Dinheiro
Grupo João Santos irá vender imóveis para quitar dívidas com funcionários
Justiça homologou o pedido de recuperação judicial do Grupo na última semana
![Grupo João Santos é dona da fábrica de Cimento Nassau. Foto: Reprodução/Nassau](https://es360.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Cachoeiro-de-Itapemirim-nassau.png)
Grupo João Santos é dona da fábrica de Cimento Nassau. Foto: Reprodução/Nassau
A Justiça de Pernambuco homologou, na última sexta-feira (7), o plano de recuperação judicial do Grupo João Santos. A decisão foi assinada pelo juiz Marcus Vinicius Barbosa de Alencar Luz, da 15ª Vara Cível do Recife. O conglomerado, que já teve forte atuação no setor de cimento, é dono da fábrica de Cimento Nassau e da Rede Tribuna, afiliada da Band no Espírito Santo.
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Com a homologação, o grupo, formado por 43 empresas, planeja vender ativos imobiliários não estratégicos. A expectativa é arrecadar R$ 920 milhões para fortalecer a atividade principal: a indústria cimenteira. Além disso, uma nova fábrica será reaberta, ampliando a produção.
Os recursos obtidos com a venda dos imóveis serão usados para quitar 100% dos créditos trabalhistas de quase 21 mil funcionários e ex-funcionários. Esse grupo representa 89,8% dos credores. Outros 944 trabalhadores, cerca de 4% do total, receberão 50% do valor devido. A companhia tem até dois anos para acabar com as dívidas e as pendências com fornecedores.
Parte dos recursos também será destinada ao pagamento de obrigações financeiras. Entre elas, o empréstimo DIP com a gestora ARC Capital e o reperfilamento acertado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A venda dos ativos foi acordada com a PGFN para regularizar tributos devidos pelo grupo, que somavam R$ 11 bilhões.
Imóveis
A maior parte dos imóveis vendidos pertence à Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), controladora da Usina Santa Tereza. Os terrenos estão localizados na Zona da Mata Norte de Pernambuco, uma região valorizada pelo setor sucroalcooleiro. O local fica próximo a um polo industrial com fábricas da Fiat, Heineken, Itaipava e Hemobras.
Os copresidentes do Grupo João Santos destacam que a recuperação judicial tem como objetivo reestruturar a companhia e fortalecer sua posição no mercado. “A nova gestão está focada no soerguimento e na manutenção do legado e solidez do grupo, resgatando o prestígio que marcou sua trajetória junto ao mercado e à sociedade brasileir”, afirmam Nivaldo Brayner e Guilherme Rocha por meio de nota.
Medidas
Outra medida prevista no plano é a reabertura de mais uma fábrica de cimento, localizada em Itaituba (PA). A unidade está recebendo investimentos para voltar a operar, com previsão de gerar 300 empregos diretos. Essa será a quinta unidade ativa do grupo, que no passado chegou a ter 11 fábricas e dominava 14% do mercado de cimento nacional.
Atualmente, a produção está concentrada nas unidades de Cachoeiro do Itapemirim (ES), Codó (MA), Capanema (PA) e Mossoró (RN). Em 2024, o faturamento da empresa superou R$ 1 bilhão. Nos últimos dois anos, a nova gestão reativou duas fábricas, ampliando a capacidade produtiva do grupo.
Paralelamente, a companhia está acelerando a renegociação de dívidas tributárias nos estados onde atua. Em pelo menos seis estados — Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte — os débitos fiscais estaduais foram reduzidos em R$ 414,5 milhões. No ES e Rio Grande do Norte, o grupo voltou a receber incentivos fiscais após os acordos.
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