu sei que são mais de 500 quilômetros. A gente se assusta quando fala em R$ 9 bilhões. Isso pode ser muita coisa nas mãos do poder público, mas não quando a gente coloca nas mãos da iniciativa privada. Um governo sério, parceiro da iniciativa privada, que garanta segurança jurídica, contratos claros, esse governo atrai os investimentos estrangeiros e nacionais necessários para tocar essa ferrovia tão necessária para escoar a produção e gerar emprego e renda que a população capixaba tanto precisa.”

Orçamento secreto

“É fundamental dar transparência. Não há nenhum problema que haja emendas parlamentares. Elas sempre existiram. É dar transparência.”

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Rose de Freitas

“Rose é minha professora e mestre. Ela vem desde a Constituinte defendendo que homens e mulheres são iguais perante a lei. Graças à bancada feminina, comandada por ela, que está escrito lá na Constituição que as mulheres e os homens têm os mesmos direitos e os mesmos deveres. Nós chegamos juntas ao Senado Federal, e eu brinco com ela que ela não se lembra disso… Eu cheguei lá muito tímida e ela me disse: ‘Olha, tira essa timidez porque você é tão senadora quanto qualquer senador’.”

Violência política e polarização

“A nossa candidatura tem esse propósito: de ser uma candidatura política. O Brasil precisa de paz. Essa polarização não faz bem ao Brasil. Essa paz é o que vai fazer o Brasil voltar a crescer, garantindo segurança, estabilidade e com isso gerar os tão sonhados empregos. É emprego, emprego, emprego. Essa é a nossa obsessão. E é para isso que eu me apresento: como alguém que é uma adulta na sala, para dizer ‘menos ideologia, menos Bolsonaro e Lula’. Vamos falar do Brasil, vamos falar das nossas mães, que não conseguem uma vaga na creche, vamos falar das nossas mulheres, que não conseguem fazer um exame de mamografia depois de dois anos por conta da Covid, vamos falar dos nossos trabalhadores, cujas mãos antes eram calejadas e hoje estão lisas em forma de súplica, pedindo um emprego, porque não têm mais condições de colocar um prato de comida na sua mesa. É disso que nós temos que falar. É de Brasil. A nossa candidatura se propõe a falar do Brasil que nós queremos. O que nós, mulheres, queremos para o Brasil e para quem nós queremos esse Brasil. E vocês podem ter certeza que queremos um Brasil muito diferente para os nossos filhos e para os nossos companheiros.”

“Ela sim, eles não”

“Nós representamos a maioria da população brasileira. É a voz feminina que precisa estar representada. […] A nossa candidatura, sim, tem o propósito de colocar mais mulheres na política.”

Miséria e fome

“Isso se resolve nos dois, três primeiros meses, com estabilidade. Com a estabilidade, o nosso câmbio se valoriza e o dólar cai. Hoje o prato do brasileiro não é mais arroz e feijão. É arroz ou feijão. Aliás, um arroz quebrado, e não tendo nem gás para cozinhar. Tudo é em dólar. Se você tem estabilidade, um governo estável, você controla o câmbio. Se você tem o dólar mais barato, tudo cai: cai o preço do combustível, cai o preço do gás de cozinha, cai o preço da energia elétrica, cai o preço da produção da indústria, a comida chega mais barata na mesa do trabalhador. E também, com um governo estável, equilibrado, um governo afetivo, que vai abraçar a todos e que é parceiro da iniciativa privada, o que não faltam são bilhões empoçados nos fundos de investimentos privados no mundo querendo investir no Brasil. Então é muito simples: com dois, três meses, nós equilibramos as contas públicas no Brasil.”

PEC Kamikaze

“Não havia saída. Era uma ‘escolha de Sofia’, quando tantas Sofias estão passando fome. Nós temos 5 milhões de crianças passando fome todo dia. Como mãe, eu não pensei duas vezes. É um mínimo que você pode oferecer para todas as famílias. Aliás, o problema não é a PEC Kamikaze. O problema é que o valor do Auxílio Brasil caiu de R$ 600,00 para R$ 400,00 quando não deveria ter diminuído. É o mínimo que podemos oferecer para as famílias que mais precisam. Temos 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil. É um número recorde inadmissível para um país que alimenta o mundo, que alimenta quatro vezes o Brasil, e não tem a capacidade de alimentar seu próprio povo. Isso é inconcebível.”

Vitor Vogas

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Espírito Santo, Vitor Vogas tem 39 anos. Formado em Comunicação Social pela Ufes (2007), dedicou toda a sua carreira ao jornalismo político e já cobriu várias eleições. Trabalhou na Rede Gazeta de 2008 a 2011 e de 2014 a 2021, como repórter e colunista da editoria de Política do jornal A Gazeta, além de participações como comentarista na rádio CBN Vitória. Desde março de 2022, atua nos veículos da Rede Capixaba: a TV Capixaba, a Rádio BandNews FM e o Portal ES360. E-mail do colunista: [email protected]

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