Dinheiro
Trabalhar na aposentadoria impacta positivamente a saúde mental dos idosos
Manter o convívio social e a mente ocupada são os principais fatores que contribuem para a manutenção da saúde mental e emocional do idoso, afirma especialista

Trabalhar na aposentadoria pode ajudar na saúde mental dos idosos. Foto: Freepik
Com o aumento da longevidade, mais idosos permanecem no mercado de trabalho. Além da necessidade financeira, a atividade profissional traz benefícios à saúde. Uma pesquisa da Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, revelou que 60% dos aposentados continuam trabalhando. O principal motivo é a necessidade de complementar a renda. Além disso, seis em cada dez entrevistados não conseguem manter o padrão de vida anterior.
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A psicanalista Rachel Poubel destaca que o trabalho contribui para a saúde mental dos idosos. A sensação de utilidade e a interação social ajudam a evitar o isolamento. “O senso de utilidade permeia a vida de uma pessoa sempre. A saúde emocional de um idoso é muito melhor se ele se sente útil, ou seja, uma tarefa profissional vai desenvolver autoestima e bem-estar nele. Geralmente o idoso tem mais paciência, é muito colaborativo, e sabe a importância de se sentir bem no trabalho”, destaca a especialista.
Para a especialista, o ambiente profissional fortalece a autoestima e mantém o idoso atualizado. Além disso, possibilita troca de experiências e até atuação como mentor. Embora o trabalho possa trazer benefícios mentais, também é importante avaliar as questões físicas envolvidas. Com o envelhecimento, o corpo naturalmente requer mais cuidados, e nem todas as funções profissionais podem ser exercidas sem adaptações.
“É essencial que os idosos, ao continuarem no mercado de trabalho, tenham um ambiente seguro e adaptado às suas necessidades, que respeite suas limitações físicas.”, frisa.
Etarismo
A inclusão dos idosos ainda enfrenta desafios, como o preconceito etário. No entanto, a falta de profissionais mais jovens tem levado empresas a contratarem trabalhadores mais experientes.
“Muitos idosos estão retornando ao mercado de trabalho, mas não porque as empresas querem, e sim porque estamos tendo uma deficiência gigantesca de mão-de-obra. Com isso a inclusão está sendo mais facilitada também”, explica.
Independência financeira e necessidade
Além dos benefícios emocionais e sociais, o trabalho é, para muitos, uma questão de necessidade. Com a aposentadoria insuficiente, muitos idosos precisam seguir ativos. O motorista Marcos Antônio do Santos, de 67 anos, voltou à profissão menos de um ano após se aposentar.
“Continuar trabalhando tem me ajudado a manter a dignidade e a proporcionar uma vida um pouco mais estável para minha família, mesmo que, às vezes, o cansaço físico e emocional sejam grandes”, relata.
