Dinheiro
ES destaca cultura indígena com foco em empreendedorismo
Etnoempreendedorismo mantém tradição ancestral viva e abre oportunidades aos povos indígenas do norte do estado

Cultura indígena faz parte do etnoempreendedorismo. Foto: Reprodução/Gov-ES
Um estudo do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) aponta que o Espírito Santo tem 16 localidades indígenas, com 81,2% em Terras Indígenas oficialmente demarcadas. A população indígena capixaba soma 14.410 pessoas, correspondendo a 0,4% da população total do estado, com destaque para a concentração em Aracruz, onde vivem 51,5% dos indígenas do Espírito Santo.
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A Aldeia Boa Esperança, do povo Guarani em Aracruz, é exemplo de etnoempreendedorismo. Lá, é possível vivenciar um pouco da cultura indígena, conhecer a sua história, participar de atividades tradicionais e degustar um almoço tipicamente indígena, podendo conhecer o artesanato indígena, que é a principal fonte de renda da etnia Guarani.
“Hoje, com a visibilidade que os povos indígenas vêm ganhando, nós estamos conseguindo vender mais o nosso artesanato. E não somente vender, mas também transmitir a importância do empreendedorismo indígena para todos, que vai além de uma ajuda”, explica Ará Martins, representante da aldeia.
Além disso, esse empreendedorismo é uma forma de incentivar que as pessoas produzam cada vez mais a arte sem precisar de sair da aldeia para buscar um outro emprego, principalmente as mulheres, que têm mais dificuldades para encontrar empregos por conta da maternidade.
Apoio do Sebrae
Com o intuito de fomentar o processo de inclusão das comunidades indígenas do estado no mercado do empreendedorismo e, assim, contribuir para a preservação da cultura ancestral, o Sebrae/ES atua em parceria com a prefeitura municipal de Aracruz por meio da Sala do Empreendedor ofertando palestras e outras ações de capacitação.
“Entre essas formas de apoio à comunidade indígena do estado, recentemente realizamos uma palestra sobre empreendedorismo feminino para as mulheres indígenas e, também, o evento Empodera Mais, que no ano passado foi realizado na aldeia Caierias Velha, local escolhido como forma de valorizar a cultura desses povos e de levar conhecimento ao público sobre a sua história”, conta Roberta Vieira Stoco, analista técnica do Sebrae/ES em Aracruz.
No ESX – Innovation Experience Espírito Santo, realizado em julho, a presença de líderes indígenas como Marcela Tupiniquim e Ará Martins reforçou o debate com a palestra “Empreendedorismo e povos originários: saberes ancestrais, negócios do futuro”.
“Foi muito importante ter aquele lugar de fala e poder mostrar um pouco sobre a nossa história e sobre como tudo funciona de fato. Por mais que hoje em dia nós tenhamos mais espaço, ainda é muito difícil das pessoas respeitarem a nossa cultura. É do conhecimento que nasce o respeito”, diz Ará Martins.
Programa Plural
A inclusão de grupos minorizados e que enfrentam obstáculos estruturais no mundo dos negócios – como mulheres, pessoas negras, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, idosos e a comunidade LGBTQIAP+, faz parte da essência do Programa Plural, iniciativa que tem a proposta de materializar o compromisso e a relação do Sebrae/ES com a diversidade.
Lançado em 2024, o programa coloca em prática uma das grandes missões do Sistema Sebrae: ampliar o empreendedorismo transformador, levando oportunidades a quem mais precisa. Com a ação, o Sebrae/ES apoia iniciativas sociais que promovem o conhecimento, o desenvolvimento e a autonomia e valoriza a pluralidade e a igualdade de oportunidades para todos.
