Dinheiro
Prejuízos e desemprego: Como o tarifaço de Trump afeta o ES
Governo e empresários do Espírito Santo reagiram ao tarifaço de Trump, que elevou em 50% a tarifa de exportações para o mercado brasileiro

O presidente dos EUA, Donald Trump, elevou em 50% a tarifa de exportações para o mercado brasileiro. Foto: Divulgação
Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a tarifação de exportações do Brasil em 50%, o Governo capixaba e empresários do Espírito Santo receberam a notícia com preocupação, já que a medida pode afetar diretamente a economia capixaba.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Em suas redes sociais, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou que as tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump ao Brasil representam um retrocesso.
“Como governador de um estado com relevante comércio internacional, defendo o comércio justo, o respeito entre as nações e o diálogo acima de disputas políticas. A medida atende a motivações ideológicas, não aos interesses do povo brasileiro e americano”, disse.
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) divulgou uma nota em que considera a medida extremamente severa, tomada com base em interesses político-partidários internos e que rompe com os princípios fundamentais que regem o comércio internacional.
“O Espírito Santo possui uma das economias mais abertas do Brasil, altamente integrada ao mercado externo. Essa abertura, que é uma das forças do desenvolvimento socioeconômico capixaba, nos torna também mais vulneráveis a decisões unilaterais e protecionistas como esta. Medidas desse tipo comprometem a previsibilidade das relações comerciais, criam instabilidade nos mercados e colocam em risco cadeias produtivas inteiras, com reflexos diretos no emprego, na arrecadação e no crescimento econômico regional”, diz o presidente da entidade, Paulo Baraona.
Somente no ano passado, o Espírito Santo registrou um volume de US$ 3,06 bilhões em exportaçõs e US$ 2,05 bilhões – saldo positivo para o Espírito Santo que passa a ser ameaçado por uma política comercial arbitrária.
“Os setores mais expostos à nova taxação incluem aço, rochas ornamentais, papel e celulose, minério e café – todos com forte peso na estrutura econômica capixaba. Ao encarecer artificialmente os produtos brasileiros no mercado norte-americano, essa medida reduz nossa competitividade e pode resultar em queda nas vendas, prejuízo às empresas e perda de postos de trabalho”, destacou.
Na nota, a Findes considera inaceitável que decisões comerciais sejam tomadas com base em disputas políticas internas, desconsiderando os impactos concretos sobre economias inteiras. “Reafirmamos a importância do diálogo diplomático e da construção de soluções que respeitem as regras do comércio global. É papel do governo brasileiro atuar de forma firme na defesa dos interesses nacionais, buscando reverter essa medida e preservar o ambiente de negócios internacional”.
O Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) manifesta profunda preocupação diante do anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida poderá representar impacto ao comércio exterior capixaba, especialmente para os setores que mantêm relações comerciais consolidadas com o mercado norte-americano.
Menos investimentos
O Espírito Santo, por sua vocação exportadora e localização estratégica, possui uma economia fortemente integrada ao comércio internacional. A adoção de tarifas punitivas dessa magnitude tende a gerar perdas significativas de competitividade, retração de investimentos e redução na geração de empregos diretos e indiretos.
O Sindicato do Comércio de exportação e importação do estado do Espírito Santo (Sindiex) afirmou que manterá um trabalho constante de monitoramento do comportamento do mercado internacional, com atenção redobrada às cadeias produtivas locais que possam ser afetadas.
“A entidade reforça a importância estratégica da consolidação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, como forma de ampliar a inserção do Brasil em mercados estratégicos e reduzir vulnerabilidades externas”.
Fecomécio está preocupada
O Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac manifestou sua preocupação com os impactos da nova tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida, de caráter unilateral e sem respaldo em acordos multilaterais vigentes, representa um retrocesso nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e ameaça diretamente a competitividade das exportações brasileiras, sobretudo de bens manufaturados e setores estratégicos.
Segundo a entidade, os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações brasileiras, com destaque para produtos de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças, máquinas e derivados de petróleo.
“Qualquer barreira adicional imposta a essas mercadorias tem efeito direto sobre a indústria nacional, o comércio exterior e os empregos gerados no país, especialmente em estados com produção voltada à exportação, como o Espírito Santo”, destacou em nota.
Para a Fecomércio, ao encarecer os produtos brasileiros no mercado norte-americano, a tarifa pode desestimular os embarques e comprometer a estabilidade de cadeias produtivas interligadas. Para os empresários do comércio e da indústria, essa insegurança jurídica e diplomática reduz a previsibilidade, afeta planos de investimento e dificulta estratégias de expansão internacional.
“O Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac defende o diálogo institucional e diplomático como o caminho mais eficaz para superar impasses e garantir um ambiente comercial equilibrado e comprometido com os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC)”, finalizou o comunicado.
