Dinheiro
Espírito Santo lidera ranking de solidez fiscal no Brasil em 2025
Estado mantém equilíbrio nas contas há mais de uma década, registra nota A no Tesouro Nacional e amplia investimentos em infraestrutura, educação e segurança

Equilíbrio nas contas: organização financeira é apontada como chave para garantir investimentos e estabilidade econômica. Foto: FreePik
O Espírito Santo alcançou a primeira posição no ranking de solidez fiscal dos estados brasileiros em 2025. O levantamento, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), considera dez pilares de avaliação, incluindo liquidez, resultado primário e capacidade de investimento.
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Segundo o diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, o resultado reflete uma política consistente de equilíbrio nas contas públicas. “O Espírito Santo é um dos poucos estados que está há mais de uma década com equilíbrio fiscal, reconhecido pela Secretaria do Tesouro Nacional desde 2012, mantendo nota A nesse período”, destacou.
Investimentos sustentados por equilíbrio
O estado apresenta uma das menores dívidas do país e, com isso, tem ampliado sua capacidade de investimento. Nos últimos anos, foi o que mais destinou recursos proporcionais à receita total para áreas estratégicas. Entre os setores beneficiados estão logística, saneamento básico e matriz energética.
De acordo com Lira, essa gestão funciona como uma poupança pública. “Assim como em uma família, quando conseguimos gastar menos do que arrecadamos, sobra para investir em educação, turismo ou outras prioridades”, explicou.
Infraestrutura e competitividade em destaque
O Espírito Santo também se destacou no ranking de competitividade do CLP, ficando em segundo lugar em infraestrutura, atrás apenas de São Paulo. O desempenho é atribuído a investimentos em rodovias, energia e saneamento, além da privatização da ES Gás, que diversificou a matriz energética estadual.
A posição ganha relevância quando comparada a estados vizinhos. Minas Gerais ocupa a 25ª posição em solidez fiscal, enquanto o Rio de Janeiro aparece em 24º. São Paulo, maior economia do país, está apenas em 13º lugar. O pior desempenho ficou com o Rio Grande do Sul, na 27ª colocação.
Reflexos do tarifaço dos EUA
Apesar do cenário fiscal positivo, o Espírito Santo monitora os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Os primeiros dados divulgados em agosto mostram redução das exportações nacionais para o mercado norte-americano.
No caso capixaba, produtos como minério de ferro, petróleo, aço e rochas ornamentais ficaram de fora das tarifas. No entanto, café e carne foram afetados. A avaliação do IJSN indica que o café capixaba encontrou novos destinos, como Bélgica e países asiáticos, o que tem compensado parte das perdas.
“O que não pode ocorrer é a contaminação da economia por disputas políticas. No fim, quem sofre são trabalhadores e empresas”, alertou Lira.
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