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Veja o que já se sabe sobre a tentativa de matar Lula, Alckmin e Moraes

Ao menos quatro militares das forças especiais do Exército, os Kids Pretos, e um policial federal estão entre os alvos da Operação ocorrida nesta terça

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Objetivo era matar Lula, Alckmin e Moraes. Foto: Reprodução/Fotos Públicas

Objetivo era matar Lula, Alckmin e Moraes. Foto: Reprodução/Fotos Públicas

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação para desarticular organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o pleito de 2022.

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Ao menos quatro militares das forças especiais do Exército, os Kids Pretos, e um policial federal estão entre os alvos da Operação. O plano incluía o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes. Um dos participantes do plano chegou a imprimir documentos sober a organização no Palácio do Planalto em 6 de dezembro.

“Punhal Verde e Amarelo”

Foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022. Os criminosos também planejavam restringir o livre exercício do Poder Judiciário.

“Para execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, descreve a PF.

O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘gabinete institucional de gestão de crise’.

O documento, que se tornou público nesta terça, cita que os golpistas começaram a monitorar o deslocamento das autoridades ainda em novembro, após a eleição de Lula. O monitoramento teve início após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Braga Netto, que foi candidato a vice de Bolsonaro.

Gabinete de crise

Os militares planejavam, após o golpe que seria dado em 15 de dezembro de 2022, criar um “gabinete de crise” ainda no governo Bolsonaro. Investigação da PF aponta que os golpistas previam colocar no comando do grupo de crise o general Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e e o general Braga Netto.

Cinco núcleos

Segundo a PF, a organização era dividida em cinco núcleos: ataques virtuais a opositores; ataques às instituições (STF, Tribunal Superior Eleitoral), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral; e ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia.

Ainda estavam na lista os núcleos de tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.

No caso de utilizar a estrutura do Estado para vantagens estavam uso de cartões corporativos para pagamentos de despesas pessoais, criação de dados de falsificação em relação a vacina da Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina e desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras.

‘To na posição’

Mensagens obtidas em celulares dos militares indicam que o grupo chegou a se posicionar nas ruas de Brasília para uma “ação clandestina” – que teria como alvo o ministro Alexandre de Moraes.
Os militares, segundo a PF, usaram um chat privado no aplicativo Signal para evitar interceptação. O grupo de mensagens se chamava “copa 2022”.

Às 20h33 daquele dia, um dos integrantes envia mensagem dizendo estar no estacionamento de um restaurante no Parque da Cidade, na área central de Brasília. “Estacionamento da troca da primeira vez”, diz, como uma referência.

Troca de mensagens do dia da suposta tentativa de assassinato. Foto: Dilvulgação/PF

Troca de mensagens do dia da suposta tentativa de assassinato de Moraes. Foto: Dilvulgação/PF

Cerca de dois minutos depois, um quinto participante – apontado pela Polícia Federal como uma “liderança do grupo” – confirma o cancelamento da operação. “Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui ainda…”, diz a mensagem.

“Só não ocorreu por detalhe”

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, avaliou que o plano “só não ocorreu por detalhe”. “Estamos falando de uma ação concreta, objetiva, que traz elementos novos, extremamente graves, sobre a participação de pessoas do núcleo de poder do governo [Jair] Bolsonaro no golpe que tentaram executar no Brasil, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente eleitos”, disse, ao conversar com a imprensa em meio à programação do G 20, no Rio de Janeiro.

“Vocês lembram que, nesse período, houve a tentativa de explosão do caminhão próximo ao aeroporto [de Brasília]. Tudo isso acabou culminando no 8 de janeiro. São fatos que se relacionam entre si, os personagens são os mesmos, os mesmos personagens que financiaram a presença dos acampados em frente aos quartéis estão envolvidos também nesses episódios.”

*Com informações de Agência Brasil e g1.


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